[Cipriano Dourado]

[Cipriano Dourado]
[Plantadora de Arroz, 1954] [Cipriano Dourado (1921-1981)]

sábado, 29 de fevereiro de 2020

[2296.] JOÃO FRANCISCO DOS SANTOS [I] || PRESO EM 1937, 1940, 1949, 1952, 1954

* JOÃO FRANCISCO DOS SANTOS *
[15/06/1898 - 26/03/1970]

Militar, ferido em combate na 1.ª Guerra, João Francisco dos Santos combateu durante mais de duas décadas a Ditadura do Estado Novo: esteve, entre 1933 e 1936, com residência fixada em Peniche e foi preso em 1937, 1940, 1949, 1952 e 1954.

[João Francisco dos Santos || ANTT || RGP/8749 || PT-TT-PIDE-E-010-44-8749]

Filho de Bárbara da Conceição e de Sebastião dos Santos, jornaleiro, João Francisco dos Santos nasceu em 15 de Junho de 1898, em Tavira - Santa Catarina.

Integrou o Corpo Expedicionário Português enquanto 2.° Sargento da 3.ª Bateria do 1.° Grupo do Corpo de Artilharia Pesada, sendo chefe da peça N.° 457. Embarcou em Lisboa em 21 de Agosto de 1917 e regressou à mesma cidade um ano depois, em 25 de Agosto de 1918.

Em 24 de Agosto de 1917, desembarcou em Brest e, em 26, seguiu viagem para o Havre, onde chegou a 28. Viajou para Inglaterra em 12 de Setembro e aí permaneceu até ao início do mês de Março do ano seguinte, regressando, então, a França.  

Em 30 de Maio de 1918 foi ferido em combate, tendo sido atingido por estilhaços de bombas de Aeroplanos e evacuado para o Hospital Inglês N.° 54. Depois de ter alta, foram-lhe concedidos 90 dias de licença para convalescer, tendo embarcado para Portugal num navio inglês em 22 de Agosto [AHM, PT/AHM/DIV/1/35A/2/42/38916].

Embora se desconheça exactamente a sua intervenção nos primeiros movimentos contra as Ditaduras Militar e Nacional, João Francisco dos Santos apresentou-se, em 26 de Novembro de 1933, no Comando Militar de Peniche «por lhe ter sido fixada residência obrigatória naquela localidade» [ANTT, Cadastro Político 5017].

As suas posições contra o regime saído do 28 de Maio de 1926 deviam ter tido impacto já que, apesar de sucessivos pedidos para ser transferido para Lisboa, foi-lhe sempre recusada tal pretensão pela Secção Política e Social da PVDE, «por inconveniente», continuando com residência fixa em Peniche até, pelo menos, Agosto de 1936.

Assim, em 1 de Julho de 1935, foi considerado inconveniente a mudança para a capital e, em 13 de Julho, também lhe foi negada a possibilidade de gozar 30 dias de licença em Faro, «podendo no entanto ser-lhe permitido gozar a licença em São Brás de Alportel».

Em 27 de Novembro do mesmo ano, a Secção Política e Social da PVDE continuou a informar o Ministério da Guerra, por intermédio do Ministério do Interior, de que havia inconveniente que João Francisco dos Santos passasse a residir em Lisboa, referindo a informação confidencial da Administração do Concelho de Peniche, datada de 22 do mesmo mês: «Revolucionário algarvio. É inválido de guerra, mas bem disposto de saúde; só deve estar com residência fixa, mas é-lhe favorável e não há inconveniente, em São Brás de Alportel».

No final desse ano, em 21 de Dezembro, foi comunicado à SPS que o Ministro da Guerra autorizou a sua deslocação e permanência em Lisboa até ao dia 6 de Janeiro de 1936, ficando a residir na Rua Carlos da Maia, 16, rés-do-chão esquerdo. Três dias depois desta última data, nova diligência do Ministério da Guerra sobre a possibilidade de João Francisco dos Santos poder residir em Lisboa, onde tinha a sua família, e nova recusa da Secção Política e Social da PVDE.

Em Março de 1936, solicitou autorização para se demorar por mais vinte dias na capital, «alegando que tem sua esposa muito doente», tendo a resposta da SPS da PVDE, datada de 17 de Março, sido «que é altamente inconveniente a presença do epigrafado em Lisboa ou fora do local onde tem residência fixada, sob qualquer pretexto». Em Julho de 1936, João Francisco dos Santos, através do Ministério da Guerra, solicitou a mudança de Peniche para Lisboa ou, então, autorização de «90 dias de licença na mesma cidade», mas a resposta foi a habitual: «o epigrafado é perigoso em Lisboa».

Em 10 de Agosto de 1936, foi autorizado, pelo Ministro da Guerra, «a ir buscar sua esposa, por motivo de doença, a Loulé».

O percurso político oposicionista deste Alferes inválido de guerra e, depois, referenciado como comerciante, continuou, entre 1937 e 1954, com diversas prisões [ANTT, Registo Geral de Presos 8749].

[João Francisco dos Santos || 26/12/1938 || ANTT || RGP/8749 || PT-TT-PIDE-E-010-44-8749]

Em 13 de Outubro de 1937, João Francisco dos Santos foi entregue à SPS da PVDE e levado para uma esquadra incomunicável. Manteve-se nas mãos daquela polícia até 18 de Janeiro de 1938, quando foi transferido para a Casa de Reclusão do Governo Militar de Lisboa [Processo 1563/937]. Julgado no Tribunal Militar Especial em 22 de Outubro de 1938, foi condenado a 5 anos de desterro e demitido de Oficial do Exército. Levado para Caxias - Reduto Norte, em 24 de Dezembro de 1938, foi novamente julgado pelo TME em 4 de Março de 1939, tendo-lhe sido mantida a pena aplicada.

[João Francisco dos Santos || 03/01/1948 || ANTT || RGP/8749 || PT-TT-PIDE-E-010-44-8749]

Libertado em 3 de Junho de 1940, por ter sido amnistiado, João Francisco dos Santos voltou a ser preso em 2 de Janeiro de 1948, levado para o Aljube e, no dia 24, para Caxias. No dia 29 de Janeiro foi posto à disposição do Governo Militar de Lisboa e julgado, em 29 de Julho, pelo Tribunal Militar Territorial, tendo sido condenado a seis meses e meio de prisão, pena já expiada com a prisão preventiva [Processo 1002/47]. No entanto, como interpôs e o Tribunal, reunido em 7 de Dezembro, manteve a pena, só seria libertado em 16 de Dezembro, por ordem do Governo Militar de Lisboa.

Novamente detido em 21 de Outubro de 1949 e levado para Caxias, foi libertado uma semana depois, no dia 28 [Processo 864/49]. 

[João Francisco dos Santos || 15/01/1952 || ANTT || RGP/8749 || PT-TT-PIDE-E-010-44-8749]

Voltou a ser preso em 7 de Janeiro de 1952 e levado para o Aljube, saindo em liberdade em 13 de Março, mediante termo de identidade e residência [Processo 42/952]. Integrava, então, a Organização Cívica Nacional, criada, em 1951, a partir da candidatura presidencial de Quintão Meireles. Foi preso pelas 11 horas e 30 minutos na sua sede, na Rua da Assunção, 42 - 4.° andar, juntamente com o brigadeiro António de Jesus Maia, o coronel Luís Gonzaga Tadeu, o comandante José Moreira de Campos, o major Daniel Alexandre Sarsfield Rodrigues, o capitão Henrique Galvão, o capitão Joaquim Pereira Monteiro de Macedo, o chefe da Polícia de Segurança Pública José António Fernandes, António Júlio Feio Borges, Darnaul Gomes Névoa Tadeu, José David e António Álvaro Pires Guerreiro [Francisco Teixeira da Mota, Henrique Galvão  - um herói português].

[João Francisco dos Santos || 20/12/1954 || ANTT || RGP/8749 || PT-TT-PIDE-E-010-44-8749]

Em 15 de Dezembro de 1954 foi, pela última vez, detido e levado para o Aljube. Transferido, em 20 de Dezembro, para Caxias, regressou ao Aljube em 29 e, em 22 de Fevereiro de 1955, foi posto à ordem do Governo Militar de Lisboa [Processo 146/954]. Manteve-se preso em Caxias entre 22 de Fevereiro e 19 de Julho de 1955, quando foi libertado por ordem do Governo Militar de Lisboa.

Durante, pelo menos, vinte e dois anos, João Francisco dos Santos esteve com residência fixa, preso ou vigiado.

Faleceu em 26 de Março de 1970.

NOTA: O nosso agradecimento a Nuno Ivo pelas relevantes informações enviadas.

Fontes:
AHM, João Francisco dos Santos - Soldado - Corpo de Artilharia Pesada [AHM, PT/AHM/DIV/1/35A/2/42/38916].

ANTT, Cadastro Político 5017 [João Francisco dos Santos / PT-TT-PIDE-E-001-CX10_m0594, m0594a, m0594b, m0594c].

ANTT, Registo Geral de Presos 8749 [João Francisco dos Santos / PT-TT-PIDE-E-010-44-8749].

Francisco Teixeira da Mota, Henrique Galvão - um herói português, Oficina do Livro, 2011.

[João Esteves]

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

[2295.] VER/REVER A ESCRITA DE MULHERES (1926 - 1974) || 5-6 DE MARÇO DE 2020

* COLÓQUIO INTERNACIONAL "VER/REVER A ESCRITA DE MULHERES (1926-1974)" *

5 e 06 de Março de 2020 | Auditório Almada Negreiros no Campus de Campolide da Universidade Nova


O colóquio internacional Ver/Rever a Escrita de Mulheres (1926-1974) no âmbito do projecto Escritoras Portuguesas nos tempos da Ditadura Militar e do Estado Novo, financiado pela Fundação Calouste Gulbenkian, decorrerá nos dias 5 e 6 de Março de 2020, no Colégio Almada Negreiros (Campus de Campolide).

Este encontro pretende aprofundar as questões da produção literária das mulheres no tempo da Ditadura Militar e do Estado Novo em Portugal. Pretende-se discutir o contexto sócio-político, assim como as condições e as razões de escrita de muitas mulheres, as estratégias de publicação, nomeadamente a escrita de textos de natureza muito diversa, a receptividade mais ou menos duradoira das obras de autoria feminina, os fundamentos e os actores da crítica literária, o cânone e a marginalização.

A entrada é livre mediante inscrição, até dia 26 de Fevereiro, para o email: escritorasportuguesas.1926.1974@gmail.com.


Colóquio Internacional “Ver/Rever a Escrita de Mulheres em Portugal (1926-1974)”

Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (NOVA FCSH)

Colégio Almada Negreiros - Campus de Campolide

5 de Março – Sala CAN 224

9:00 - 9:15 – Recepção e inscrições
9:15 - 9:45 – Sessão de abertura
Directora do IELT
Directora do CRILUS, Universidade Paris Nanterre
Directoras do CICS NOVA e das Faces de Eva

9:45 - 11:15As pioneiras Moderação: Teresa Sousa de Almeida

Graça Dos Santos (CRILUS, Universidade Paris Nanterre) – A mulher heroína do quotidiano em Um filho mais e outras histórias (1945) de Manuela Porto
Sara Marina Barbosa (Centro de Estudos Comparatistas, FLUL) – Irene Lisboa, a “desafiadora de todas as ordens estabelecidas”
María Comino Fernández de Cañete (Universidade de Extremadura) – Irene Lisboa: relação entre a consciência do mundo e do seu próprio íntimo
Patrícia Anzini (Research Center for Communication and Culture, CECC,UCP)
e Evelyn Caroline de Mello (Universidade Federal de São Carlos, Brasil) – Can Luso-Brazilian Women Speak? Ana de Castro Osório’s Lesson on LusoBrazilian Feminism across the Atlantic

11:15 - 11:45 – Coffee break

11:45 - 13:00A literatura infantilModeração: José Manuel da Costa Esteves

Renata Flaiban Zanete (Instituto de Letra e Ciências Humanas, Centro de Estudos Humanísticos, UM) – Maria Lamas e Alice Vieira em diálogo
Maria Gabriela de Sousa Silva (CIES, ISCTE, IUL) – Maria Lamas - Um ousado olhar em prol da cultura e da dignidade da mulher no Estado Novo
Sara Reis da Silva (Instituto de Educação, Centro de Investigação em Estudos da Criança, UM) – Maria Lúcia Namorado e a Literatura Portuguesa para a Infância: sobre um magistério assinalável

13:00 - 14:30 – Almoço

14:30 - 16:15A resistência ao Estado Novo | Moderação: Graça Dos Santos

Alda Maria Lentina (Dalarna University, Suécia) – O Portugal do Estado Novo: um mundo sem feministas?
Joana Filipa Passos (Centro de Estudos Humanísticos, CEHUM, UM) – Memória, Cabo Verde e a Ditadura: a escrita inter/dita de Orlanda Amarílis
Agnès Levécot (Centre de Recherche sur les Pays Lusophones, CREPAL) – Fernanda Botelho, Xerazade dos anos 60
Armanda Manguito-Bouzi (Universidade Côte d'Azur) – L’oeuvre de Maria Archer face à la censure Salazariste (1938-1955)
João EstevesIlse Lieblich Losa: a escritora cidadã

16:15 - 16:45 – Coffee break

16:45 - 18:30Resistências: a literatura colonial e produção escrita no Estado Novo | Moderação: Gonçalo Cordeiro

Everton V. Machado (Faculdade de Ciências Humanas, Universidade Católica Portuguesa, Centro de Estudos de Cultura e Comunicação) – “Vimala Devi não é o meu nome. É Teresa. Teresa!”: a autora goesa e Portugal
Luís Carvalho (Centro de Estudos Africanos, UP) e Pamela Peres Cabreira (Instituto de História Contemporânea, UNL) – Feminismo e luta anticolonial: Sofia Pomba Guerra na Imprensa Moçambicana (1930-1950)
Ana G. RamalheteEscrever para resistir - As mulheres escritoras, a Literatura Infantil e a oposição ao Estado Novo
Franklin Nelson (Universidade de Oxford) – Singing in the Feminine: The Cantigas d’Amigo and Colonial War Poetry
Elizabeth Olegario Bezerra da Silva (CHAM, UNL) – Condições de produção literária em regimes autoritários

6 de Março – Sala CAN 219

9:15 - 10:45Representações do corpo | Moderação: Isabel de Jesus

Zuzana Ráckociavá (Universidade de Masaryk em Brno, República Checa, Faculdade de Letras, Departamento de Línguas e Literaturas Românicas) – corpo e o erotismo na obra inicial de Luiza Neto Jorge
Raquel PedroRepresentações literárias femininas do aborto em Portugal durante o Estado Novo: quais eram e que repressões sofriam?
Antonio Augusto Nery (UFPR/CAPES/PRINT/CIDH/CLEPUL) – “Onde está o Menino Jesus?”, pergunta Natália Correia
Vivian Leme Furlan (Faculdade de Ciências e Letras da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, UNESP, FCLAr, Programa de Pós-Graduação em Estudos Literários/ FAPESP) – Rever A Madona, de Natália Correia: a liberdade sexual feminina não censurada

10:45 - 11:15 – Coffee break

11:15 - 12:30 - As mulheres e a leiModeração: Ana Rosa Mota

Helena Pereira de Melo (Faculdade de Direito, UNL) – As mulheres e o Direito no Estado Novo
Míriam Afonso Brigas (Faculdade de Direito, UL) – O pensamento de Elina Guimarães acerca da situação jurídica das mulheres no século XX
Maria Helena Pinto da CunhaRevolução, meu amor, de Maria Antónia Palla – uma aposta contra o silêncio

12:30 - 14:30 – Almoço

14:30 - 16:15Escritoras silenciadasModeração: Zília Osório de Castro

Teresa Sousa de Almeida (IELT, UNL) – O discurso autobiográfico na obra de Natália Nunes
Isabel Henriques de Jesus (CICS, Faces de Eva, UNL) - Maria Eulália de Macedo – um olhar perscrutador da realidade envolvente
Gonçalo Cordeiro (CRILUS, Universidade Paris Nanterre) – Sob o signo de Babel: itinerários da errância mítica e do devir literário em Terra de Nod de Judith Navarro 
Eleonor CastilhoA escritora Maria Cecília Correia (1919-1993) e a sua obra 
José Manuel da Costa Esteves (CRILUS, Universidade Paris Nanterre) – Anúncio de casamento de Patrícia Joyce: o anúncio de uma obra

16:15 - 16:45 – Coffee break

16:45 - 17:30 – Apresentação do projecto Escritoras portuguesas no tempo da Ditadura Militar e do Estado Novo, subsidiado pela Fundação Calouste Gulbenkian.

Comissão Científica: Alda Lentina, Ana Paiva Morais, Anna Klobucka, Catharina Edfeldt, Fernando Curopos, Fernando Rosas, Gonçalo Plácido Cordeiro, Graça dos Santos, Helena Pereira de Melo, Isabel Henriques de Jesus, João Esteves, José Manuel da Costa Esteves, Luís Vicente Baptista, Maria Araújo da Silva, Teresa Araújo, Teresa Sousa de Almeida, Zília Osório de Castro.

Comissão Executiva: Inês Vicente, Ana Rosa Mota, Graça dos Santos, Isabel Henriques de Jesus, José Manuel da Costa Esteves, Teresa Sousa de Almeida, Marina Bertrand.

[2294.] MARIA ALDA NOGUEIRA [III] || MARIA ALICE SAMARA - 2019

* MARIA ALDA NOGUEIRA. DA RESISTÊNCIA À LIBERDADE *

MARIA ALICE SAMARA || ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA || 2019








[Maria Alice Samara || Maria Alda Nogueira. Da Resistência à Liberdade || Assembleia da República || 2019]

[2293.] MÁRIO MATA BRANCO [I] || PRESO EM 1933, 1934 E 1947

* MÁRIO MATA BRANCO *
[01/12/1896 - 27/08/1959]

Mário Mata Branco foi iniciado na Maçonaria em 1928 e preso, pela primeira vez, em 1933, acusado de ser militante da célula do Partido Comunista em Faro e responsável pelo Socorro Vermelho Internacional. Voltou a ser encarcerado em 1934 e 1947.

[Mário Mata Branco || 21/06/1947 || ANTT || RGP/17696 || PT-TT-PIDE-E-010-89-17696]

Filho de Júlia Duque Mata Branco e de Francisco Rodrigues Branco, Mário Mata Branco nasceu em 1 de Dezembro de 1896, em Torres Novas, na freguesia de Santa Maria.

Funcionário do Banco do Algarve, onde era escriturário, foi iniciado na Maçonaria em 16 de Novembro de 1928, na Loja Gil Eanes N.º 413, em Faro, adoptando o nome simbólico de "Mário Neotorrejano", numa referência à terra do seu nascimento. Em 1932, era membro activo da Associação do Registo Civil [António Ventura, 120 Anos de Maçonaria no Algarve 1816 - 1936] e, no ano seguinte, já aparece referenciado como estando envolvido em actividades do Partido Comunista

Vigiado pela Polícia de Defesa Política e Social, foi descrito, em 26 de Março de 1933, como «desafecto à actual situação política do País», «tem afinidades comunistas», «pertenceu ao Socorro Vermelho Internacional» e «fez parte do grupo de republicanos democratas, de Faro, que enviou um telegrama em 24 do corrente, ao Dr. Domingos Monteiro, redacção do "Século", felicitando-o pela conferência levada a efeito por este senhor» [ANTT, Cadastro Político 4389].

Cerca de cinco meses depois, em 12 de Agosto de 1933, Mário Mata Branco foi entregue pelo Comando da PSP de Faro à Polícia de Defesa Política e Social «por se encontrar em manejos comunistas». Terá aderido ao Partido Comunista por intermédio de João Correia Gaspar e mantido contactos com Alberto Carlos Braga Júnior, quando este se deslocou a Faro, o 1.º marinheiro Artur Alves, Francisco Paula de Oliveira, Francisco Simões, José Joaquim Lopes MacedoManuel Atayde Carvalho Moreira, comunista residente em Portimão, e Pedro Batista da Rocha: «das três Delegacias que foram feitas a Faro, o epigrafado esteve sempre em contacto com os elementos de agitação, o que confirma o seu interesse pelo Partido Comunista Português» [Cadastro Político 4389; Processo 799]. Em 1933, seria o responsável da Comissão local do Socorro Vermelho Internacional

Libertado em 5 de Outubro de 1933, Mário Mata Branco seria preso em 28 de Setembro de 1934 para ser julgado pelo Tribunal Militar Especial que, reunido em 24 de Outubro, o absolveu [Processo 799A]. Saiu em liberdade no dia seguinte.

[Mário Mata Branco || 21/06/1947 || ANTT || RGP/17696 || PT-TT-PIDE-E-010-89-17696]

Voltou a ser detido em 20 de Junho de 1947, quando tinha 50 anos. Levado para uma Esquadra, foi transferido para a Penitenciária de Lisboa em 21 de Junho e entrou em Caxias em 23 de Setembro do mesmo ano [Processos 690/47 e 691/47]. Posto à disposição do Tribunal Militar Territorial em 29 de Outubro, o processo foi considerado extinto por acórdão de 27 de Maio de 1950 devido à amnistia de 10 de Maio do mesmo mês.

Faleceu em Lisboa em 27 de Agosto de 1959, com 62 anos de idade.

Fontes:
ANTT, Cadastro Político 4389 [Mário Mata Branco / PT-TT-PIDE-E-001-CX14_m0397, m0397a]. 

ANTT, Registo Geral de Presos 17696 [Mário Mata Branco / PT-TT-PIDE-E-010-89-17696].

António Ventura, 120 Anos de Maçonaria no Algarve 1816 - 1936, Sul, Sol e Sal, 2019.

[João Esteves]

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

[2292.] SEBASTIÃO JOSÉ DA COSTA [I] || REVOLTA DE FEVEREIRO DE 1927 - FARO

* SEBASTIÃO JOSÉ DA COSTA *
[02/06/1883 - 02/07/1966]

Militar republicano, seareiro e bibliófilo, Sebastião José da Costa foi um dos opositores à Ditadura Militar, tendo participado, no Algarve, no movimento revolucionário de Fevereiro de 1927. Preso, deportado e exilado por mais de uma vez, foi um dos 50 presos políticos que Salazar, enquanto Presidente do Conselho de Ministros, não incluiu na amnistia concedida em 5 de Dezembro de 1932.

[Sebastião José da Costa || Fotografia retirada do Blogue Almanaque Republicano]

Filho de Maria da Saúde Costa e de José Sebastião da Costa, Sebastião José da Costa nasceu em 2 de Junho de 1883, em Faro - freguesia da Sé.

Em Outubro de 1900, com 17 anos, matriculou-se na Universidade de Coimbra, onde frequentou, com distinção, cadeiras dos primeiros anos dos Cursos de Matemática e de Filosofia. Alistou-se na Armada em 2 de Outubro de 1902 e, no ano lectivo de 1903-1904, passou a frequentar a Escola Naval. 

Desde cedo manifestou «os seus sentimentos republicanos e o ardor com que os propagandeava entre os oficiais da Armada, sendo um dos responsáveis pela rede de aliciamentos que existia neste ramo das forças armadas» [Blogue Almanaque Republicano] antes da implantação do novo regime. Evidenciou-se, em 1911, no combate às invasões monárquicas do norte do país chefiadas por Paiva Couceiro, foi capitão do porto de Olhão em 1915, director do posto radiotelegráfico de Faro, da primeira estação radiogoniométrica de Sagres e no Departamento Marítimo do Sul. Durante a Grande Guerra, esteve no contratorpedeiro Guadiana, assegurando a escolta de navios para França e Inglaterra. 

A par da sua carreira militar, esteve ligado, em 1918, à Liga de Acção Nacional, dinamizada, entre outros, por António Sérgio e, em 1921, fundou e dirigiu em Tavira o quinzenário União Militar. Entre 1923 e 1925, permaneceu em Macau, onde foi chefe de gabinete do governador Rodrigo Rodrigues e conviveu com Camilo Pessanha, que faleceria no ano seguinte. 

Com o triunfo da Ditadura Militar, Sebastião José da Costa apareceu associado à primeira tentativa revolucionária para a derrubar: integrou, em Fevereiro de 1927, com Manuel Pedro Guerreiro e Victor Castro da Fonseca, a Junta Revolucionária de Faro, comandando a canhoneira Bengo que, no dia 4, começou a bombardear a cidade. 

Preso em Cacela e afastado do serviço activo por força do decreto 13.137, de 28 de Maio de 1927, foi deportado para S. Tomé e Príncipe. De regresso ao Continente, passou a ser vigiado pela Polícia Política. Segundo informação de 17 de Julho de 1930, Sebastião José da Costa reunir-se-ia com o Comandante Francisco de Aragão e Melo e um Almirante para tratar «da organização revolucionária da Armada», sendo, «da maior conveniência, o afastamento deste oficial do Continente» [ANTT, Cadastro Político 1941]. Data da mesma altura a sua iniciação na Maçonaria, integrando a Loja Acácia N.º 281, de Lisboa, com o nome simbólico de "Robespierre 2.º" [António Ventura, 120 Anos de Maçonaria no Algarve 1816 - 1936, 2019].

[António Ventura || 120 Anos de Maçonaria no Algarve 1816 - 1936 || Sul, Sol e Sal || 2019]

Em 15 de Agosto de 1930, embarcou para o Funchal, com o objectivo de seguir, depois, para os Açores, «a fim de ali lhe ser fixada residência» [Cadastro Político 1941]. Tal não sucedeu por, em 1 de Setembro, o Ministério do Interior ter ordenado a sua permanência na Madeira onde, no ano seguinte, tomou parte activa na revolta despoletada em Maio, «fazendo mesmo parte da Junta Central da Revolta» e tendo sido «incumbido duma missão fundamental: foi enviado como delegado da Junta para obter o reconhecimento por parte da Inglaterra e da Espanha e, por outro lado, tentar obter um barco e armas de guerra» [Almanaque Republicano]. Apesar de procurado, por se tratar «de um elemento perigoso e de prestígio entre as massas revolucionárias» [Cadastro Político 1941], conseguiu fugir no vapor Guiné, exilando-se em França, com passagens por Espanha (Huelva) e Bélgica. 

O seu nome não foi abrangido pela amnistia de 5 de Dezembro de 1932, constando da «lista dos banidos, anexa ao Decreto 21 943 publicado no Diário do Governo, I Série, n.º 284, de 5 de Dezembro de 1932». 

Em Julho de 1939, vésperas do início da Segunda Guerra, o Cônsul de Portugal em Bruxelas, devidamente autorizado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros, concedeu-lhe passaporte para regressar ao país.

[Sebastião José da Costa || 17/06/1941 || ANTT || RGP/13420 || PT-TT-PIDE-E-010-68-13420]

Sebastião José da Costa voltou à actividade política enquanto oposicionista. Preso em Ponta Delgada, embarcou no vapor Mirandela e foi entregue à Polícia de Vigilância e Defesa do Estado em 16 de Junho de 1941, «por determinação do Ministério da Guerra» [Cadastro Político 1941]. Levado para o Aljube e libertado em 3 de Julho, foi notificado «de que lhe fica vedado ausentar-se do Continente, com a obrigação de comunicar a esta Polícia qualquer alteração no seu domicílio. Declarou ir residir na Praça Dom Francisco Gomes, n.º 25, Faro» [Cadastro Político 1941; Processo 1296/41].

Em 9 de Julho de 1941, o Ministério da Guerra comunicou à PVDE «que tinha informações de que o epigrafado exercia actividades que não aconselhavam a sua permanência nas Ilhas Adjacentes ou na Colónia de Cabo Verde, enquanto durar o estado de guerra. Comunicou também o mesmo Ministério, que se desinteressava da situação do epigrafado no Continente, a não ser que viesse a obter outras informações que determinem a mudança de atitude» [Cadastro Político 1941].

[Sebastião José da Costa || 25/01/1945 || ANTT || RGP/13420 || PT-TT-PIDE-E-010-68-13420]

Esteve ligado ao Movimento de Unidade Nacional Antifascista (MUNAF), voltando a ser preso em 24 de Janeiro de 1945 e levado para o Aljube. Julgado pelo Tribunal Militar Especial em 25 de Maio de 1945, foi condenado a 22 meses de prisão, tendo saído em liberdade condicional em 5 de Julho do mesmo ano [Processo 178/945].

[Sebastião José da Costa || 25/01/1945 || ANTT || RGP/13420 || PT-TT-PIDE-E-010-68-13420]

Em 1951, foi reintegrado na Armada e colocado, em 1 de Julho, na situação de reserva, mantendo contactos com a Oposição e «frequentando o grupo que se reunia no consultório do Dr. Pulido Valente, com Aquilino Ribeiro, Manuel Mendes e Abel Manta» [António Ventura]. 

Sebastião José da Costa colaborou, ainda, em diversas publicações e jornais: Anais do Clube Militar Naval, de Lisboa; revista Alma Académica, número único, publicado em Faro por ocasião do aniversário de João de Deus, em Março de 1922; Alma Nova, dirigida por Mateus Martins Moreno, nos primeiros números; A Revista, dirigida por José Pacheco, em Lisboa, entre 1929 e 1931; Correio do Sul, de Faro; A Ideia Republicana, da mesma cidade, entre 1928 e 1929; O Nosso Algarve, publicado na mesma cidade, entre 1925 e 1927; Vida Algarvia, entre 1929 e 1930; Correio Olhanense, publicado em Olhão entre 1921 e 1933. Foi o redactor principal do A União Militar, que se publicou em Tavira no início de 1922, e um dos membros fundadores da redacção da revista Seara Nova, dirigida inicialmente por Raul Proença [Almanaque Republicano]

Faleceu em Lisboa, no Hospital da Marinha, em 2 de Julho de 1966, com 83 anos de idade.

O Blogue Almanaque Republicano inseriu, em 9 de Fevereiro de 2013, uma importante nota biográfica de Sebastião José da Costa, «uma figura muito esquecida na cultura algarvia», da autoria de Artur Barracosa Mendonça.

Fontes:
ANTT, Cadastro Político 1941 [Sebastião José da Costa / PT-TT-PIDE-E-001-CX15_m0389, m0389a].

ANTT, Registo Geral de Presos 13420 [Sebastião José da Costa / PT-TT-PIDE-E-010-68-13420].

António Ventura, 120 Anos de Maçonaria no Algarve 1816 - 1936, Sul, Sol e Sal, 2019.

Blogue Almanaque Republicano, de Artur Barracosa Mendonça e José Manuel Martins.

[João Esteves]

terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

[2291.] VICTOR CASTRO DA FONSECA [I] || REVOLTA DE FEVEREIRO DE 1927 - FARO

* VICTOR CASTRO DA FONSECA *
[12/04/1879 - 14/04/1956]

Advogado e notário em Faro, Victor Castro da Fonseca participou activamente no movimento revolucionário de Fevereiro de 1927 contra a Ditadura Militar, integrando a Junta Revolucionária de Faro.

[Victor Castro da Fonseca || in António Ventura, 120 Anos de Maçonaria no Algarve 1816 - 1936 || Sul, Sol e Sal || 2019]

Filho de Maria Júlia Castro da Fonseca e de Manuel José da Fonseca, Victor Castro da Fonseca nasceu em 12 de Abril de 1879, em Faro. 

Frequentou a Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, cidade onde, em 1900, foi iniciado na Maçonaria, na Loja Academia Livre N.º 202, com o nome simbólico de "Sólon". Licenciou-se em 1907 e até 1927 manteve-se activo na Maçonaria, integrando e fundando diversas Lojas [António Ventura120 Anos de Maçonaria no Algarve 1816 - 1936].

[António Ventura || 120 Anos de Maçonaria no Algarve 1816 - 1936 || Sul, Sol e Sal || 2019]

Permaneceu na Beira, Moçambique, entre 1912 e 1915, tendo regressado a Faro neste último ano, cidade onde se fixou até morrer. Aí, dirigiu, em 1923, o quinzenário O Progresso do Sul.

Com o advento da Ditadura Militar, participou na revolta de Fevereiro de 1927, integrando, com Manuel Pedro Guerreiro e Sebastião José da Costa, a Junta Revolucionária de Faro. Permaneceu na canhoneira "Bengo" quando esta, no dia 4, começou a bombardear a cidade [Artur Barracosa Mendonça, Blogue Almanaque Republicano].

Na sequência do fracasso desse movimento revolucionário, Victor Castro da Fonseca foi julgado e condenado a 18 meses de prisão, tendo permanecido na Penitenciária de Lisboa durante cerca de quatro meses [ANTT, Cadastro Político 1397]. 

Libertado, regressou a Faro, onde passou a ser vigiado. Em 22 de Novembro de 1930, o Delegado da Polícia Política informava que Victor Castro da Fonseca «é o chefe geral do movimento revolucionário em todo o Algarve» e, em 25 de Novembro, tinha recebido Plínio Silva.

A residir no Largo da Cruz 13, voltou a ser preso em 31 de Maio de 1933 pela PSP de Faro e entregue, no dia seguinte, à Polícia de Defesa Política e Social. Negou, então, ter voltado à actividade política depois do fracasso do movimento revolucionário de Fevereiro de 1927, bem como ter apresentado Elvino Martins NunesJosé Eduardo de Sousa Barbosa, sendo libertado em 7 de Junho [ANTT, Cadastro Político 1397]. 

Segundo António Ventura, em 1945 apoiou o Movimento de Unidade Democrática (MUD), integrando a Comissão Distrital de Faro.

Faleceu em 14 de Abril de 1956, dois dias depois de completar 77 anos.

Fontes:
ANTT, Cadastro Político 1397 [Vítor Castro da Fonseca / PT-TT-PIDE-E-001-CX15_m0718, m0718a].

António Ventura120 Anos de Maçonaria no Algarve 1816 - 1936, Sul, Sol e Sal, 2019.

Blogue Almanaque Republicano, de Artur Barracosa Mendonça e José Manuel Martins.

[João Esteves]

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

[2290.] 120 ANOS DE MAÇONARIA NO ALGARVE (1816-1936) [I] || ANTÓNIO VENTURA

* ANTÓNIO VENTURA *

120 ANOS DE MAÇONARIA NO ALGARVE 1816 - 1936

Sul, Sol e Sal || 2019



Muito mais do que as lojas e triângulos de 12 dos 16 concelhos do Algarve, dos mações que as integravam e do levantamento dos algarvios em Oficinas fora do distrito. Está-se perante um novo e exaustivo conjunto de biografias da autoria de António Ventura que extrapolam a estrita acção maçónica e permitem, também,  conhecer rostos e nomes que estiveram no combate às ditaduras militar e estado-novista prolongadas por 48 anos.

Se «muitas das pessoas consideradas neste trabalho notabilizaram-se nos mais diversos campos da vida nacional e local» ou constam da toponímia local, tratam-se, no entanto, «na sua grande maioria, de pessoas desconhecidas» cujos percursos merecem ser evocados, reconhecidos e divulgados.

Balizado entre 1816, «ano de levantamento de colunas da primeira Loja maçónica no Algarve», em Lagos, e «um ano após a proibição da Maçonaria em Portugal», entre os mações referenciados, «pessoas comuns que não ficaram na História, estando por isso mesmo ausentes das enciclopédias e dos dicionários biográficos», estão nomes que importa reter nas lutas contra a Ditadura, abrangendo, essencialmente, os movimentos revolucionários entre 1927 e 1931, a adesão ao Movimento de Unidade Democrática (MUD - 1945) e o apoios às campanhas presidenciais de Norton de Matos (1949), de Quintão Meireles e Ruy Luís Gomes (1951) e de Arlindo Vicente e Humberto Delgado (1958).

Nomes que de alguma forma se opuseram à Ditadura Militar, Ditadura Nacional e Ditadura do Estado Novo e conheceram, em muitos casos, a prisão, a deportação e/ou o exílio:

Adelino da Palma Carlos [Faro, 03/05/1905 - ?].

Alfredo José Barroso [Montes de Alvor - Portimão, 15/04/1887 - Lisboa, 14/01/1970].

António José Rodrigues Rosa [Vila Real de Santo António, 06/01/1889 - VRSA, 01/11/1965].

[NOTA: agradeço muito a Desidério António Rodrigues Rosa a preciosa informação sobre as datas de nascimento e de falecimento do seu Avô materno António José Rodrigues Rosa. Este era compadre de Desidério de Jesus Rosa.]

António Neves Anacleto [S. Bartolomeu de Messines, 08/02/1897 - Lisboa, 25/02/1990].

António Silva [Tavira - Lisboa,  10/11/1948].

Artur Francisco Neves [Lisboa, ? - ?].

Artur Luís Filipe de Magalhães [Tavira, 28/02/1886 - 09/08/1938].

Augusto Fernandes Barão [Martinlongo, Alcoutim 11/06/1890 - Faro, 03/01/1968].

Basílio Lopes Pereira [Marmeleira - Mortágua, 25/12/1893 - Lisboa, 25/05/1959].

Daniel Neves Sales Grade [Albufeira, 19/12/1907 - Lisboa,  15/03/1998].

Desidério de Jesus Rosa [Castro Marim, 30/03/1888 - Vila Real de Santo António, 08/11/1983].

[Compadre de António José Rodrigues Rosa, segundo informação do seu neto Desidério António Rodrigues Rosa, a quem muito se agradece.]

Eduardo José dos Santos [Tavira,  19/03/1892 - 06/09/1975].

Francisco Madeira do Rosário [Alcoutim, 31/12/1881 - Vila Real de Santo António, 1972].

Francisco Maria Araújo Ribeiro [Tavira, 27/05/1892 - Tavira, 29/02/1964].

Francisco Martins Entrudo Júnior [Tavira, 31/05/1896 - 25/12/1971].

Francisco Salgueiro da Silva [Lagos, 16/12/1883 - Montijo, 18/01/1960].

Frederico António de Abreu Chagas [Tavira, 1884 - Tavira, 26 de Agosto de 1944].

Henrique Augusto Martinho da Silva e Costa Martins [Santarém,  24/09/1880 - Silves,  25/05/1959].

Jerónimo de Almeida Estrela [Fuzeta, Olhão, 30/07/1893 - Fuzeta, 04/11/1968].

João Augusto Filipe Gonçalves Saias (Júnior) [Olhão,  26/06/1906 - Olhão,  20/12/1964].

João da Silva Nobre [S. Brás de Alportel, 20/01/1878 - Faro, 08/12/?].

João de Jesus Ventura [Olhão,  15/10/1886 - Olhão,  10/05/1963].

João José Duarte [Lagoa, 27/01/1880 - Silves, 24/10/1960].

João Maria Vizeto Guerreiro Narchial Franco [Tavira, 10/11/1910 - Luanda, 02/06/1973].

João Mendes Cabeçadas [Loulé, 16/05/1887 - Lisboa, 07/03/1958].

João Ribeiro Gomes [Vila Real de Santo António, 04/10/1886 - Lisboa,  12/03/1961].

José Crisóstomo Sales Grade [Guia, Albufeira, 03/10/1882 - Lisboa, Junho de 1961].

José de Oliveira Calvário Júnior [Silves, 29/04/1898 - 14/05/1953].

José de Sousa Sacadura Amaral [Lisboa, 07/06/1904 - ?)].

José Joaquim Lopes Macedo [Faro, 16/12/1903 - ?].

José Mendes Cabeçadas Júnior [Loulé, 19/08/1883 - Lisboa,  11/06/1966].

José Ribeiro Lopes [Faro, 1879 - 17/02/1932].

José Rodrigues Pral [Quelfes, Olhão  19/02/1892 - Lisboa, 20/04/1946].

José Xavier da Silva Cavaco [Castro Marim,  ? - ?].

Julião Quintinha [Silves, 19/12/1885 - Lisboa, 23/07/1968].

Manuel António de Olival Júnior [Loulé, 12/03/1881 - Loulé, 28/11/1949].

Manuel Cumbrera [Vila Real de Santo António, 13/01/1880 - VRSA, 20/05/1958].

Manuel Paula Ventura [Olhão, 31/07/1884 - Huelva, 03/08/1935].

Manuel Pedro Guerreiro [São Brás de Alportel, 25/05/1878 - 01/02/1937].

Mário Celorico Drago [Castro Marim, 18/11/1898 - Lisboa, 13/12/1974].

Mário Mata Branco [Torres Novas, 01/12/1896 - Lisboa, 27/08/1959].

Nuno Guerreiro Cabeçadas [Loulé,  17/03/1896 - Lisboa,  30/01/1989].

Sebastião Eduardo Maldonado Antunes Centeno [Tavira, 24/12/1904 - Lisboa,  Julho de 1973].

Sebastião José da Costa [Faro, 02/06/1883 - Lisboa, 02/07/1966].

Victor Castro da Fonseca [Faro, 12/04/1879 - Faro, 14/04/1956].

Zacarias da Fonseca Guerreiro [Tavira, 19/04/1891 - ?].


[António Ventura || 120 Anos de Maçonaria no Algarve 1816-1936 || Sul, Sol e Sal || 2019]
[João Esteves]