[Cipriano Dourado]

[Cipriano Dourado]
[Plantadora de Arroz, 1954] [Cipriano Dourado (1921-1981)]

sábado, 11 de dezembro de 2021

[2640.] PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO [CIX] || 1926 - 1933

* PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CIX *

00837. Constantino Silva [1932]

[Aveiro, c. 1881, tipógrafo - Aveiro. Filiação: Maria de Ascensão, João dos Santos Silva. Casado. Residência: Rua do Canto - Aveiro. Preso pela PSP de Aveiro e entregue à Secção de Vigilância em 08/06/1932, juntamente com Abílio João Pinto, Guilherme de Oliveira Santos, José Correia e José Maria dos Santos, "por haver feito a impressão de manifestos clandestinos" "de incitamento à greve" (v. Processo 398); libertado do Aljube em 07/07/1932.]
[alterado em 25/12/2021]

00838. José Maria dos Santos [1932]

[Aveiro, c. 1884, tipógrafo - Aveiro. Filiação: Maria do Nascimento Jesus, João Maria dos Santos. Casado. Residência: Rua do Norte, 32 - Aveiro. Preso pela PSP de Aveiro e entregue à Secção de Vigilância em 08/06/1932, juntamente com Abílio João Pinto, Constantino SilvaGuilherme de Oliveira Santos José Correia, "acusado de ter recebido, distribuído e mandado distribuir vários manifestos clandestinos da Confederação Geral de Trabalho, de incitamento à greve" (v. Processo 398). Libertado do Aljube em 07/07/1932.]
[alterado em 25/12/2021]

00839. Guilherme de Oliveira Santos [1927, 1932, 1962]

[Santo Ildefonso - Porto, 25/05/1900, tipógrafo - Aveiro. Filiação: Adelaide Sofia (Lopes?) de Oliveira Santos, Manuel Maria dos Santos. Casado. Residência: Anadia / R. da Agra - Aradas (Aveiro). Preso em 26/05/1927, "por ter tomado parte no movimento revolucionário de Fevereiro" (v. Processo 3129); enviado para a PenitenciáriaPreso pela PSP de Aveiro e entregue à Secção de Vigilância em 08/06/1932, juntamente com Abílio João PintoConstantino SilvaJosé Correia e José Maria dos Santos, "por haver distribuído manifestos clandestinos que recebeu da C. G. T., manifestos estes de incitamento à greve. Mandou fazer proclamações para o mesmo fim, tendo-as espalhado pelas ruas de Aveiro. Foi a duas fábricas incitar os operários a abandonar o trabalho. Tem sido preso por várias vezes por suspeita de, naquela cidade, espalhar manifestos clandestinos, sendo o orientador da classe dos tipógrafos daquela cidade, os quais, sempre que podem e a ocasião lhes é propícia, se manifestam em todas as questões de carácter social, sendo, por isso, considerado no meio, como elemento perigoso" (v. Processo 398). Libertado do Aljube, tal como os colegas, em 07/07/1932. Preso em 04/12/1962, "para averiguações", e levado para Caxias; libertado em 05/02/1963 (Processo 1635/62).]
[alterado em 25/12/2021]

00840. José Correia [1932]

[Porto, c. 1872, impressor tipográfico - Aveiro. Filiação: Delfina Rosa, José Correia. Viúvo. Residência: Rua do Norte, 12 - Aveiro. Preso pela PSP de Aveiro e entregue à Secção de Vigilância em 08/06/1932, juntamente com Abílio João PintoConstantino SilvaGuilherme de Oliveira Santos e José Maria dos Santos, "acusado de ter percorrido fábricas, incitando os operários à greve" (v. Processo 398); libertado do Aljube, tal como os colegas, em 07/07/1932.]
[alterado em 25/12/2021]

00841. Mário Marcelino [1932, 1937, 1938]

["O Mário Lisboa". Olivais - Lisboa, 09/04/1905, caldeireiro - Seixal. Filiação: Helena da Conceição, António Marcelino. Casado. Preso pela PSP de Setúbal e entregue em 01/03/1932, "por ser comunista e agitador da classe dos descarregadores de terra e mar", tendo distribuído no Seixal "manifestos sediciosos" (Processo 323). Libertado, por ordem do Ministro do Interior, em 11/06/1932. Enviado, em 17/02/1937, pelo Administrador do Concelho do Barreiro, "acusado de fazer parte do Sindicato Único dos Operários da Companhia União Fabril, oficinas do Barreiro" (Processo 2517), recolheu à 1ª Esquadra, transferido para Caxias em 01/03/1937, voltou à 1ª Esquadra em 22/03/1937 e, em 29/03/1937, levado para uma esquadra, incomunicável. Em 02/04/1937, nova transferência para a 1ª Esquadra, foi libertado em 13/04/1937. Entregue pela PSP do Seixal em 21/04/1938, "para averiguações", recolheu à 1ª Esquadra e foi libertado em 14/05/1938 (Processo 425/38).]

00842. Francisco Campos / Francisco de Campos [1932]

[Francisco Campos || F. 03/08/1932 || ANTT || PT-TT-PVDE-Policias-Anteriores-3-NT-8903 || "Imagem cedida pelo ANTT"]

[Braga, c. 1903, pintor - Lisboa. Filiação: Rita de Oliveira, António Campos. Veio de França em 1928, onde seria filiado na célula 224 do Partido Comunista Francês. Em Portugal, tornou-se militante activo do Partido Comunista Português: em 1931, era Secretário do Comité de Zona Nº 2, composto por Ângelo RochaCésar MaurícioManuel Moor, tendo escapado de ser preso na véspera do movimento revolucionário de 26/08/1931. Reorganizou, em 1932, o Comité de Zona N° 1, sendo responsável pela formação de "brigadas de choque" na zona de Alcântara, Campo de Ourique, Campolide e Santo Amaro. Em Fevereiro desse ano, esteve envolvido nos preparativos da jornada de luta a ocorrer no dia 29, e que implicava o recurso a bombas, acabando por não se realizar devido à prisão de alguns dos implicados. Falhada a jornada de 29 de Fevereiro, interveio nos preparativos do 1.º de Maio e, por isso, presenciou as experiências com bombas realizadas na Serra de Monsanto em 9 e 17 de Abril. Com a prisão de vários militantes comunistas naquele local em 24/04/1932, participou em reuniões com o fim de serem reorganizadas as "brigadas de choque", debilitadas pelas intervenções policiais, e preparar a jornada do 1.º de Maio. Preso em 12/06/1932, quando seria o filiado 63 da Célula 8 do comité de Zona Nº 4, recolheu, incomunicável, ao segredo do Aljube. Integrou o numeroso grupo de presos políticos que, em 19/11/1933, embarcou para Angra do Heroísmo, onde permaneceu quase 10 anos e passou pela "poterna" e pelo "calijão", as célebres células de castigo. Julgado pelo TME em 18/08/1934, foi condenado a 14 anos de prisão em degredo, ficando, depois, à disposição do Governo, reflectindo o facto de ser, também, acusado de, juntamente com Jaime Tiago e José Manuel Saraiva de Aguiar, ter planeado atentados pessoais contra o Ministro das Finanças [António de Oliveira Salazar] e o Capitão Baleizão do Passo. Regressou de Angra em 23/07/1943 e transferido, no mesmo dia, para Peniche, evadiu-se desta prisão em 24/08/1945.] 

[João Esteves]

Sem comentários: