[Cipriano Dourado]

[Cipriano Dourado]
[Plantadora de Arroz, 1954] [Cipriano Dourado (1921-1981)]

domingo, 21 de novembro de 2010

[0120.] ELZIRA DANTAS MACHADO [I] || 1865 - 1942

* ELZIRA DANTAS GONÇALVES PEREIRA MACHADO *

[15/12/1865 - 21/04/1942]


Filha do conselheiro Miguel Dantas Gonçalves Pereira e de Bernardina Maria da Silva, Elzira Dantas Machado casou, em 1882, com Bernardino Luís Machado Guimarães [1851 - 1944].

Tal como algumas das suas filhas, foi das figuras mais prestigiadas da Liga Republicana das Mulheres Portuguesas, tendo apoiado, entre 1909 e 1916, várias das suas iniciativas, com destaque para a Obra Maternal. 

Viveu no Brasil enquanto o marido desempenhou as funções de Ministro de Portugal naquele país e, em 1916, presidiu à festa comemorativa do 7.º aniversário da Liga.

No entanto, foi no triénio 1915-1917 que mais se terá evidenciado enquanto propagandista, destacando-se então no âmbito da Associação de Propaganda Feminista e da Cruzada das Mulheres Portuguesas.

Detentora de 2 acções, foi Presidente da Empresa de Propaganda Feminista e Defesa dos Direitos da Mulher, sociedade constituída para editar o jornal A Semeadora (1915-1918), e da Associação de Propaganda Feminista (1915-1917), tendo subscrito, com Ana de Castro Osório, responsável pelo Grémio Carolina Ângelo, o conjunto de reivindicações feministas apresentadas ao Parlamento (Senado e Câmara dos Deputados) em Agosto de 1915.

No ano seguinte, Elzira Dantas Machado foi a principal obreira da fundação da Cruzada das Mulheres Portuguesas, criada não em função da defesa dos direitos das mulheres, mas sim do interesse nacional, voltando de novo a colaborar em estrita aliança com Ana de Castro Osório. Apontada como exemplo moral das causas defendidas, a partir do momento em que passou a dirigir a Cruzada pouco tempo lhe deve ter sobejado para se dedicar à APF.

Escreveu, durante o período que viveu no exílio, na sequência da Ditadura de 28 de Maio de 1926, a obra Contos – para os meus netos, que reflecte “as preocupações maternais da autora”.

[João Esteves]

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