[Cipriano Dourado]

[Cipriano Dourado]
[Plantadora de Arroz, 1954] [Cipriano Dourado (1921-1981)]

domingo, 14 de maio de 2023

[3293.] PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCXXIII

 PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCXXIII *

01382. Edmundo Gonçalves [1929, 1929, 1930, 1930, 1935, 1936]

[Edmundo Gonçalves || 1935 ou 1936 || ANTT || PT-TT-PIDE-E-010-7-1214_m0033]

[Lisboa, 19/02/1900, ex-2.º Sargento. Filiação: Francisca Júlia,  Henrique Gonçalves. Solteiro. Residência: Travessa da Laranjeira, 9 - Lisboa / Rua Nova do Almada, 36 - Lisboa. Preso em 13/04/1929, "por estar comprometido na organização revolucionária de Infantaria 17". Preso em 20/12/1929, "por ter ligações com elementos revolucionários, entre eles o Tenente Cardoso", sendo libertado em 03/03/1930. Preso em 30/04/1930,  "por suspeita de possuir uma pistola e resistência ao agente captor"; libertado em 10 de Junho "por nada se ter provado". Vigiado pelas autoridades policiais, o "Informador Bom" indicou, em 23 de Junho de 1930, que Edmundo Gonçalves "costuma parar na "Brasileira" na companhia de Zacarias José Cordeiro, do sargento Pinho [de Infantaria 17] e do Cabral". Preso em 17/07/1930"por ser considerado indesejável, sendo entregue ao Ministério da Guerra e proposto ao mesmo Ministério para que lhe seja fixada residência fora do Continente": "Não foi organizado processo". Fixada residência obrigatória em Cabo Verde, por motivos políticos, foi abrangido pela amnistia de 5 de Dezembro de 1932, tendo-se apresentado na S.V.P.S. em 18/01/1933 e continuado a viver na Travessa das Laranjeiras, 9. Preso em 09/06/1935, "por ser acusado de ter aliciado sargentos e assistido a reuniões políticas para o bom êxito do movimento revolucionário que estava para eclodir", sendo-lhe aprendido versos que cantaria. Encerrado no Aljube em 25 de Junho e libertado, por falta de provas, em 15 de Julho, Edmundo Gonçalves foi preso pela sexta vez em 06/12/1936. Transferido para a 1.ª Esquadra em 02/01/1937, seguiu para Caxias em 22/03/1937 e, em 17/04/1937, entrou no AljubeJulgado pelo Tribunal Militar Espacial em 23 de Abril, foi condenado a quatro anos de desterro e enviado para o Campo de Concentração do Tarrafal, integrando a 2.ª leva de presos políticos. Apesar de ter sido condenado a quatro anos, aí permaneceu sete anos e um dia, falecendo em 13 de Junho de 1944, com 44 anos de idade.]

01383. José Filipe Pereira Piçarra (ou Pissarra) [?, 1930, 1933, 1934, 1937]

[José Filipe Pereira Piçarra || ANTT || PT-TT-PVDE-Policias-Anteriores-3-NT-8903]

[Lapa - Lisboa, c. 1891, ex-tenente de infantaria. Filiação: Maria Augusta Pereira Piçarra (Pissarra), António Manuel Piçarra (Pissarra). Casado / Divorciado. Residência: Rua 1.º de Dezembro, 45 - Lisboa /  s. residência. Deportado, regressou dos Açores e apresentou-se, em 11/05/1929, no Ministério da Guerra, declarando ir viver para a Rua Cardeal Mercier J. E. M., Bairro da Bélgica. Preso em finais de Julho de 1930, "por estar envolvido num movimento que esteve por eclodir", foi-lhe fixada residência nos Açores, para onde seguiu em 08/08/1930. Por ter tomado parte no movimento militar da Madeira, seguiu, em 09/06/1931, para Cabo Verde, onde lhe foi fixada residência por determinação do Governo. Abrangido pela amnistia de 05/12/1932, regressou e apresentou-se na S. V. P. e Social em 18/01/1933, indo residir para o Largo Afonso Pena, 52. Preso em 12/07/1933, "sob a acusação de estar envolvido na organização dum movimento revolucionário em preparação", seguiu, em 14/07/1933, para Peniche, onde lhe foi fixada residência obrigatória pelo Ministro do Interior. Libertado em 26/07/1933, por despacho daquele ministro, continuou com residência fixada em Peniche, de onde se evadiu em 27/10/1933. Exilou-se em Espanha, regressou, clandestinamente a Portugal e refugiou-se em casa de Eulália Couto, em Guimarães, passando, depois, para casa de Manuel de Sousa Guimarães, em Serzedo, por ser procurado pela polícia de Bragança. Preso em 06/10/1934, pela Delegação do Porto da PVDE, "por estar envolvido em manejos revolucionários e possuir armas de guerra", seguiu, em 14/10/1934, para o Forte de Peniche, a fim de aguardar julgamento. Por motivos de saúde, entrou no Aljube em 22/02/1935 e, em 25/04/1935, regressou ao Porto a fim de ser julgado pelo TME. Julgado em 02/05/1935, foi condenado em três anos de degredo. Regressou a Peniche em 04/05/1935.  Interpôs recurso e, em 22/05/1935, foi confirmada a sentença anteriormente aplicada. Evadiu-se da Fortaleza Militar de Peniche em 02/05/1936, juntamente com o ex-furriel Francisco Horta Catarino e o ex-sargento José dos Santos Rocha. Preso e entregue pela PSP de Beja em 07/01/1937, por andar fugido e continuar a conspirar, nomeadamente com o ex-tenente-coronel Ribeiro de Carvalho e o ex-tenente Manuel António Correia, para além dos dois nomes com quem fugira de Peniche. Levado para o Aljube,  Deportado, em 05/06/1937, para o Campo de Concentração do Tarrafal, de onde regressou em 15/07/1940. Levado para o Forte de Caxias, foi libertado em 24/12/1940.]

[José Filipe Piçarra || ANTT || RGP/347 || PT-TT-PIDE-E-010-2-347_m0301]

[João Esteves]

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