* ANTÓNIO BORGES CLEMENTE || DEPORTADO PARA ANGRA DO HEROÍSMO *
Filho de Maria Clemente e de António Clemente, António Borges Clemente nasceu em Coimbra por volta de 1910.
Tipógrafo em Coimbra, terá sido preso em Outubro de 1933, com 23 anos, por estar envolvido na impressão de alguns números do jornal republicano clandestino A Verdade na tipografia de Manuel Reis Gomes, situada na Rua da Sofia, 116 [Alberto Vilaça, "O jornal republicano clandestino A Verdade", Revista de História das Ideias, 23, 2002].
Preso no Porto pelo agente da PSP de Coimbra e colaborador da Polícia Política Artur da Costa ("o 11"), que o seguira.
Levado para o Aljube e, depois, para Peniche, fez parte da leva de 143 presos políticos que, em 19 de Novembro de 1933, embarcou no vapor Quanza com destino à Fortaleza de São João Baptista, em Angra do Heroísmo, onde chegou a 22.
Torturado e espancado, tal como os outros tipógrafos, foi julgado em 27 de Agosto de 1934 e condenado a 420 dias de prisão e perda dos direitos políticos por cinco anos.
Saiu em liberdade em 9 de Janeiro de 1935, já depois de ter cumprido a pena a que fora condenado.
Na sequência deste mesmo processo envolvendo o jornal A Verdade, foram presos na mesma altura, entre outros: Manuel Reis Gomes, também ele deportado e vários anos encarcerado; João da Silva (escultor, cunhado de António Sérgio); António Maria Malva do Vale (médico); Neves Rodrigues; António Maria de Oliveira (tipógrafo); Henrique José Pereira de Matos (aprendiz); Manuel Pereira Júnior (servente); e os irmãos Jaime Gomes dos Santos, Mário Gomes dos Santos e José Gomes dos Santos (deportado para Angra do Heroísmo, voltaria a suceder o mesmo anos depois).
Na sequência deste mesmo processo envolvendo o jornal A Verdade, foram presos na mesma altura, entre outros: Manuel Reis Gomes, também ele deportado e vários anos encarcerado; João da Silva (escultor, cunhado de António Sérgio); António Maria Malva do Vale (médico); Neves Rodrigues; António Maria de Oliveira (tipógrafo); Henrique José Pereira de Matos (aprendiz); Manuel Pereira Júnior (servente); e os irmãos Jaime Gomes dos Santos, Mário Gomes dos Santos e José Gomes dos Santos (deportado para Angra do Heroísmo, voltaria a suceder o mesmo anos depois).
Fontes: ANTT, RGP 2; Alberto Vilaça, "O jornal republicano clandestino A Verdade", Revista de História das Ideias, 23, 2002; Alberto Vilaça, Resistências Culturais e Políticas nos Primórdios do Salazarismo, Campo das Letras, 2003.
[João Esteves]
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