* BEATRIZ TEIXEIRA DE MAGALHÃES *
[Beatriz Teixeira de Magalhães || 1928 || Pormenor de uma fotografia do II Congresso Feminista]
Professora do ensino primário geral desde os primeiros anos do século XX, Beatriz de Magalhães interveio no movimento associativo da classe, desempenhou cargos de direcção e participou em congressos.
Identificada com os princípios da Educação Nova e da Escola Única, integrou o Grémio dos Professores Primários Oficiais, a União dos Professores Primários de Portugal, a Casa dos Professores Primários, a Associação dos Professores de Portugal e a Liga de Acção Educativa.
Foi relatora da Tese “Programas”, apresentada ao Congresso Pedagógico de Leiria (Agosto de 1923), onde secretariou a 4.ª sessão, participou no Congresso da União do Professorado Primário, que decorreu entre 3 e 5 de Janeiro de 1926, secretariando a 3.ª sessão, colaborou na revista Educação Social, pertenceu, no biénio 1926-1928, ao Conselho Administrativo da Universidade Popular Portuguesa e, em 1929, surgiu na direcção da revista Educação, órgão da União Educativa Portuguesa.
Quando professora da Escola N.º 22, em Lisboa, surgiu como uma das responsáveis pelo Boletim Pedagógico, Órgão do Professorado Primário Oficial editado em 1915, e, entre Agosto e Dezembro de 1931, dirigiu e administrou, juntamente com A. Pereira de Carvalho e J. Pedro Dias (Júnior), O Ensino Primário, semanário pedagógico propriedade da Casa dos Professores Primários.
Beatriz Teixeira de Magalhães também se evidenciou enquanto feminista, encetando a sua colaboração com o Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas em meados da década de 20, onde desempenhou, entre 1927 e 1944, as mais diversas funções: Secretária das Actas (1927-1929, 1931-1934), Secretária Geral da Direcção (1939) e 2.ª Secretária da Assembleia Geral (1940-1944).
Pertenceu às Secções de Imprensa (1931, 1933, 1934) e de Educação (1931, 1933, 1934); angariou novas sócias para o Conselho; contribuiu para a aquisição duma bandeira portuguesa a ser enviada à Aliança Internacional Feminista; escreveu na revista Alma Feminina; apresentou a tese “Leituras e bibliotecas infantis” no Segundo Congresso Feminista (1928); engrossou a campanha contra as touradas; e aderiu ao II Congresso Abolicionista (1929).
Participou ainda na recepção promovida a Adelaide Cabete, quando do seu regresso de África, foi a autora de escritos evocativos desta médica, de Angélica Porto e de Vitória Pais Madeira e aderiu à Liga Portuguesa Abolicionista, dirigida por Arnaldo Brazão.
Editou Contos para a gente moça.
[v. JE, "Beatriz Teixeira de Magalhães", Dicionário no Feminino (Séculos XIX-XX), Livros Horizonte, 2005, pp. 168-169]
[João Esteves]
1 comentário:
Caro João Esteves, aproveito para acrescentar que BTM foi membro da Direcção da UPP e, na qualidade de secretária da sua AG, assinou diversas das suas actas no início do período em que Bento Caraça foi director da instituição.
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