* PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCXLIV *
01465. Manuel Augusto da Rosa Alpedrinha [1927, 1928, 1933]
[Mação, 08/04/1905, estudante da Escola Superior Colonial. Filiação: Ana Maria Rosa Alpedrinha. Solteiro. Residência: Rua Melo Gouveia - Lisboa / Rua Morais Soares, 58 - Lisboa. Preso em 01/12/1927, "por se manifestar publicamente contra a Ditadura Militar", e libertado no mesmo dia. Preso em 22/07/1928, "por suspeita de ter tomado parte no movimento revolucionário de 20"; libertado em 18/08/1928. Iniciado na Maçonaria em 08/06/1929, tornou-se, simultaneamente, militante clandestino do Partido Comunista, tendo cargos de responsabilidade. Colaborou com Bento Gonçalves e, em 1931, integrou o Secretariado Político do Comité Central Executivo, passando à clandestinidade no ano seguinte, andando fugido à polícia. Preso em 20/02/1933, passou pelo Aljube e Penitenciária de Lisboa, tendo sido deportado, em 19/11/1933, para Angra do Heroísmo, a fim de ingressar na Fortaleza de S. João Batista. Julgado em 25/08/1934, foi condenado em 690 dias de prisão correcional, faltando-lhe, então, cumprir 139 dias. Mandado libertar em 08/06/1935 pelo Tribunal Militar Especial, por ter terminado em 11/01/1935 a pena a que fora condenado, continuou detido à ordem da PVDE por decisão do Ministro do Interior. Seguiu, em 23/10/1936, para o Campo de Concentração do Tarrafal, de onde foi libertado por ter sido abrangido pela amnistia estipulada pelo Decreto 35041. Regressou a Lisboa em 01/02/1946, no barco Guiné, saindo em liberdade. Passou, então, a trabalhar como jornalista, nomeadamente nos jornais República e Diário de Lisboa. Faleceu em 30/12/1984, em Cascais.]
01466. Manuel Henriques Leitão [1930, 1931, 1937]
[Vila Alva - Cuba, 11/12/1903, estudante da Faculdade de Medicina de Lisboa / médico. Filiação: Brites Maria Henriques, Manuel José Leitão. Solteiro. Residência: Rua das Trinas, 1 - Lisboa. Integrou, entre 1926 e 1932, a Direção da Associação Académica da Faculdade de Medicina de Lisboa. Preso em 23/03/1930, "por ordem superior"; libertado no mesmo dia. Presidiu, em 25/04/1931, à Assembleia-Geral na qual os estudantes de medicina decidiram declarar-se em greve na sequência da Revolta das Ilhas, sendo preso em 28/04/1931. Libertado em 11/05/1931, foi-lhe fixada residência em Beja. Preso em 03/08/1937, "para averiguações", foi levado para o Aljube; libertado em 16/09/1937.]
01467. Mário Lima Alves [1931, 1938, 1947, 1948]
[Lisboa, 05/02/1906, estudante da Faculdade de Direito de Lisboa / advogado. Filiação: Maria Alice Cordeiro Dias Lima Alves, César Justino Lima Alves. Solteiro / Casado. Residência: Rua Rodrigo da Fonseca, 202 ou 204 - Lisboa. Preso em 29/04/1931, por ter participado na invasão da Faculdade de Direito de Lisboa, na sequência da declaração da greve no dia anterior; fixada residência na Covilhã. Preso em 20/04/1938, "para averiguações", recolheu ao Aljube; libertado em 02/05/1938. Em Outubro de 1945, foi um dos dinamizadores do Movimento de Unidade Democrática (MUD), integrando a sua 1.ª Comissão Central. Preso em 22/05/1947, "para averiguações", foi levado para a Penitenciária de Lisboa. Saiu em liberdade condicional em 07/07/1947 e obteve a liberdade definitiva em 04/02/1948. Preso em 19/08/1948, "para averiguações", entrou no Aljube; libertado no mesmo dia.]
01468. Narciso Luís Machado Guimarães [1931, 1936, 1937]
[Filho mais novo de Elzira Dantas Machado [1865 - 1942] e de Bernardino Machado [1851 - 1944], o Presidente da República deposto pelo Golpe Militar de 28 de Maio de 1926, Narciso Machado foi preso em 1931, em 1936 e em 1937, quando era estudante de Direito. Conheceu os calabouços da Penitenciária de Lisboa [1931], de Peniche [1936] e do Aljube [1937]. Nasceu em 05/06/1908, em Lisboa, e em 28/04/1931, quando era quintanista de Direito, participou no grande movimento estudantil desencadeado nesse final de mês contra a Ditadura, abrangendo as Academias do Porto, Coimbra e Lisboa, sendo preso por ser "um dos instigadores à greve projetada para o dia 1.º de Maio", levado para a Penitenciária de Lisboa e libertado em 07/05/1931. Em 04/09/1936, quando vivia na Rua Gomes Freire - 189, foi preso pela PSP e entregue, em 14 do mesmo mês, à Secção Política e Social da Polícia de Vigilância e Defesa do Estado por, juntamente com o irmão Bento Luís Machado Guimarães [1903 - 1976] e outros, "terem andado num automóvel de praça por várias artérias desta cidade, dando vivas ao comunismo". Detido na 1.ª esquadra e transferido, em 18/09/1936, para a Fortaleza Militar de Peniche, saiu em liberdade em 04/12/1936. Detido pela terceira vez pelo Comando da PSP de Lisboa, Narciso Machado entrou na Secção Política e Social da PVDE em 31/01/1937, recolheu à 1.ª esquadra e seguiu para o Aljube em 02/02/1937 e aí permaneceu até 31 de Maio.]
[João Esteves]
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