* PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CXIII *
00863. Libânio Nunes Percheiro [1932]
[Évora, c. 1906, serralheiro mecânico - Évora. Filiação: Maria da Conceição Nunes, Cláudio José Percheiro. Casado. Residência: R. Tenente Rolo de Andrade, 9 - Évora. Entregue pelo Comando da PSP de Évora em 07/04/1932, acusado de ter participado nos acontecimentos de 13/12/1931, aquando da visita à cidade da Liga Nacional Vinte e Oito de Maio, de que resultou a morte do Dr. Silva Dias (Processo 342); libertado em 18/06/1932, por parecer do Director Geral da Segurança Pública. Irmão de José Nunes Percheiro, que viria a ser preso em 1946. O pai, Cláudio José Percheiro (Ourique, 23/01/1881 - Évora, 15/04/1949), foi amanuense do Governo Civil de Évora, cidade onde também exerceu o cargo de delegado do governo e Comissário da Polícia durante a 1ª República. Teve ligações políticas ao Partido Republicano Português, foi Vice-Presidente do Centro Republicano Democrático de Évora e, em Julho de 1925, aderiu ao Partido Republicano da Esquerda Democrática.]
[alterado em 18/12/2021]
00864. António dos Santos Ferreira [1932, 1932]
[Mangualde, c. 1872, ferreiro - Lisboa. Filiação: Maria Filipe, Manuel dos Santos. Solteiro. Residência: Estrada de Sacavém - Quinta dos Pacatos. Preso pela PSP de Lisboa em 31/03/1932, "por injúrias ao Governo da Ditadura Nacional" e ao seu Ministro das Finanças (v. Processo 321); libertado em 02/04/1932. Preso em 30/05/1932, "por andar na Rua do Terreiro do Trigo a soltar frases subversivas, tais como 'Abaixo a Ditadura' e 'Viva a Nova Monarquia que matou o pagode à fome" (v. Processo 412); libertado em 18/06/1932.]
00865. António Ferreira da Costa [1931, 1933]
[Porto, c. 1899, professor – Porto. Filiação: Ermelinda Rosa Ferreira da Costa. Casado. Residência: R. do Rosário, 121 - Porto. Preso pela Delegação do Porto em 20/12/1931, «para averiguações», por envolvimento no movimento revolucionário de 26/08/1931 e ter mantido contactos com Armando Soares, Basílio Lopes de Almeida, Camilo Cortesão, Capitão Médico Ruivo, ex-Capitão Nuno Cruz e César de Almeida (Processo 40/Porto); enviado para Lisboa em 05/04/1932. Por parecer do Diretor Geral da Segurança Pública, e concordância do Ministro do Interior, foi-lhe fixada residência obrigatória em Peniche, para onde seguiu em 21/06/1932. Em 15/09/1932, evadiu-se na estação de S. Mamede quando se deslocava para Lisboa à ordem da Polícia Internacional Portuguesa (Processo 550). Abrangido pela amnistia de 05/12/1932, foi restituído à liberdade definitiva em 08/12/1932. Sempre vigiado, devido a ser colega de escritório do engenheiro António Rodrigues Praça e manter ligações com o ex-Capitão Nuno Cruz, acabou por ser preso pela delegação do Porto em 17/11/1933, por estar envolvido em manejos revolucionários. Transferido do Aljube do Porto para Peniche a fim de ser deportado, em 19/11/1933, para Angra do Heroísmo, onde foi ouvido em auto em 14/03/1934 (Processo s/nº). Regressou e apresentou-se na PVDE em 08/08/1934, continuando a residir no Porto.]
[alterado em 11/05/2024]
00866. Mário de Campos Ceia [1930, 1931, 1931, 1931]
[Mário de Campos Ceia || ANTT || PT-TT-PVDE-Policias-Anteriores-3-NT-8903 || "Imagem cedida pelo ANTT"]
[Lisboa, c. 1897, empregado do comércio. Filiação. Maria Assunção Melo, Alexandre de Campos Ceia. Solteiro. Residência: R. Central de Francos, 118 - Porto. Preso em 13/06/1930, "para averiguações de carácter político" (Processo 218/Porto); libertado em 09/07/1930. Preso em 07/04/1931, "para averiguações de carácter político"; libertado em 09/04/1931. Preso em 08/09/1931; libertado em 30/09/1931. Preso em 22/12/1931, seguiu do Porto para Lisboa em 02/04/1932 (Processo 40/Porto) e, em 16/06/1932, por ordem do Ministro do Interior, foi-lhe fixada residência obrigatória em Peniche, para onde seguiu em 21/06/1932 e de onde se evadiu em 01/07/1932 (Processo 550). Abrangido pela amnistia de 05/12/1932, foi anulado o pedido da sua captura.]
00867. Lauro José de Mendonça Peixoto [1928, 1930, 1931]
[Vila Nova de Cerveira, c. 1901, ex-sargento do exército. Filiação: Adelaide Filomena Peixoto, José Henriques Peixoto. Solteiro. Residência: Travessa da Picaria, 23 - Porto. Director, administrador e editor de O Clarim, quinzenário republicano independente publicado em Vila Nova de Cerveira em 1926. Preso pela Delegação do Porto em 21/07/1928, sendo libertado no mesmo dia. Preso em 30/04/1930, "por ter entendimento de natureza revolucionária com Paulo Rosa, Eleutério Barbeitos e outros" (Processo 4564-A), embarcou, em 23/05/1930, para a Ilha das Flores; evadiu-se da cidade da Horta em 10/10/1930. Preso pela Delegação do Porto em 08/12/1931, "por ter feito parte do grupo revolucionário que acompanhava o 'Tanque' que foi apreendido no local denominado Carvalho, no dia 2 de Maio do ano corrente" e estar envolvido no movimento de 26/08/1931, colaborando com o ex-capitão Nuno Cruz (Processo 33/Porto), alferes Castro e ex-tenente Reis Morais (Processo 40/Porto); seguiu para Lisboa em 19/12/1931 e regressou ao Porto em 19/12/1931 (Processo 256). Seguiu para Lisboa em 02/04/1932, com Mário de Campos Ceia e, em 16/06/1932, por ordem do Ministro do Interior, foi-lhe fixada residência obrigatória em Peniche, para onde seguiu em 21/06/1932 e de onde se evadiu em 04/07/1932 (Processo 550). Abrangido pela amnistia de 05/12/1932, foi anulado o pedido da sua captura por se ter evadido de Peniche.]
00868. Joaquim Pimentel Filipe [1932]
[Joaquim Pimentel Filipe || F. 18/07/1932 || ANTT || PT-TT-PVDE-Policias-Anteriores-3-NT-8903 || "Imagem cedida pelo ANTT"]
[Santa Cruz - Coimbra, jardineiro do Jardim Colonial - Lisboa. Filiação: Maria Emília Pimentel, João Filipe. Casado. Residência: Estrada de Caselas L. F. (à Ajuda). Preso em 21/06/1932, "por estar comprometido com o doutor Pedro Fazenda, elemento preponderante nas hostes dos inimigos da actual situação política do País e que anda fugido à acção desta Polícia" e ter estado presente numa reunião com o Marques da Ajuda e/ou Marques de Alcântara (v. Processo 450), recolheu, incomunicável, a uma esquadra; libertado do Aljube em 18/07/1932.]
[alterado em 30/12/2021]
00869. Virgílio Correia Pinto da Fonseca [1932]
[Régua, c. 1889, professor universitário - Director do Museu Machado de Castro - Coimbra. Filiação: Maria Augusta Fernandes da Fonseca, José Correia Pinto da Fonseca. Casado. Residência: R. Heliodoro Salgado, 57 - Lisboa / Coimbra. Presidiu, em 16/03/1930, a uma conferência realizada pelo Comandante Aragão e Mello no Ateneu Comercial de Coimbra. Preso em 21/06/1931, "por ter recolhido na sua residência o Dr. Pedro Fazenda, fugido à acção desta Polícia" (v. Processo 431); recolheu, incomunicável, a uma esquadra. Libertado em 26/06/1931, por despacho do Director Geral da Segurança Pública.]
[João Esteves]
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