* FRANCISCO DOS SANTOS VIOLANTE *
[1883 - ?]
Preso por sete vezes (1927, 1928, 1930, 1931, 1933, 1933, 1936), sempre por actividades políticas em Santarém, onde residia, Francisco dos Santos Violante participou nas revoltas de Fevereiro de 1927, Julho de 1928 e Agosto de 1931.
Deportado para Angra do Heroísmo, teve residência fixada em São Miguel, de onde fugiu para participar no movimento revolucionário da Madeira, em Abril de 1931. Durante as suas diversas prisões, passou pela Penitenciária de Lisboa, Aljube, Caxias e Presídio de Santarém.
Durante a 1.ª República, terá participado na Revolução de 14 de Maio de 1915, contra a Ditadura de Pimenta de Castro.
Já sob a Ditadura Militar, envolveu-se na Revolução de Fevereiro de 1927, tendo, então, sido preso na Penitenciária e sido demitido de oficial de diligências do Comissariado da Polícia, "por estar implicado no corte de comunicações telegráficas próximo de Santarém".
Vigiado em Outubro de 1928 por ser "um dos elementos conspiradores de Santarém" e preso em 29 do mês seguinte, "por estar implicado no movimento revolucionário de 20 de Julho, em Santarém", foi libertado em 5 de Março de 1929 [Processo 4130].
Preso, pela terceira vez, em 22 de Abril de 1930 e entregue pela Polícia de Informações dois dias depois, foi enviado, em 8 de Maio para Angra do Heroísmo.
Fugiu, com outros deportados, da Ilha de S. Miguel, onde estava com residência fixada, para participar, no Funchal, na revolta de Abril de 1931, onde colaborou com o tenente Rogério no âmbito do Comité Revolucionário.
Fracassada aquela, permaneceu escondido na cidade até embarcar para Lisboa, em 19 de Julho de 1931, no vapor alemão "Madrid", usando o nome Jacob Rodrigues.
Desembarcou na capital em 28 de Julho, terá seguido para Santarém, onde foi preso e entregue, em 12 de Outubro, à Secção de Justiça e Informações do Comando do PSP de Lisboa, por se ter evadido dos Açores, tomado parte na Revolta das Ilhas e estar envolvido "no movimento revolucionário de 26 de Agosto último, desenvolvendo grande actividade conspiratória nos arredores de Santarém".
Seria libertado em 12 de Maio de 1932 [Processo 169-A], no mesmo dia que Adão Duarte, António José Fernandes, António Maria, César Aguiar Ferreira Quaresma, Francisco José da Cruz, Francisco Ventura, Jaime Augusto Abrunhosa, José Pires, Kropotkine Lopes de Oliveira, Martinho Osório, Paulino de Vilhena e Vlademiro Mendes Coelho, todos eles presos por diferentes motivos políticos.
Referenciado como comerciante, voltou a ser detido em 13 de Março de 1933, "por suspeita de fazer parte da organização civil revolucionária, em Santarém" e libertado uma semana depois, no dia 20 [v. Processo 754].
Preso dois meses depois e enviado, em 30 de Maio, pelo Comando da PSP de Santarém, "sob a acusação de estar envolvido em manejos revolucionários", nomeadamente no processo de fabrico e transporte de bombas, abrangendo António Marques, que conhecera quando estivera preso na Penitenciária por motivos políticos, Augusto Porfírio Fragoso, Joaquim Martinho do Rosário e Manuel Nunes da Silva [Processo 746], só seria libertado em 20 de Abril de 1934, depois de cumprida a pena imposta pelo TME.
A última prisão deu-se quando foi entregue, em 18 de Novembro de 1936, pelo Comando da PSP de Santarém à SPS da PVDE, ficando no Presídio daquela cidade. Transferido para Lisboa em 12 de Janeiro de 1937, recolheu à 1.ª Esquadra e, em 16 de Janeiro, seguiu para Caxias; em 25 de Novembro passou para o Aljube, sendo libertado em 23 de Dezembro de 1938, "por ter sido indultado".
[João Esteves]
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