[Cipriano Dourado]

[Cipriano Dourado]
[Plantadora de Arroz, 1954] [Cipriano Dourado (1921-1981)]

sexta-feira, 28 de junho de 2024

[3452.] PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCCXXXVII

 PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCCXXXVII *

02016. José Núncio da Silva Júnior [1927]

[Transferido, em julho de 1927, de Elvas para a Casa de Reclusão do Porto, sendo considerado «preso político».]

02017. Francisco Gonçalves da Cunha [1927]

[2.º sargento. Transferido, em julho de 1927, de Elvas para a Casa de Reclusão do Porto, sendo considerado «preso político».]

02018. Gregório Roque da Silva [1927, 1927]

["Gregório das Bombas". Torres Novas. Carpinteiro. Filiação: Catarina da Conceição Roque, Francisco Roque da Silva. Preso em 29/08/1924, por «ser detentor de bombas», e em 02/02/1926, «por ter tomado parte no movimento revolucionário de Almada». Por ter participado no movimento revolucionário de 07/02/1927, foi preso, terá estado no Forte de Elvas e seria julgado na primeira audiência do TME, em Santa Clara, em 11/06/1927: condenado em 4 meses e um dia de prisão, saiu em liberdade devido ao tempo de detenção preventiva. Preso em 09/07/1927, acusado de ser um dos responsáveis pelo ataque à bomba contra um automóvel ocorrido na Rua dos Sapadores em 07/02/1927. Levado para os calabouços do Governo Civil, seria deportado para Angola. Embarcou no vapor "Zaire", da Companhia Nacional de Navegação, em 20/09/1927, juntamente com dezenas de cadastrados e outros presos por motivos políticos e sociais, entre os quais constavam: Adriano Matos Fragoso, Alexandre Pereira de Campos, Alfredo Nordeste, Álvaro da Costa Ramos, António Inácio Martins, António Maria Malva do Vale, António Marques, António Mendes Soldado Júnior, Arnaldo Simões Januário, Artur Augusto Duarte da Luz de Almeida, Bernardino dos Santos, Custódio José Dantas, Francisco Nóbrega Quintal, José Alberto, João Pedro dos Santos, João Pereira, José Bernardino Alves Pereira, Manuel Alegria Vidal e Manuel Portolez Saraiva.]

02019. Joaquim T. Silva [1927]

[Tenente. Acusado de participar no movimento revolucionário de fevereiro de 1927, esteve deportado na ilha Terceira, de onde regressou em julho, por ordem do Governo.]

02020. António J. Fontes [1927]

[Tenente. Acusado de participar no movimento revolucionário de fevereiro de 1927, esteve deportado na ilha Terceira, de onde regressou em julho, por ordem do Governo.]

02021. Rogério V. S. de Carvalho [1927]

[Tenente. Acusado de participar no movimento revolucionário de fevereiro de 1927, esteve deportado na ilha Terceira, de onde regressou em julho, por ordem do Governo.]

02022. Eduardo Soares de Moura [1927]

[Professor. Residência: Rua de Santa Catarina - Porto. Preso pela Polícia de Informações do Porto, talvez em 09-10/07/1927, e levado para o Aljube local.]

02023. Maria de Jesus Narcisa/Moreira [1927]

[Residência: Rua de Santa Catarina - Porto. Preso pela Polícia de Informações do Porto, talvez em 09-10/07/1927, e levada para o Aljube local. Talvez libertada em 11/07/1927.]
[alterado em 28/06/2024]

[João Esteves]

quinta-feira, 27 de junho de 2024

[3451.] PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCCXXXVI

 PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCCXXXVI *

02006. Américo Exposto [1927]

[Chefe de Música de Infantaria 3. Acusado de estar implicado na revolução de fevereiro de 1927, no Porto, foi libertado da Casa de Reclusão em meados de maio.]

02007. Aníbal Alves Viana [1927]

[Sargento Ajudante de Infantaria 3. Acusado de estar implicado na revolução de fevereiro de 1927, no Porto, foi libertado da Casa de Reclusão em meados de maio.]

02008. José da Horta [1927]

[1.º Sargento reformado. Acusado de estar implicado na revolução de fevereiro de 1927, no Porto, foi libertado da Casa de Reclusão em meados de maio.]

02009. Rodrigo Augusto dos Santos [1927, 1935]

[Barcelos, c. 1875. 2.º Sargento reformado. Filiação: Maria da Graça Nunes dos Santos, Sebastião Maria dos Santos. Casado. Residência: Largo General Luís do Rego - Viana do Castelo. Acusado de estar implicado na revolução de fevereiro de 1927, no Porto, foi libertado da Casa de Reclusão em meados de maio. Preso pela Delegação do Porto da PVDE em 15/03/1935, por manter ligações revolucionárias com Adriano de Carvalho e Jorge Gonçalves. Além disso, tinha conhecimento da deslocação do filho a Espanha, onde teria mantido contactos com «foragidos políticos». Libertado em 21/03/1935.]

02010. João de Almeida [1927]

[Professor - Inspeção Escolar de Braga. Deportado em 1927 para Moçâmedes, regressou no vapor "África" em 19/06/1927. Vigiado, um relatório de abril de 1931 identificava-o como «adversário da Ditadura», reunindo na redação do jornal "O Correio do Minho", «baluarte dos adversários da Ditadura».]

02011. Arruda [1927]

[Tenente. Na sequência da participação na revolução de fevereiro de 1927, foi deportado para Angola. Em meados de junho, embarcou em Luanda, no vapor "África", com destino ao Funchal, de onde deveria seguir para os Açores a bordo do "S. Miguel".]

02012. Rodrigues Sampaio [1927]

[Capitão. Na sequência da participação na revolução de fevereiro de 1927, foi deportado para S. Tomé. Em meados de junho, embarcou em Luanda, no vapor "África", com destino ao Funchal, de onde deveria seguir para os Açores a bordo do "S. Miguel".]

02013. Joaquim Bento [1927, 1928, 1934]

[Mafra, c. 1885. Comerciante. Filiação: Maria da Nazaré, José Bento. Casado. Residência: Rua Alves Correia, 141 - Lisboa. Preso em 03/07/1927 pela Polícia de Informações do Ministério do Interior, quando assistia a uma reunião de republicanos, e levado para a antiga Penitenciária com os outros detidos na mesma circunstância. Preso em 16/02/1928, «por ordem superior», e libertado no dia seguinte. Vigiado em 1929 e 1930. Preso em 30/05/1934, «por suspeita de manter ligações revolucionárias com o conhecido conspirador Acrísio Canas Mendes». «Não obstante ser reconhecidamente inimigo do Estado Novo», nada se provou e foi libertado em 15/06/1934.]

02014. Joaquim Luís Pinto [1927]

[Preso na sequência da revolta de fevereiro de 1927, evadiu-se da Casa de Reclusão do Porto em finais de junho, juntamente com António de Sousa Júnior. Aguardava julgamento pelo TME.]

02015. Joaquim Monteiro [1927, 1928]

["Quim Marinheiro". Porto, c. 1897. Empregado de comércio. Filiação: Ana Ribeiro, José Monteiro. Residência: Rua Anselmo Braancamp, 272 - Porto. Transferido, em julho de 1927, de Elvas para a Casa de Reclusão do Porto. Vigiado nesta cidade, em 07/10/1927, foi dada a informação que seria «chefe de um grupo civil da conspiração revolucionária». Preso em 21/03/1928, «por ser o autor de vários assassinatos no Porto», evadiu-se da cadeia do Forte de Monsanto em 08/04/1928.]

[João Esteves]

terça-feira, 25 de junho de 2024

[3450.] PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCCXXXV

 PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCCXXXV *

01998. Alexandre António Joaquim [1927]

[Tenente de Infantaria. Quando integrava o Regimento de Infantaria 13, sediado em Vila Real, participou no movimento revolucionário de 3 de Fevereiro 1927 despoletado no Porto. Deportado, seguiu no barco "Lourenço Marques", tendo de desembarcar em Luanda por motivo de doença. Seria, então, transferido para a Madeira e, depois, passou para a ilha Terceira, viajando no "Vasco da Gama". Vigiado em 1930, era descrito como «elemento conspirador de Vila Real», onde estava com residência fixada. Continuava em Vila Real em setembro de 1934. A SPS da PVDE não foi favorável à sua colocação no Regimento de Infantaria 13, considerando não ser conveniente a sua mudança de residência. Esta situação só seria desbloqueada em finais de 1935, quando a PVDE autorizou a sua colocação em qualquer Unidade «de fronteira».]

[Alexandre António Joaquim || 26/12/1935 || ANTT || PT-TT-MI-GM-4-54-442]

[Alexandre António Joaquim || 03/01/1936 || ANTT || PT-TT-MI-GM-4-54-442]

[Alexandre António Joaquim || 04/01/1936 || ANTT || PT-TT-MI-GM-4-54-442]

01999. Joaquim Lopes Fernandes [1927]

[Tenente de Infantaria. Participou no movimento revolucionário de 3 de Fevereiro 1927 despoletado no Porto. Deportado, seguiu no barco "Lourenço Marques", tendo de desembarcar em Luanda por motivo de doença. Seria, então, transferido para a Madeira e, depois, passou para a ilha Terceira, viajando no "Vasco da Gama".]

02000. Benevenuto Moreira dos Santos [1927]

[Marinha Mercante. Preso na Penitenciária de Lisboa por ter participado no movimento revolucionário de fevereiro de 1927. Tentou evadir-se em abril e, descoberto, foi transferido para o forte de Monsanto.]

02001. José Fernandes [1927]

[Funcionário da Câmara Municipal de Lisboa. Acusado de ter participado na revolução de fevereiro de 1927, foi levado preso para a Penitenciária de Lisboa. Libertado em abril, «por nada se ter provado contra ele».]

02002. Raul Mendes Garcia [1927]

[Guarda (cívico) N.º 832. Funcionário da Câmara Municipal de Lisboa. Acusado de ter participado na revolução de fevereiro de 1927, foi levado preso para a Penitenciária de Lisboa. Transferido para o Governo Civil, regressou àquela cadeia.]

02003. Mário da Conceição Malheiro [1927]

[Acusado de participar no movimento revolucionário de fevereiro de 1927, foi levado preso para o Aljube do Porto. Escreveu para o jornal "O Século" a reclamar a sua inocência e a solicitar ao Ministro da Guerra a revisão do seu processo.]

02004. Fernando de Castro [1927]

[Genro de Afonso Costa. Detido na fronteira em meados de maio de 1927, por ordem superior, quando regressava de Paris com Afonso de Macedo. Acompanhado por um agente desde a fronteira até ao Ministério do Interior, seria informado que a detenção se dera por «questões políticas». Libertado pouco depois.]

02005. Secundino Martins Real [1927]

[Vila Verde, Braga, 25/05/1869. Filiação: Maria Joaquina Martins da Costa, José Bento Real. 1.º sargento de Caçadores 9. Acusado de estar implicado na revolução de fevereiro de 1927, no Porto, foi libertado da Casa de Reclusão em meados de maio. Faleceu em 09/11/1948.]

[João Esteves]

[3449.] PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCCXXXIV

 PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCCXXXIV *

01991. José Guedes Leite [1927, 1928, 1930, 1931]

[Peso da Régua, c. 1882. Amanuense da Câmara Municipal de Peso da Régua. Filiação: Maria Leopoldina Rodrigues, José Leite Guedes de Gouveia. Casado. Residência: Régua. Acusado de estar envolvido na Revolta de Fevereiro de 1927, no Porto, ficou preso na Casa de Reclusão até ser transferido para Lisboa no "Infante de Sagres". Libertado da Cadeia Nacional em 19/07/1927. Preso em 12/02/1928, «para averiguações», e libertado no dia 14/02/1928. Vigiado em 1929 e 1930, seria preso na Régua em 07/10/1930, «por ser um dos mais ativos conspiradores contra a Situação»; libertado em 17/10/1930. Continuou a ser vigiado em 1931, sendo preso no Porto e enviado para Lisboa em 30/04/1931, «por estar comprometido na projetada greve geral». Libertado em 13/05/1931, foi-lhe fixada residência em Lamego, onde se apresentou no dia 16/05/1931.]
[alterado em 29/06/2024]

01992. Gaspar da Silva Moreira Vasques [1927]

[Comerciante na Régua. Acusado de estar envolvido na Revolta de Fevereiro de 1927, no Porto, ficou preso na Casa de Reclusão até ser transferido para Lisboa no "Infante de Sagres".]

01993. Manuel Moreira [1927]

[Comerciante em Gaia. Acusado de estar envolvido na Revolta de Fevereiro de 1927, no Porto, foi levado do Hospital da Misericórdia para o Hospital Militar, sendo transportado «em maca e escoltado».]

01994. Jaime Augusto da Rosa Alpedrinha [1927]

[Elvas. Major. Filiação: Josefa Maria Policarpo Alpedrinha, Francisco Porfírio da Rosa Alpedrinha. Casado. Integrou o 1.º Corpo Expedicionário Português, tendo embarcado em Lisboa em 14/07/1917. Quando integrava o Regimento de Infantaria 13, sediado em Vila Real, participou no movimento revolucionário de 3 de Fevereiro 1927 despoletado no Porto. Deportado, seguiu no barco "Lourenço Marques", tendo de desembarcar em Luanda por motivo de doença. Seria, então, transferido para a Madeira e, depois, passou para a ilha Terceira, viajando no "Vasco da Gama".]

01995. António Ernâni de Melo [1927]

[Capitão de Infantaria. Participou no movimento revolucionário de 3 de Fevereiro 1927 despoletado no Porto. Deportado, seguiu no barco "Lourenço Marques", tendo de desembarcar em Luanda por motivo de doença. Seria, então, transferido para a Madeira e, depois, passou para a ilha Terceira, viajando no "Vasco da Gama".]

01996. Manuel Ferreira Barbosa [1927]

[Capitão reformado da Guarda Fiscal. Participou no movimento revolucionário de 3 de Fevereiro 1927 despoletado no Porto. Deportado, seguiu no barco "Lourenço Marques", tendo de desembarcar em Luanda por motivo de doença. Seria, então, transferido para a Madeira e, depois, passou para a ilha Terceira, viajando no "Vasco da Gama".]

01997. Agostinho de Almeida Graça [1927

[Guimarães. Tenente de Infantaria 13. Filiação: Ana Emília Rosa de Almeida Graça, Manuel Maria de Almeida. Casado. Integrou o 1.º Corpo Expedicionário Português: embarcou em 15/11/1917 e regressou em 25/01/1919. Quando integrava o Regimento de Infantaria 13, sediado em Vila Real, participou no movimento revolucionário de 3 de Fevereiro 1927 despoletado no Porto. Deportado, seguiu no barco "Lourenço Marques", tendo de desembarcar em Luanda por motivo de doença. Seria, então, transferido para a Madeira e, depois, passou para a ilha Terceira, viajando no "Vasco da Gama".]

[João Esteves]

domingo, 23 de junho de 2024

[3448.] PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCCXXXIII

 PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCCXXXIII *

01982. António Maria da Silva [1927, 1928, 1928, 1929]

[António Maria da Silva || F. 11/12/1928 || ANTT || PT-TT-PVDE-Policias-Anteriores-3-NT-8903]

[Lisboa, 26/05/1872. Engenheiro pela Escola do Exército (1892). Filiação: Maria da Luz da Silva, António Maria Garcia da Silva. Casado. Residência: Avenida Praia da Vitória, 18 - Lisboa. Maçom, carbonário e republicano, sendo militante e dirigente do Partido Republicano Português - Partido Democrático. Eleito deputado por Silves (1911, 1925) e por Lisboa (1915, 1919, 1921, 1922). Integrou diversos governos enquanto ministro do Fomento (1913, 1915), do Trabalho e Previdência Social (1916), das Finanças (1920, 1920, 1920, 1921), do Interior (1922, 1925), da Guerra (1923, 1925), da Instrução Pública (1923) e da Agricultura (1922, 1922), tendo sido, ainda, o republicano que presidiu a mais governos (1920, 1922, 1922, 1922, 1925, 1926). Chefiava o Governo aquando do golpe militar de 28/05/1926. Preso em janeiro de 1927 e levado para o Forte da Trafaria, por estar associado ao Partido Republicano Português. Vigiado. Preso em 15/06/1928, «acusado de ter contribuído com a quantia de cem escudos para a confecção de manifestos clandestinos»; libertado no dia seguinte. Continuou a ser vigiado e anotados os seus contactos, incluindo participação em reuniões. Preso em 27/11/1928, «por estar implicado num movimento militar em preparação»; libertado em 25/12/1928. Continuou vigiado. Preso em 13/04/1929, «por estar em ligação com o "comité revolucionário"», e deportado, em 08/05/1929, para a Madeira, onde lhe foi fixada residência. Autorizado pelo Ministério do Interior a regressar, embarcou em 22/05/1930. Continuou a conspirar a partir de Cascais. Faleceu em Lisboa, em 14/10/1950.]

01983. José Lopes de Oliveira [1927]

[José Lopes de Oliveira]

[Vale de Açores, Mortágua, 25/12/1881. Professor e historiador. Filiação: Maria Adelaide de Jesus, João Lopes de Oliveira. Licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra (1905), enveredou pela profissão docente, começando a lecionar em Viseu. Após a implantação da República, foi nomeado diretor da Escola Normal de Lisboa e professor no Liceu Passos Manuel, onde também foi reitor (1920). Republicano e maçom, pertenceu, até 1920, ao Partido Republicano Português, aderindo, em 1923, ao Partido Republicano Radical, do qual se tornou Presidente em 1925. Preso em janeiro de 1927 e levado para o Forte da Trafaria, por estar associado ao Partido Republicano Radical. Deportado para Cabo Verde, regressou no vapor "África" em 19/06/1927. No momento do desembarque, declarou ao jornal "O Século" que era «francamente contra as ditaduras, mas não defendo o regresso à anarquia política em que vivíamos», afastando-se da posição das pretensões dos «republicanos exilados em Paris». As suas considerações sobre o apoio do Partido Radical ao golpe do 28/05/1926 seriam cortadas pela censura. Aposentou-se em 1946 e faleceu na Parede em 03/08/1971.] 
[alterado em 25/06/2024]
[alterado em 26/06/2024]

01984. Mário Marrecas Ferreira Pimentel [1927]

[Capitão de Infantaria 10. Participou ativamente na revolução de 3 de fevereiro de 1927, no Porto, ficando detido na Casa de Reclusão até ser transferido para Lisboa no "Infante de Sagres". Continuou a combater a Ditadura Militar, sendo vigiado quando em liberdade. Incluído na lista dos 33 nomes afastados de todo o serviço público ao abrigo do Decreto-Lei N.º 25317, de 13 de maio de 1935, o qual «manda aposentar, reformar ou demitir os funcionários ou empregados, civis ou militares, que tenham revelado ou revelem espírito de oposição aos princípios fundamentais da Constituição Política ou não deem garantia de cooperar na realização dos fins superiores do Estado».]

01985. Manuel Joaquim Oliveira [1927]

[Capitão farmacêutico. Participou ativamente na revolução de 3 de fevereiro de 1927, no Porto, ficando detido na Casa de Reclusão até ser transferido para Lisboa no "Infante de Sagres". Posteriormente, quando trabalhava na Farmácia Barreto, na Rua do Loreto, estava conotado com a Oposição e apoiou o general Humberto Delgado na campanha presidencial de 1958.]

01986. António José da Costa Cunhal [1927]

[Tenente do Exército – Batalhão de Metralhadoras 2. Quando alferes do Batalhão de Infantaria 35, integrou o 1.º Corpo Expedicionário Português. Participou na Revolta de Fevereiro de 1927, no Porto, e ficou detido na Casa de Reclusão até ser transferido para Lisboa no "Infante de Sagres". Continuou na carreira militar.]

01987. José Bonifácio da Costa [1927]

[Delegado do Ministério Público em Miranda do douro e Presidente da Comissão Administrativa da Câmara de Mesão Frio. Acusado de estar envolvido na Revolta de Fevereiro de 1927, no Porto, ficou preso na Casa de Reclusão até ser transferido para Lisboa no "Infante de Sagres".]

01988. Nicolau Pereira Gouveia [1927]

[Secretário da administração do concelho de Murça. Acusado de estar envolvido na Revolta de Fevereiro de 1927, no Porto, ficou preso na Casa de Reclusão até ser transferido para Lisboa no "Infante de Sagres".]

01989. Bernardo António Barros [1927]

[Salgueiral - Régua. Acusado de estar envolvido na Revolta de Fevereiro de 1927, no Porto, ficou preso na Casa de Reclusão até ser transferido para Lisboa no "Infante de Sagres".]

01990. António da Silva Correia [1927]

[Solicitador na Régua. Acusado de estar envolvido na Revolta de Fevereiro de 1927, no Porto, ficou preso na Casa de Reclusão até ser transferido para Lisboa no "Infante de Sagres".]

[João Esteves]

sexta-feira, 21 de junho de 2024

[3447.] PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCCXXXII

PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCCXXXII *

01977. Eduardo Henrique Maia Rebelo [1928, 1930, 1931]

[Areosa - Viana do Castelo, 1894. 1.º tenente da Armada. Filiação: Maria Antónia Maia Rebelo, Luís Joaquim Dias Rebelo. Residência: Rua de Santo António, 6 - Oeiras. Frequentou o Colégio Militar e a Escola Naval. Republicano, teve relevante participação na Revolução de 14/05/1915, que afastou o general Pimenta de Castro, e desempenhou funções militares em Moçambique e em Timor. Preso na residência de João Nicolau Lúcio Escórcio em 01/05/1928, quando estava reunido com outros elementos que integravam um «comité revolucionário», e levado para a Penitenciária de Lisboa. Ao contrário dos outros detidos, não foi logo deportado para S. Tomé em 04/05/1928, seguindo uns dias depois no barco "Zaire". No mês seguinte, houve uma tentativa de o libertar quando era conduzido num automóvel. Preso em 1930, seria deportado para Angra do Heroísmo em 08/06/1930 e, aquando da "Revolta das Ilhas", já como capitão tenente na reserva, integrou a Junta Revolucionária da ilha Terceira, juntamente com o comandante João Manuel de Carvalho e o major Lobo Pimentel. Fracassada aquela, ficou preso em Angra até ser enviado para Cavo Verde, apresentando-se na Praia em 18/06/1931. Foi-lhe fixada residência em Vila Nova de Sintra, na ilha Brava, e ficou excluído da amnistia  de 05/12/1932. Permaneceu em Cabo Verde até 1937, quando lhe foi levantada a deportação, com a condição de não regressar ao Continente. Exilou-se em Dakar e, sem regressar mais a Portugal, faleceu em 1953.]

01978. João Cruz Cebola [1928, 1937]

[João Cruz Cebola || ANTT || RGP/7524 || PT-TT-PIDE-E-010-38-7524]

[Nisa, 21/09/1886. Comerciante. Filiação: Isabel da Piedade, Jerónimo das Necessidades Marques. Preso em 16/05/1928, quando comerciante a residir no Barreiro, «acusado de ter tomado parte nas reuniões do "comité revolucionário" ultimamente descoberto», e levado para os calabouços do Governo Civil. Preso em 21/07/1937, «para averiguações», recolheu, incomunicável, a uma esquadra. Transferido, em 06/11/1937, para o Campo de Concentração do Tarrafal, sem ter sido julgado ou condenado. Abrangido pela amnistia estabelecida pelo Decreto-Lei n.º 35.041, de 18 de Outubro de 1945, seria libertado em 27/12/1945 e regressou a Lisboa, no barco “Guiné”, em 01/02/1946.]

01979. Vitorino Máximo de Carvalho Guimarães [1927]

[Vitorino Guimarães || ANTT || PT-TT-EPJS-SF-001-001-0002-0589A]

[Penafiel, 13/11/1876. Militar e político republicano. Filiação: Amélia Augusta de Carvalho Guimarães, Joao Antunes de Sousa Guimarães. Frequentou os Institutos Comerciais e Industriais do Porto e de Lisboa e a Escola do Exército, seguindo a carreira militar: integrou o CEP e, em 1936, atingiu a patente de coronel de Administração Militar. Lecionou na Escola do Exército, no Instituto dos Pupilos do Exército e no Instituto Superior do Comércio - Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras. Republicano, integrou o Comité Militar envolvido na preparação da implantação da República, exerceu cargos no Partido Republicano Português e foi eleito deputado por Bragança (1911, 1915) e Moncorvo (1919, 1921, 1925). Foi, por diversas vezes, ministro das Finanças (1915, 1921, 1922, 1923, 1925) e chegou a presidir ao 36.º governo republicano durante quatro meses e meio (1925). Preso em janeiro de 1927, por estar associado ao Partido Democrático, e levado para o Forte de S. Julião da Barra. Esteve deportado em Cabo Verde (Praia, ilha de Santiago), de onde embarcou, em junho de 1927, no vapor "África", com destino ao Funchal. Aqui, entrou no navio "S. Miguel", tendo como fim Santa Cruz da Graciosa, onde lhe foi fixada nova residência. Durante a viagem, tal como alguns dos companheiros, passou o dia 28 de junho em Angra do Heroísmo, sendo acolhido e homenageado pelos republicanos locais e deportados, incluindo militares. Chegou à Graciosa em 29/06/1927. Faleceu em 02/12/1957, em Lisboa.
[alterado em 26/06/2024]
[alterado em 29/06/2024]

01980. José Cortês / Cortez dos Santos [1927]

[Lisboa, 30/01/1885. Iniciou a carreira militar em 1902. Integrou o Corpo Expedicionário Português, foi chefe do Estado Maior de Lisboa, do Porto e da GNR e lecionou nas instituições militares. Foi ministro da Guerra (1921) e deputado eleito por Torres Vedras (1922). Preso em janeiro de 1927, quando era tenente coronel, e levado para o Forte de S. Julião da Barra. Esteve deportado em Cabo Verde (Praia, ilha de Santiago), de onde embarcou, em junho de 1927, no vapor "África", com destino ao Funchal. Aqui, entrou no navio "S. Miguel", tendo como fim Santa Cruz da Graciosa, onde lhe foi fixada nova residência. Durante a viagem, tal como alguns dos companheiros, passou o dia 28 de junho em Angra do Heroísmo, sendo acolhido e homenageado pelos republicanos locais e deportados, incluindo militares. Chegou à Graciosa em 29/06/1927. Regressou ao Continente em 26/02/1929, disso dando conta o Ministério do Interior. Segundo o Ministério da Guerra, estava preso na Casa de Reclusão Temporária de S. Julião da Barra em 05/12/1930, continuando na mesma situação em 14/04/1931. Por informação do Ministro da Guerra ao Ministro do Interior, datada de 05/06/1931, foi posto em liberdade, por nada se ter apurado, «ficando a residir em Lisboa». Prosseguiu a carreira militar, passando à reserva como brigadeiro (1947). Faleceu em Lisboa, em 17/12/1963.]
[alterado em 26/06/2024]
[alterado em 29/06/2024]

[José Cortez dos Santos || 05/06/1931 || ANTT || PT-TT-MI-GM-4-54-72]

01981. Aníbal Augusto Ramos de Miranda [1927]

[Santarém, 06/05/1869. Militar. Filiação: Ana José Carvalho Ramos de Miranda, Augusto dos Santos Ferreira de Miranda. Governar Civil de Santarém em 1921 e, em 1922, foi eleito senador pelo círculo de Santarém, integrando as listas do Partido Democrático. Preso em janeiro de 1927, quando era coronel, e levado para o Forte de S. Julião da Barra. Prosseguiu a carreira militar, atingindo o posto de general. Faleceu em 19/07/1959.]

[João Esteves]

quarta-feira, 19 de junho de 2024

[3446.] PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCCXXXI

 PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCCXXXI *

01970. Vítor Machado Pereira Falcão [1928]

[Bilhete Postal de Vítor Falcão || Arquivo Histórico de Almada || PT-AHALM-AHN-002-000043_3675]

[Lisboa, 1886. Escritor,  jornalista e crítico de artes plásticas. Filiação: Adelaide Emília Ferreira Vaz Falcão, Joaquim Machado Pereira Falcão. Casado. Residência: Faro. Evidenciou-se enquanto jornalista a partir de 1907, colaborando, entre outros, nos periódicos "Ilustração Popular" (1907), "O Intransigente" (1910), "A Capital" (1912), "O Século", "Revista Portuguesa" (1920), "Contemporânea", "Diário da Tarde" e "Diário de Lisboa". Próximo do Partido Democrático, conspirou contra a Ditadura Militar e, em 1927, esteve exilado em França e em Espanha, mantendo contactos regulares com os dirigentes republicanos na mesma situação, nomeadamente Bernardino Machado. Julgado e absolvido em 21/09/1927, regressou a Portugal pela fronteira de Vila Real de Santo António em janeiro ou fevereiro de 1928, procurando passar a residir em Faro. Foi-lhe fixada residência em Pinhel, mas recusou-se a cumprir a decisão do Ministro do Interior, bem como apresentar-se em Lisboa na Polícia de Informações. Preso em 16/03/1928, acusado de «conspirar contra a situação política» e «estar em ligação com elementos emigrados», e levado para a Penitenciária de Lisboa. Deportado no barco "Gil Eanes" para S. Tomé em 04/05/1928, passou para Angola, de onde conseguiu fugir «através do mato»: em janeiro de 1929, encontrava-se em Bruxelas, cidade onde passou a residir e continuou a manter contactos com outros exilados e emigrados políticos. Faleceu em 1966.] 
[alterado em 20/06/2024]

01971. Manuel Pedro Guerreiro [1927, 1928, 1930, 1933]

[São Brás de Alportel, 25/05/1878. Advogado. Filiação: Rosa da Conceição Pereira, Manuel Pedro Guerreiro. Casado. Residência: Rua de S. Francisco - Faro. Quando professor primário, frequentou a Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra entre 1907 e 1911, formando-se neste ano. Tornou-se, então, advogado e conservador do Registo Civil de Faro. Maçom e republicano, aderiu ao Partido Republicano Português, ao Partido Evolucionista e, por fim, à Esquerda Democrática, por quem foi candidato às eleições de 1925 pelo círculo de Faro. Governador Civil deste distrito entre 09/08/1924 e 11/06/1925. Participou ativamente na revolta de fevereiro de 1927 despoletada no Algarve na tarde do dia 4, integrando a Junta Revolucionária de Faro, juntamente com o 1.º tenente Sebastião José da Costa e o Dr. Vítor Castro da Fonseca. Preso em 26/02/1928, acusado de «estar implicado no complô do Algarve», seria deportado para S. Tomé em 04/05/1928, embarcando no "Gil Eanes". Regressou e apresentou-se na Polícia de Informações em 08/02/1929, passando a residir em Faro. Preso em 22/07/1930, «por suspeita de estar implicado no movimento revolucionário em preparação», e libertado no mesmo dia. Preso pela PSP de Faro em 31/05/1933, por determinação do Diretor da SVPS, acusado de «estar envolvido em manejos revolucionários», seria libertado em 07/06/1933. Faleceu em 01/02/1937, em Lisboa.]

01972. Joaquim Aurélio dos Santos [1928]

[Porto, c. 1878. Industrial. Filiação: Blandina Pereira de Jesus, António Espírito Santo. Residência: Rua do Loureiro, 132-136 - Porto. Envolvido na revolta de fevereiro de 1927, no Porto, exilou-se na Galiza juntamente com muitos outros intervenientes que conseguiram fugir. Preso em 21/03/1928, «acusado de bombista». Deportado para S. Tomé em 04/05/1928,  embarcou no "Gil Eanes". Evadiu-se em 14/01/1929.]

01973. José Rebelo [1928

["O José Mau". Porto, c. 1891. Filiação: Maria da Conceição Fernandes, Joaquim Rebelo. Residência: Rua do Bonjardim, 739 - Porto. Vigiado pela Polícia de Informações do Porto. Preso em 18/03/1928, «por ser um elemento perigoso e revolucionário de profissão», e deportado para S. Tomé em 04/05/1928, tendo embarcado no "Gil Eanes". Transferido, em 19/04/1930, para a ilha das Flores. Por ofensas corporais a outro deportado, esteve preso no Depósito de Deportados Políticos de Ponta Delgada e enviado para a Madeira, onde se apresentou em 17/07/1930. Regressou e apresentou-se em 10/10/1930.]

01974. Américo Negrão Buisel [1928

[Deportado no barco "Gil Eanes" para S. Tomé em 04/05/1928.]

01975. João Pereira de Carvalho [1928]

[Tenente. Preso na Penitenciária de Lisboa e deportado no "Gil Eanes" para S. Tomé em 04/05/1928.]
[alterado em 20/06/2024]

01976. Manuel Gregório Mendes [1928, 1934, 1935]

[Manuel Gregório Mendes || ANTT || RGP/350 || PT-TT-PIDE-E-010-2-350]

[Cachopo, Tavira, c. 1898. Guarda-livros. Filiação: Maria Inácia Barão, Gregório Mendes. Casado. Residência: Rua do Saco, 36 - Lisboa / Rua da Alameda, 6 - Lisboa. Preso na residência de João Nicolau Lúcio Escórcio em 01/05/1928, quando estava reunido com outros elementos que integravam um «comité revolucionário», levado para a Penitenciária de Lisboa e deportado no "Gil Eanes" para S. Tomé em 04/05/1928. Passou, depois, para Angola. Mandado apresentar no Ministério das Colónias, embarcou em Luanda, no vapor "África", em 24/01/1929. Apresentou-se no Ministério das Colónias e na Polícia de Informações em 20/02/1929 e voltou a residir em Lisboa. Preso em 25/09/1934, «por estar envolvido em manejos revolucionários» com, entre outros, Basílio Lopes Pereira, César de Almeida e Luís Carlos de Azevedo Morais. Entrou no Aljube em 18/10/1934, seria libertado em 08/04/1935. Preso em 27/04/1935 e enviado  no dia seguinte à Delegação da PVDE do Porto, por ordem do TME, a fim de responder num processo. Condenado em 01/05/1935 a seis anos de desterro e multa de doze mil escudos. Transferido para Peniche em 09/05/1935, regressou à Diretoria da PVDE em 05/09/1935 e foi-lhe fixada residência nas Caldas da Rainha.]
[alterado em 20/06/2024]

[João Esteves]

terça-feira, 18 de junho de 2024

[3445.] PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCCXXX

 PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCCXXX *

01965. José Carlos dos Santos [1928, 1930]

[Lisboa, c. 1885. Funcionário público. Filiação: Maria Emília Vieira dos Santos, Carlos Inácio dos Santos. Casado. Residência: Rua Alves Correia, 161 - Lisboa. Preso em 01/05/1928, quando reunido com outros elementos que fariam parte de um «comité revolucionário», seria levado para a Penitenciária de Lisboa e deportado no "Gil Eanes" para S. Tomé em 04/05/1928. Por decisão do Ministro das Colónias seguiu em março de 1929 para Moçâmedes (Angola), via Luanda,  no "Lourenço Marques", por lhe ter sido fixada residência na Chibia - província da Huíla. Escassos dias depois, foi autorizado o seu regresso à Metrópole, tendo embarcado em Moçâmedes naquele transporte em 13/03/1929. Apresentou-se às autoridades militares de Luanda em 19/03/1929 e, em 19/04/1929, apresentou-se no gabinete do Ministério do Interior, declarando ficar a residir em Lisboa. Preso em 22/07/1930, «por suspeita de estar comprometido no movimento revolucionário em preparação»; libertado em 11/08/1930.]
[alterado em 20/06/2024]

01966. António de Carvalho [1928]

[Barcarena, c. 1893. Médico. Filiação: Palmira Augusta F. Carvalho, Júlio José de Carvalho. Residência: Rua Carlos Mascarenhas, 12. Preso em 01/05/1928, quando reunido com outros elementos que fariam parte de um «comité revolucionário», foi levado para a Penitenciária de Lisboa e deportado no "Gil Eanes" para S. Tomé em 04/05/1928. Por decisão do Ministro das Colónias seguiu em março de 1929 para Moçâmedes (Angola), via Luanda,  no "Lourenço Marques", por lhe ter sido fixada residência na Chibia - província da Huíla. Por ter regressado, apresentou-se na Polícia de Informações em 03/12/1929.]
[alterado em 20706/2024]

01967. Camilo Zuzarte Cortesão Abreu [1928]

[S. João do Campo, 17/06/1890. Comerciante. Filiação: Joaquina Cortesão Abreu, Guilherme Zuzarte de Freitas Abreu. Casado. Residência: Rua Direita das Campinas, 426 - Porto. Primo direito de Jaime Cortesão. Participou nas primeiras revoltas contra a Ditadura Militar. Preso em 01/05/1928, quando reunido com outros elementos que fariam parte de um «comité revolucionário», seria levado para a Penitenciária de Lisboa e deportado no "Gil Eanes" para S. Tomé em 04/05/1928. Esteve exilado em Espanha e no Brasil, onde faleceu em 22/02/1966.]
[alterado em 20/06/2024]

01968. João Nicolau Lúcio Escórcio [1928]

[Ilha da Madeira, c. 1870. Capitalista. Filiação: Maria Joaquina Gomes, Casimiro Lúcio Escórcio. Viúvo. Residência: Rua Pinheiro Chagas, 27 - Lisboa. Preso na sua residência em 01/05/1928, quando estava reunido com outros elementos que integravam um «comité revolucionário», levado para a Penitenciária de Lisboa e deportado no "Gil Eanes" para S. Tomé em 04/05/1928. Por decisão do Ministro das Colónias seguiu em em finais de janeiro de 1929 para Lisboa, embarcando no no vapor "África". Apresentou-se, em 20/02/1929, no gabinete do Ministério do Interior e na Polícia de Informações de Lisboa, ficando a residir na Rua Alves Torgo, 14, por ter sido despejado da sua anterior casa por decisão administrativa, alegando-se ser «um local de reuniões políticas para fins revolucionários».]
[alterado em 20/06/2024]

01969. Raúl Pinto Coelho Madeira [1928, 1930, 1931, 1937]

[Raúl Madeira || in Gente de Soure, de António dos Santos Mota]

[Lagares da Beira, Oliveira do Hospital, 05/10/1897. Médico e assistente da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra. Filiação: Elvira dos Milagres Pires, Alexandre Coelho Madeira. Solteiro. Preso na residência de João Nicolau Lúcio Escórcio em 01/05/1928, quando estava reunido com outros elementos que integravam um «comité revolucionário», levado para a Penitenciária de Lisboa e deportado no barco "Gil Eanes" para S. Tomé em 04/05/1928. Conseguiu fugir desta ilha e, em março de 1929, encontrava-se em Paris numa situação económica muito difícil. Segundo Vítor Falcão, em carta a Bernardino Machado datada de 16/03/1929, tratava-se de um «rapaz de caráter, um espírito desempoeirado e brilhante, um republicano convicto, um valor moral e intelectual» que estava na «miséria», depois de ter ajudado a fuga de muitos deportados e que pensava emigrar para o Congo Belga. Regressou a Portugal e seria preso em 17/06/1930, acusado de estar implicado numa nova revolta com, entre outros, Augusto Casimiro, Carlos Vilhena, Correia de Matos, Ernesto Carneiro Franco, Francisco Cunha Leal, Hélder  Ribeiro, João Soares, Maia Pinto, Moura Pinto, Pinto Garcia, Rego Chaves, Ribeiro de Carvalho, Sá Cardoso e Tavares de Carvalho. Foi, então, um dos deportados para S. Miguel. Terá regressado já que casou em Lisboa em 03/01/1931. Voltaria a ser preso em 1931, «como bombista», e deportado, em 26/06/1931, para Timor. Durante o transporte, quando a bordo do "Gil Eanes", escreveu duas importantes missivas datadas de 09 e 10/07/1931, onde relatava que os 69 presos acomodados no porão da ré mal podiam respirar e que «viajamos com destino a Timor, em condições verdadeiramente miseráveis». Após quatro meses de viagem, desembarcou, em 21/10/1931, em Dili e ficou internado no Campo de Concentração de Oecussi. De volta à Metrópole, fixou-se como médico em Soure. Preso em 30/07/1937, por ordem do ministro do Interior. Levado para os calabouços da PSP de Coimbra, seria libertado em 29/08/1937. Integrou, em 1958, a Comissão Distrital de Coimbra da candidatura presidencial de Humberto Delgado. Subscreveu, em 31/01/1961, o "Programa para a Democratização da República". Faleceu em 05/10/1973.]
[alterado em 20/06/2024]
 
[João Esteves]

segunda-feira, 17 de junho de 2024

[3444.] PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCCXXIX

PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCCXXIX *

01962. Manuel António Augusto Ferreira Pinto Correia / Manuel António Correia [1928, 1929, 1930, 1938]

[Manuel António Correia]

[Alvarenga - Arouca, 18/03/1893. Tenente de Infantaria. Filiação: Maria José Augusta Ferreira Pinto, Carolino Correia. Já em Lisboa, após ter ficado órfão de pai, frequentou o Instituto Comercial e, em 1909, assentou praça como voluntário. Republicano e carbonário, participou na implantação da República, sendo um dos combatentes da Rotunda ao lado de Machado Santos. voluntariou-se para integrar o Corpo Expedicionário Português e, em 20/01/1917, embarcou para França, de onde regressou em 17/06/1919, sendo promovido a tenente em 31/07/1919. Após o triunfo da Ditadura Militar, interveio em muitas das revoltas e conspirações para a derrubar. Esteve envolvido no movimento de fevereiro de 1927 e, em 02/04/1927, foi afastado do Exército. Refugiou-se em Espanha, mas continuou a conspirar. Preso em 01/05/1928, com outros militares, seria levado para a Penitenciária de Lisboa e deportado para S. Tomé em 04/05/1928, embarcando no "Gil Eanes". Evadiu-se em 10/10/1928, regressou clandestinamente a Lisboa e voltou a ser detido em 07/01/1929, também em Lisboa, por estar implicado em novo movimento revolucionário. Foi-lhe fixada residência em Ponta Delgada, de onde fugiu. Preso em 08/12/1930, seria deportado, em 27/06/1931, para Timor, de onde se evadiu em 18/02/1932. Julgado à revelia em 03/11/1937, foi condenado pelo TME a oito anos de desterro, com prisão no local escolhido até dois anos. Preso em 02/10/1938, recolheu ao Aljube. Novamente julgado pelo TME em 27/06/1939, seria enviado para Caxias no dia seguinte e libertado em 03/06/1940, por ter sido amnistiado. Reintegrado como tenente, na situação de reserva, em 1951, requereu, em 1971, a revisão do seu processo, sendo, no ano seguinte, promovido ao posto de coronel. Também a demissão imposta em 1927 seria anulada e convertida em dois meses de inatividade. Faleceu em 16/08/1897, na Amadora.]
[alterado em 20706/2024]

[Manuel António Correia || ANTT || RGP/10738 || PT-TT-PIDE-E-010-54-10738]

01963. Júlio César de Almeida [1928, 1933, 1947]

[Júlio César de Almeida || F. 28/06/1947 || ANTT || RGP/17717 || PT-TT-PIDE-E-010-89-17717]

[Lisboa, 11/06/1891. Capitão / Funcionário contratado. Filiação: Angélica Marques de Almeida, Alfredo Augusto César de Almeida. Casado. Residência: Avenida da Boavista, 219 - Porto / Rua de Penha França, 234 - Lisboa. Esteve envolvido na revolta de fevereiro de 1927e, fracassada esta, exilou-se em Espanha, instalando-se em Madrid. Preso em 01/05/1928, quando se «encontrava reunido com outros elementos que formavam o comité revolucionário», seria levado para a Penitenciária de Lisboa e deportado, por ordem do Governo, para S. Tomé em 04/05/1928, embarcando no "Gil Eanes". Evadiu-se em 10/10/1928, continuou a conspirar contra a Ditadura Militar e, em fevereiro de 1933, andava fugido. Julgado, à revelia, pelo TME/Porto em 20/05/1933, acusado «de fazer parte duma conjura revolucionária para derrubar o Governo da Ditadura Nacional», seria absolvido. Vigiado, era referenciado por estar «envolvido em manejos revolucionários», juntamente com Artur Guilherme Rodrigues Cohen, Carlos Rodrigues Consiglieri, João Lopes Soares, José Joaquim Mendes, Manuel Jacinto, Roque Laia e Sarmento de Beires. Entregue pela Delegação do Porto à Polícia de Defesa Política e Social em 17/08/1933, deu entrada no Hospital Militar Principal para tratamento, ficando internado. Evadiu-se em 22/09/1933. Julgado à revelia pelo TME em 18/05/1934, seria condenado a doze meses de prisão correcional. Esteve exilado em Espanha, onde integrou a Liga de Paris e o Grupo dos Budas. Assinou, em 1945, as listas do Movimento de Unidade Democrática (MUD). Preso em 28/06/1947, recolheu à Penitenciária de Lisboa e, em 11/08/1947, entrou na enfermaria do Aljube. Reingressou na Penitenciária em 16/08/1947 e, em 12/09/1947, seguiu para Caxias. Saiu em liberdade condicional em 02/10/1947, enquanto a definitiva só chegou em 29/06/1948.]
[alterado em 20706/2024]

[Júlio César de Almeida || 1933_09_23 || ANTT || PT-TT-MI-GM-4-54-161]

01964. José Feliciano da Costa Júnior [1928]

[Lisboa, 18/12/1884. Capitão de Cavalaria. Assentou praça no Exército em 05/12/1903 e, enquanto alferes, participou na implantação da República ao lado de Machado Santos. Já capitão, participou ativamente no golpe militar de 05/12/1917, ficando como Vogal da Junta Revolucionária presidida por Sidónio Pais. Foi, entre 11/12/1917 e 14/05/1918, Ministro do Trabalho e Previdência Social e, por decreto de 24/08/1918, seria nomeado representante de Portugal junto da Santa Sé. Integrou, a partir de julho de 1920, o Centro Republicano Sidónio Pais, embrião do Partido Nacional Republicano Presidencialista. Preso em 01/05/1928, por estar envolvido na preparação de um movimento revolucionário contra a Ditadura Militar, seguiu para a Penitenciária de Lisboa e foi deportado para S. Tomé em 04/05/1928, tendo embarcado no "Gil Eanes". Solicitou, em agosto de 1929, a possibilidade de passar a residir em Lisboa, o que foi considerado inconveniente pelas autoridades policiais em ofício para o Ministério da Guerra datado de 07/08/1929. Promovido a major em 30/09/1929, faleceu em 24/10/1929, em Lisboa.]
[alterado em 20/06/2024]

[João Esteves]

sábado, 15 de junho de 2024

[3443.] PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCCXXVIII

 * PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCCXXVIII *

01958. Carlos José de Sousa [1928]

[Preso durante a 1.ª República. Preso em 1928, seria libertado, juntamente com Manuel Joaquim de Sousa, em 26/05/1928.]

01959. Jaime Alberto de Castro de Morais / Jaime Morais [1928, 1940]

[Jaime de Morais || F. 27/07/1940 || ANTT || RGP/12546 || PT-TT-PIDE-E-010-63-12546]

[Porto, 13/07/1882. Médico e oficial da Armada - capitão de fragata. Filiação: Margarida Cândida Pereira de Castro Morais, Américo Pereira de Lemos de Morais. Casado. Formou-se, em 1904, na Escola Médico Cirúrgica do Porto e, no ano seguinte, ingressou na Armada, tornando-se médico naval. Maçom e republicano, interveio na implantação da República em 05/10/1910, opôs-se à ditadura de Sidónio Pais e combateu a Monarquia do Norte. Enfrentou a Ditadura Militar, participando ativamente na revolta despoletada no Porto em 03/02/1927. Fracassada esta, partiu para a Galiza, sendo julgado à revelia e demitido da Armada. Numa das suas incursões a Portugal, seria preso em 01/05/1928, durante uma reunião na residência de João Nicolau Lúcio Escórcio, levado para a Penitenciária de Lisboa e deportado para S. Tomé em 04/05/1928, embarcando no "Gil Eanes". Conseguiu evadir-se em outubro e instalou-se, primeiro, em França e, depois, em Espanha, onde integrou o "Grupo dos Budas" e colocou-se ao serviço da República triunfante. Finda a Guerra Civil, seria preso e internado num campo de concentração espanhol, passou pela Bélgica e retornou a França. Com a ocupação de Paris pela Alemanha nazi em 14/06/1940, procurou regressar a Portugal. Preso na fronteira de Vilar Formoso em 25/07/1940, quando entrava em Portugal, recolheu à cadeia da localidade e, em 27/07/1940, seguiu para Lisboa. Levado para o Aljube, foi libertado em 28/09/1940 e, por não lhe ser permitida a residência em Portugal, embarcou para o Brasil nessa mesma data. Fixou-se neste país, no Rio de Janeiro, onde continuou a atividade oposicionista. Amnistiado em 1950 e reintegrado na Armada, no posto de capitão-tenente na situação de reforma, visitou o país em 1952, não lhe sendo autorizado a sua permanência. Faleceu em 20/12/1973.]
[alterado em 20/06/2024]

01960. Alfredo António Chaves [1926, 1928, 1931]

[Chaves. 1890. Capitão de Infantaria. Filiação: Júlia Pires Chaves, António Maria Augusto Chaves. Casado. Dirigiu a primeira revolta contra a Ditadura Militar, organizando a sublevação de Chaves em 11/09/1926. Preso e condenado a 18 meses, evadiu-se, em finais de dezembro de 1926, do presídio de Santarém, estabelecimento onde estava a cumprir a pena. Preso em 01/05/1928, levado para a Penitenciária de Lisboa e deportado para S. Tomé em 04/05/1928, embarcou no "Gil Eanes". Em março de 1931, estava preso na Penitenciária de Lisboa e seria deportado para Timor em 28/06/1931, ficando internado no campo de Oé-Cussi. Foi explicitamente excluído da amnistia de 05/12/1932 e esteve exilado em Espanha e França. Quando se encontrava deportado em Moçambique, foi abrangido pela amnistia estabelecida pelo Decreto 26.633, de 25/05/1936. Faleceu em 1937.]
[alterado em 20/06/2024

01961. Nuno Cerqueira Machado Cruz [1928, 1933]

[Nuno Cerqueira Machado Cruz - Nuno Cruz || ANTT || PT-TT-PVDE-Policias-Anteriores-3-NT-8903]

[Ponte da Barca, Viana do Castelo, 05/03/1893. Capitão de Artilharia - Bacharel em Direito. Maria das Dores Machado Cruz, Alberto Carlos Cruz. Solteiro. Frequentou a Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra e combateu na 1.ª Guerra, onde foi gaseado em combate em 06/01/1918. Republicano, depois do apoio inicial ao golpe de 28/05/1926, intervindo em Coimbra, cedo o combateu e participou na revolta despoletada no Porto em 03/02/1927. Exilou-se em Espanha, continuou a conspirar e, numa das incursões clandestinas a Portugal, seria preso em 01/05/1928 e levado para a Penitenciária de Lisboa. Deportado para S. Tomé, embarcou no "Gil Eanes". Conseguiu evadir-se dessa colónia, tornou a refugiar-se em Espanha e continuou a conspirar, participando na revolta de 26/08/1931. Viria a ser preso no início de 1933 e, julgado em maio, condenado ao desterro. Preso na Cadeia da Relação do Porto, conseguiu fugir e exilou-se em Madrid, onde faleceu em 29/12/1934.]
[alterado em 20706/2024]

[Nuno Cerqueira Machado Cruz || ANTT || PT-TT-PVDE-Policias-Anteriores-3-NT-8903]

[João Esteves]