* PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCXXVII *
01395. Manuel Quadrio Raposo [1931]
[Segundo o manuscrito do major António Fernandes Varão, seria guarda-livros em Angola, tendo sido deportado para Cabo Verde na sequência da Revolta das Ilhas, em Abril - Maio de 1931. Em 28/12/1932, continuava com residência obrigatória em Cabo Verde, tendo sido abrangido pela amnistia de 5 de Dezembro. Regressou e apresentou-se na S. V. P. e Social em 23/01/1933, declarando ir residir para a Rua Cecílio de Sousa, 75 - Lisboa. Um mês depois, em 23/02/1933, apresentou-se na mesma polícia e declarou ir residir em Angola, tendo embarcado nessa data.]
01396. Artur Augusto Correia de Brito [1930]
[Lisboa, c. 1899, comerciante. Filiação: Ludovina Correia de Brito, António Augusto Correia de Brito. Casado. Residência: Rua das Janelas Verdes (Convento das Marianas). Vigiado, em 06/07/1930 era transmitida a informação de que havia material explosivo no seu estabelecimento e na sua residência, colaborando com Henrique Pedreiro e Sotero Borges. Preso em 16/07/1930, "por estar implicado no movimento revolucionário em preparação, por ter ligações de carácter revolucionário com o Major reformado Lima e com o ex-Tenente Quilhó, por ter em seu poder quatro pistolas e seis caixas de balas «Parabelum» e ainda por estar encarregado de, em caso de revolução, assaltar as casas de vários indivíduos da situação e de os matar sem o conhecimento do Comité". Deportado, provavelmente, em 1931, para Cabo Verde, ainda aí se encontrava com residência fixada por motivos políticos em 28/12/1932, altura em que lhe foi comunicado que estava abrangido pela amnistia de 05/12/1932. Regressou e apresentou-se na S. V. P. e Social em 23/01/1933, declarando ir residir na Rua S. João da Mata, 35.]
01397. Manuel Pereira [1933]
01398. Horácio da Silva Alves [1933]
["O Horácio Pequeno". Lisboa, c. 1910, serralheiro. Filiação: Maria Ferreira da Silva, António Luís Alves. Solteiro. Residência: Travessa do Olival, 9 - Lisboa. Preso em 23/04/1920, "por ordem superior"; solto no mesmo dia. Preso 29/08/1924, "por assaltar o Castelo S. Jorge"; libertado em 19/11/1924. Preso em 24/01/1933, acusado de haver planeado no 1.º semestre de 1932, juntamente com António Silva, José Silvano de Sousa, "O Sousa Pasteleiro", e Manuel Vicente Pedroso, um atentado contra Salazar quando este se encontrava no Caramulo. Também era acusado de pertencer ao grupo "Os Dragões da Liberdade", o que não se provou. Levado, então, para uma esquadra, incomunicável. Transferido, em 06/10/1933, para o Aljube. Reentrou, em 02/04/1934, no Aljube. Julgado pelo TME em 09/06/1934, foi condenado a dois anos de prisão correcional. Entrou no Hospital de S. José em 06/07/1934, de onde terá saído em 05/01/1936, "por lhe ter sido dada alta por insubordinação", para os calabouços da 1.ª Esquadra. Transferido, em 24/01/1936, para a Fortaleza Militar de Peniche. Requereu para ser amnistiado em 03/06/1936. Terminou a pena imposta pelo TME em 12/01/1937, mas continuou em prisão preventiva. Reentrou no Aljube em 08/04/1937em 15/06/1938, para Caxias. Saiu em liberdade condicional em 28/05/1939. Passou bastante tempo na enfermaria do Aljube.]
[alterado em 22/03/2024]
[João Esteves]
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