* PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CLXIII *
01107. Henrique Alexandrino Vieira dos Santos [1932, 1933]
[Porto, 1913, estudante. Filiação: Maria do Carmo Vieira dos Santos, Alberto Alexandrino Vieira dos Santos. Solteiro. Residência: Rua Cidade de Manchester, 5 / R. de Santa Marta, 169 - Lisboa. Filho único do tenente Alexandrino dos Santos, um dos intervenientes no movimento revolucionário de Fevereiro de 1927 e de outras ações contra a Ditadura, viveu com a família em Espanha, nomeadamente em Madrid, onde aquele estava exilado, apesar de diversas incursões clandestinas a Portugal. Regressou a Portugal em 14/06/1932 e ficou a residir no Porto, em casa do avô, aproveitando para regularizar a sua situação militar. Mudou-se para Lisboa em 17/08/1932, ficando a residir em casa dos pais, na Rua Cidade de Manchester. Preso em 06/09/1932, juntamente com o pai, "sob a acusação de estar envolvido em assuntos de organização revolucionária", recolheu a uma esquadra; libertado da 23ª Esquadra em 15/09/1932 (Processo 514). Esta detenção visou obter informações sobre as atividades do pai, quer em Madrid, quer em Portugal. Preso em 18/03/1933, sob a acusação de, em Abril de 1931, ter transportado e entregue armas em locais de Lisboa a pedido do pai (v. Processo 754). Passou a residir definitivamente em Espanha onde, com o início da insurreição militar franquista em 17 de Julho de 1936, ofereceu, tal como o pai, colaboração ao governo legítimo de Espanha. O despoletar da Guerra apanhou-os em Barcelona e foi nessa zona que passaram a atuar. Faleceu em 05/10/1936, com 23 anos, no âmbito da defesa da República Espanhola na frente de Aragão, onde era oficial de uma seção de metralhadoras, havendo versões contraditórias quanto ao realmente sucedido. O seu nome foi atribuído a uma unidade do Partido Socialista Unificado da Catalunha e, em 30/05/1937, a casa de repouso do Corpo de Carabineros, dirigido pelo pai e inaugurada em Burriana (Castellón), foi batizada como "Enrique Alejandrino". (Robert Duró Fort, "Alberto Alexandrino dos Santos, un révoltionnaire ibérique pendant la guerre civile espagnole, 1936-1939", in Les Portugais et la guerre d'Espagne - Engagement militant, solidarités et mémoires, Riveneuve Continents 29-30, 2020, pp.107-138)]
01108. José Pinto dos Santos [1932]
[Ovar, c. 1905, marceneiro. Filiação: Maria da Ascensão Folha, António Maria Pinto dos Santos. Solteiro. Residência: Praça 5 de Outubro, 15 - Ovar. Entregue pela Administração do Concelho de Montemor-o-Novo em 09/09/1932, "acusado de ter colocado pedras e travessas sobre os carris da linha de caminho de ferro de Évora", e levado, incomunicável, para uma esquadra (Processo 512). Em 14/10/1932, entregue pela PSP de Lisboa no Manicômio Miguel Bombarda, onde ficou internado.]
01109. João dos Santos [1932]
[Lisboa, c. 1910, servente de pedreiro. Filiação: Laura dos Santos Gonçalves de Oliveira, Isidro dos Santos. Solteiro. Residência: Travessa das Fiandeiras, 14. Preso em 10/09/1932, "por suspeita de ter tomado parte na manifestação promovida pelas Juventudes Comunistas, comemorando a XVIII Jornada Internacional, em Alcântara, no dia 4 de Setembro"; levado, incomunicável, para uma esquadra (v. Processo 558). Por despacho do Ministro do Interior, datado de 21/11/1932, foi "condenado" a quatro meses de prisão; libertado em 21/03/1933.]
01110. Manuel Pinto [1931, 1932]
01111. Joaquim Pedroso Júnior [1932]
[Marinha Grande, c. 1905, vidreiro. Filiação: Rosália Vaz, Joaquim da Silva Pedroso. Casado. Residência: Marinha Grande. Entregue pelo Comando da PSP de Leiria em 11/09/1932, juntamente com Armando Correia Magalhães, Arnaldo Couceiro de Abreu e Joaquim da Silva Couceiro, todos levados para o Aljube. Libertado, por ordem do Diretor-Geral de Segurança Pública, em 30/09/1932.]
01112. Joaquim da Silva Couceiro [1932, 1949]
01113. Arnaldo Couceiro de Abreu [1932]
[Marinha Grande, c. 1908, vidreiro. Filiação: Amélia Couceiro de Abreu, Arnaldo Couceiro de Abreu. Solteiro. Entregue pelo Comando da PSP de Leiria em 11/09/1932, juntamente com Armando Correia Magalhães, Joaquim da Silva Couceiro e Joaquim Pedroso Júnior, todos levados para o Aljube. Libertado, por ordem do Diretor-Geral de Segurança Pública, em 30/09/1932.]
01114. Armando Correia de Magalhães [1932]
[João Esteves]
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