* PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CXXVII *
00963. Francisco Soares [1932, 1933, 1937]
[Marco de Canaveses, 03/12/1902, guarda nº 298 da PSP do Porto / tipógrafo. Filiação: Maria Rosa, António Soares. Solteiro / Casado. Residência: Rua 15 de Novembro, á Boavista / Rua da Arrábida, 49 - Porto. Militante do Partido Comunista e filiado no Socorro Vermelho Internacional desde 1929, tendo aderido através de José Silva, desenvolvia desde então intensa actividade no Porto: fazia a ligação com Luís Pinto, a quem entregava a correspondência trocada com o Comité Central, as cotizações e novas propostas de filiados; estabelecia contactos com os secretários das diversas zonas já organizadas, entregando os boletins de informações e recolhendo as cotizações; formou grupos na Carris; e era mentor de reuniões no seu quarto. Preso no Porto em 17/02/1932, foi-lhe fixada residência obrigatória em Peniche por despacho de 22/06/1932 (Processo 52/Porto), transferido para Lisboa em 15/07/1932 e levado para o Aljube, de onde seguiu para aquela localidade em 09/08/1932 (Processo 561/SPS); libertado em 28/12/1932. Preso no Porto em 03/05/1933, por fazer parte do Socorro Vermelho Internacional e distribuir panfletos de propaganda comunista, nomeadamente "Pela Frente Única de Luta", colaborando com Augusto de Sousa e Apolino Leite Aragão (Processo 144/Porto); libertado em 24/05/1933. Em Junho de 1934, estava referido como sendo um dos dinamizadores do Socorro Vermelho Internacional na cidade do Porto, juntamente com Antero Moreira e Manuel Viana Ribeiro (Processo 334/Porto). Julgado, à revelia, pelo TME em 06/04/1935, foi condenado a 12 meses de prisão. Preso no Porto em 18/02/1937, por distribuir o "Avante!", nomeadamente a António Alves Ribeiro e Joaquim Correia de Oliveira Afonso, sendo considerado o principal organizador do Socorro Vermelho no Norte do País (Processo 117/937 - Porto, Processo 650/937, Processo 3017/SPS). Julgado pelo TME em 04/08/1937 e 25/08/1937 foi, primeiro, condenado a quatro anos e, depois, como já tinha sido julgado à revelia em 1935, a seis anos de desterro com prisão: transferido para Peniche em 28/08/1937, seguiu para Angra do Heroísmo em 23/10/1937, de onde regressou em 27/07/1943, seguiu para Peniche e saiu em liberdade condicional em 26/11/1943 Processo 122/937, Processo 511/37.]
00964. Serafim Martins Pereira Mendes [1932, 1934]
[Gondomar, c. 1893, estucador - Gondomar. Filiação: Margarida Pereira, Manuel Martins Ferreira Mendes. Casado. Residência: Lugar do Outeiro - Gondomar. Preso pelo Administrador do Concelho de Gondomar e entregue no Porto em 08/04/1932, por proferir diversas ameaças públicas e "ter afirmado em público que mataria Sua Exª o Presidente da República se lhe dessem seis mil escudos" (Processo 78/Porto). Por despacho de 22/06/1932, foi determinado que lhe fosse fixada residência obrigatória na Ilha Terceira, indo do Porto para Lisboa em 16/07/1932 e levado para o Aljube (v. Processo 488); libertado em 06/03/1934, quando se encontrava preso na Cadeia Penitenciária de Lisboa. Preso em 07/03/1934, "para averiguações" (Processo 1050-A) e transferido, em 23/04/1934, para Peniche; libertado em 08/01/1935.]
00965. Cândido da Anunciação Ribeiro Morgado [1932]
[João Esteves]
Sem comentários:
Enviar um comentário