Silêncios e Memórias: [3304.] PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCXXXIII

segunda-feira, 22 de maio de 2023

[3304.] PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCXXXIII

* PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCXXXIII *

01425. Joaquim Augusto [1933]

[Joaquim Augusto || ANTT || PT-TT-PVDE-Policias-Anteriores-4-NT-8904]

[Sortelha - Sabugal, c. 1883, trabalhador / soldado reformado da GNR. Filiação: Delfina Maria, João Rodrigues. Casado. Residência: Rua Capitão Afonso Pala, 65 - Lisboa. Preso em 20/05/1933, "por estar envolvido em manejos revolucionários", nomeadamente com Bernardino Dias, tendo guardado invólucros de granadas de mão. Entrou no Aljube em 06/10/1933, "por ter bombas num quintal". Julgado pelo TME em 07/05/1934, foi condenado em quatro anos de desterro, multa de oito mil escudos e perda dos direitos políticos por oito anos. Interpôs recurso, tendo o TME de 18/05/1934 alterado a pena para a de prisão correcional já sofrida e multa de mil setecentos e noventa escudos. Libertado em 15/05/1935, por ter terminado o cumprimento da pena imposta pelo TME.]

01426. José Maria de Almeida Júnior [?, 1933]

[José Maria de Almeida Júnior || ANTT || PT-TT-PVDE-Policias-Anteriores-3-NT-890]

[Segões - Moimenta da Beira, 12/03/1899, funcionário público. Filiação: Rosalina Silva, José de Almeida. Interveio no Partido Radical / Partido Republicano de Fomento Nacional, constituído em 1923. Estava deportado na Guiné, quando participou na revolta de 1931, iniciada na Madeira na madrugada de 4 de Abril e espalhada pelos restantes arquipélagos e colónias. Falhada aquela, e mediante um acordo assinado entre os revoltosos da Guiné e as autoridades portuguesas, partiu para o Senegal, tendo por destino final Espanha: em 27 de maio, com outros companheiros, embarcou de Dacar para Las Palmas, onde chegou no vapor Doukkala, seguindo, no Escolano, para Cádis. Acabou por fixar-se, temporariamente, em Sevilha.

[José Maria de Almeida Júnior em Rosal de La Frontera || Maio de 1931 || in A Capital, 27/08/1982]

Regressou, clandestinamente, a Portugal, continuou a conspirar, e acabou por ser preso, sob a acusação de estar envolvido, juntamente com António Silva, Horácio da Silva Alves, Manuel Vicente Pedroso e Silvano de Sousa, num atentado contra o Presidente do Ministério, António de Oliveira Salazar, que se encontrava no Caramulo. A iniciativa teria sido combinada combinada entre António Silva, marceneiro que já estivera deportado em África e na Madeira, e José Maria de Almeida Júnior, tendo sido convidados os outros três para executarem o atentado, com recurso a tiros de pistola e bombas, o que não se concretizou por indecisão destes últimos. Regressado a Lisboa, chegou a estar escondido em casa de Fernando Matias Rodrigues, preso em 28/04/1933 e que acabaria por falecer em 18/02/1934, na enfermaria da Penitenciária de Lisboa. Transferido para o Aljube em 06/10/1933. Deportado, em 19/11/1933, para Angra do Heroísmo, foi julgado pelo TME em 21/08/1934 e condenado em dezoito anos de degredo, com prisão e multa de vinte mil escudos, ficando entregue ao Governo. Seguiu, em 23/10/1936, para o Campo de Concentração do Tarrafal, de onde regressou em 08/02/1940, dando entrada no Forte de Caxias. Por ter sido amnistiado, foi libertado em 03/06/1940. Faleceu em 24/11/1983, em Odivelas.]