[Cipriano Dourado]

[Cipriano Dourado]
[Plantadora de Arroz, 1954] [Cipriano Dourado (1921-1981)]

sexta-feira, 31 de março de 2023

[3249.] PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO [CXC] || 1926 - 1933

 PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CXC *

01224. Luís Gonçalves Nunes [1933, 1937, 1943]

[Luís Gonçalves Nunes || F. 11/10/1943 || ANTT || RGP/133]

["O Jaqueta" ou "Luís Iscas". Silves, 10/01/1906, comerciante – Ferragudo. Filiação: Maria da Piedade e Gregório Gonçalves. Solteiro. Residência: Ferragudo, Sítio das Cercas - Lagoa. Entregue, em 01/04/1933, pelo comando da PSP do Distrito de Faro, onde "foi preso por fazer propaganda subversiva e incitamento à indisciplina social". Considerado "um elemento mau e inimigo da ordem", pois "procura incutir no espírito dos trabalhadores, doutrina revolucionária, incitando-os à indisciplina", além de ser um companheiro inseparável de Francisco Lúcio do Nascimento, "elemento este que se entrega à propaganda subversiva para fins revolucionários". O processo foi enviado ao TME em 11/04/1933 e julgado em 19/05/1933. Condenado em 18 meses de prisão correccional, embarcou, em 19/11/1933, de Peniche para Angra do Heroísmo, onde chegou no dia 22. Em 20/11/1934, a PVDE recebeu o ofício do TME, datado de 17/11/1934, referente ao mandado de soltura de Luís Gonçalves Nunes. Embarcou, em 16/02/1935, no vapor “Lima” e apresentou-se em 23 do mesmo mês, indo viver para Ferragudo. Preso pelo Posto de Vila Real de Santo António em 12/04/1937 e enviado para a Cadeia Civil daquela Comarca, saiu em liberdade em 22/04/1937. Preso em Faro em 12/08/1943, recolheu aos calabouços da PSP e foi transferido para a Cadeia Civil local em 30/08/1943. Transferido para Lisboa em 10/10/1943, recolheu ao Aljube e seguiu para Caxias em 15/10/1943. Julgado pelo TME em 10/03/1944 e condenado em 36 meses de prisão, passou para Peniche em 24/03/1944. Abrangido pela amnistia de 18/10/1945, foi libertado em 01/11/1945.]

[João Esteves]

[3248.] PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO [CLXXXIX] || 1926 - 1933

 PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CLXXXIX *

01223. Jaime da Conceição Conde [1928, 1933]

[Jaime da Conceição Conde || ANTT || PT-TT-PVDE-Policias-Anteriores-1-NT-8902 || "Imagem cedida pelo ANTT"]

[Lagos, c. 1878, cabo do mar de 1.ª classe - reformado. Filiação: Ana da Conceição e Domingos José Conde. Casado. Residência: Setúbal. Participou no movimento revolucionário de 20/07/1928, tendo sido preso em 22/07/1928por ter acompanhado as tropas revoltosas de Setúbal para o Barreiro, e deportado para Angola em 21/08/1928Estava com residência obrigatória em Cabo Verde, por motivos políticos, quando foi abrangido pela amnistia de 05/12/1932. Apresentou-se em 16/01/1933, indo viver para a Estrada de Santos, Setúbal. Preso em 30/10/1933, à ordem do Comandante da PSP do Distrito de Setúbal, "por ser um elemento perturbador da ordem". Transferido, em 19/11/1933, do Aljube para Peniche a fim de embarcar, por ordem do Governo, para Angra do Heroísmo – Fortaleza de São João Batista, onde entrou no dia 22/11/1933. Transferido, em 13/11/1933, da 21.ª esquadra para o Aljube. Por despacho do Ministro do Interior, de 16/04/1935, foi autorizado o regresso ao Continente, tendo embarcado no “Carvalho Araújo” em 05/05/1935. Libertado em 07/05/1935, regressou a Setúbal, ficando a residir no Bairro de Santo Nicolau. Tinha dois filhos menores. Irmão de Inês da Conceição Conde, militante e ativista do Núcleo de Lagos da Liga Republicana das Mulheres Portuguesas.]

[Jaime da Conceição Conde || 02/05/1935 || ANTT || PT-TT-MI-GM-4-14-476_m0006]

[Jaime da Conceição Conde || 02/05/1935 || ANTT || PT-TT-MI-GM-4-14-476_m0005]

[Jaime da Conceição Conde || 08/05/1935 || ANTT || PT-TT-MI-GM-4-14-476_m0004]

[Jaime da Conceição Conde || 07/06/1935 || ANTT || PT-TT-MI-GM-4-14-476_m0002]

[alterado em 01/04/2023]
[alterado em 19/04/2024]
[João Esteves]

terça-feira, 28 de março de 2023

[3246.] PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO [CLXXXVIII] || 1926 - 1933

PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CLXXXVIII *

01220. Eleutério Lopes Grosso [1932]

[Elvas, c. 1901, empregado do comércio. Filiação: Brizida do Carmo e Paulo António. Solteiro. Residência: Calçada da Bica Grande, 16 - Lisboa. Empregado numa taberna da Calçada da Bica. Preso em 25/04/1932, acusado de estar envolvido, enquanto simpatizante, nas atividades que o Partido Comunista preparava para o 1.º e Maio, guardando vários embrulhos com materiais destinados ao fabrico de bombas. Mantinha ligações com Abel Augusto Gomes de AbreuÁlvaro Augusto Ferreira, António Franco Trindade, Jaime da Fonseca e Sousa e Jaime Tiago. Transferido, em 29/11/1932, da Penitenciária para o Hospital do Desterro, onde foi internado, continuando sob prisão. Julgado pelo Tribunal Militar Especial em 20/10/1934, foi condenado a um ano de prisão correcional, dada por expiada. Libertado em 29/10/1934.] 

01221. Manuel dos Santos [1932]

[Libertado do Aljube em 30/11/1932 ou 01/12/1932.]

01222. Domingos dos Santos [1933, 1937]

[Domingos dos Santos || ANTT || RGP/58]

["O Calabrez". Lisboa, 01/05/1915, serralheiro. Filiação: Berta das Dores e Aníbal dos Santos. Solteiro. Residência: Beco do Forno do Castelo, 16 - Lisboa. Dirigente da Federação das Juventudes Comunistas Portuguesas desde 1932, chegando a pertencer ao seu Comité Central, foi preso, pela primeira vez, em 1933, passou pelo Aljube e foi deportado para a Fortaleza de São João Baptista, em Angra do Heroísmo. Novamente preso em 1937, foi deportado para o Tarrafal, de onde regressou ao fim de três anos. Integrou, com Álvaro Cunhal, a Delegação da FJCP ao VI Congresso da Internacional Comunista Juvenil, realizado em Moscovo no Verão de 1935. Serralheiro do Arsenal do Exército, conhecido por "O Calabrez", era procurado desde Fevereiro de 1933 por estar identificado como fazendo parte do Comité Regional de Lisboa das Juventudes Comunistas, juntamente com António da Piedade Cipriano ("Borodine"), João Ferreira de Abreu e Virgílio de Jesus Luís, entre outros. Preso em 11/04/1933, seria o filiado N.º 150 das Juventudes Comunistas e pertencia à Célula Nº 15, que reunia, à hora do almoço, no Arsenal do Exército, sendo o responsável pela Comissão do Socorro Vermelho Internacional. Para além de fazer parte do Comité de Aprendizes do Arsenal do Exército, integrava o Comité de Zona Nº 1, onde tinha a cargo a Comissão Sindical; o Comité Regional de Lisboa, sendo o responsável pela Comissão Regional Política e de Agitação e Propaganda; a Comissão Central Sindical das Juventudes Comunistas; e o Grupo de Defesa Académica da Escola Industrial Afonso Domingos, que frequentava. Para além de participar em todas as reuniões dos organismos a que pertencia, interveio na distribuição e venda da imprensa clandestina, colaborou na redação de artigos e de desenhos e, na madrugada de 4 de Setembro de 1932, participou em pinturas e afixação de selos e cartazes nos prédios situados no Alto do Varejão, Caminhos-de-Ferro, Estrada da Circunvalação e Alto de S. João. Nesse mesmo dia, esteve na manifestação realizada no Largo de Alcântara, de forma a celebrar o Dia da Juventude. Francisco de Paula de Oliveira (Pavel) foi o orador desse "comício-relâmpago", tendo do confronto com a polícia resultado a morte do guarda António Trancoso e do manifestante Alfredo Ruas/José Ruas FerreiraApesar do seu processo ter sido enviado ao Tribunal Militar Especial em 19/06/1933, a fim de ser submetido a julgamento, foi por ordem do Governo que, em 19/11/1933, Domingos dos Santos, então com 18 anos, foi enviado para a Fortaleza de São João Baptista, em Angra do HeroísmoJulgado em 25/08/1934 pela Secção dos Açores do Tribunal Militar Especial, atendeu-se ao facto de ser menor de idade e, por isso, foi condenado a trezentos dias de prisão, já cumpridos, e perda de direitos políticos por cinco anos. Regressou de Angra do Heroísmo em 09/11/1934 e saiu em liberdade no dia seguinte, continuando a viver em Lisboa, no Beco do Forno do Castelo, 16 - Loja. Retomou a luta política e, em 1935, integrou o Secretariado da Federação das Juventudes Comunistas, juntamente com Álvaro CunhalFrancisco Ferreira e José Gilberto Florindo de OliveiraEm Julho de 1935, o Comité Central da FJCP escolheu Álvaro Cunhal e Domingos dos Santos, que usava o pseudónimo "Felipe Magalhães/Magalhães", como Delegados ao Congresso da Internacional Comunista Juvenil (IJC) que se realizava em Moscovo, tendo os dois viajado juntos. Segundo José Pacheco Pereira, saíram de Portugal pelo Alentejo, passaram os Pirenéus para chegar a França, atravessaram de comboio a Alemanha nazi e chegaram à União Soviética, em Agosto, através dos países bálticos. Durante a permanência em Moscovo, Francisco de Paula Oliveira teria diligenciado para que Domingos dos Santos ali permanecesse enquanto representante da FJCP na IJC. Na sequência da partida, em Julho de 1936, de Álvaro Cunhal para Espanha e da prisão de José Gilberto Florindo de Oliveira, ficou a controlar a FJCP. Em Março de 1936, a Polícia já estava na posse de informações sobre o papel ativo de Domingos dos Santos, que só seria preso um ano depois, em 30/04/1937No seu Cadastro Político, é referida a sua participação no Comité Central da FJCP, juntamente com Gilberto de Oliveira "e um indivíduo de apelido Cunhal, filho de um advogado do mesmo apelido". Preso no Segredo da Cadeia do Aljube, integrou a segunda leva de presos políticos enviada para o Campo de Concentração do Tarrafal, onde chegou em 12/06/1937. Aí permaneceu até 07/07/1940 e desembarcou em Lisboa em 15 de Julho, sendo enviado para Caxias. Libertado em 27/09/1940 e "entregue na mesma data ao Pai", quando tinha 25 anos de idade e nove anos de intensa militância. José Pacheco Pereira refere que terá enlouquecido com a deportação e que, posteriormente, se terá curado, não mantendo atividades políticas.]

[João Esteves]

domingo, 26 de março de 2023

[3245.] PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO [CLXXXVII] || 1926 - 1933

PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CLXXXVII *

01211. José da Silva Godinho [1932]

[Águas Santas, Maia, 23/11/1905, pedreiro. Filiação: Carolina de Jesus e Serafim da Silva. Casado. Residência: Rua Garcia, 56. Preso em 22/11/1932, "acusado de ter feito entrega de manifestos de propaganda anarquista a Francisco Cardoso Pires", o que não foi confirmado pela acareação realizada. Recolheu, incomunicável, a uma esquadra. Libertado em 24/11/1932. Casou em Lisboa, em 17/04/1932, com Maria Laurinda da Cruz, de Vila Cova, Arganil, tendo enviado em 14/03/1934.

[Nota: O meu agradecimento a Nuno Ivo pelas preciosas informações complementares enviadas, abrangendo a data de nascimento, filiação, casamento e viuvez.
[alterado em 02/04/2023]

01212. José Antunes [1932]

[Preso em 25/11/1932 e levado para o Aljube; libertado dessa cadeia em 28/11/1932.]

01213. Luís Carvalho Ribeiro [1932]

[Vila Real, c. 1905, empregado do comércio. Filiação: Glória de Carvalho Ribeiro e Francisco Vieira Ribeiro. Solteiro. Residência: Rua Luís de Camões, 87. Preso em 25/11/1932, acusado de dizer mal da Situação, e levado para o Aljube. Não se provou, podendo tratar-se de uma vingança dos acusadores. Libertado do Aljube em 28/11/1932.]

01214. Fernando de Oliveira Pires [1932]

[Libertado em 25/11/1932 dos calabouços da 1.ª esquadra.]

01215. José Maria [1932]

[Libertado em 25/11/1932 dos calabouços da 1.ª esquadra.]

01216. Joaquim Martins [1932]

[Preso social. Transferido, em 28 /11/1932, da enfermaria do Limoeiro para o Hospital de S. José, onde ficou internado para tratamento.]

01217. Luís Fernando Laranjeira [1932]

[Entregue, em 28/11/1932, pela Delegação do Porto à SVPS de Lisboa, tendo recolhido ao segredo do Aljube.]

01218. Francisco Valério [1932]

[Arraiolos, c. 1880, cabo de cantoneiros. Filiação: Maria Joana e Valério Piteira. Casado. Residência: Rua da Cruz, 12 - Arraiolos. Preso e entregue pela PSP de Évora em 30/11/1932, "por motivos sociais", e levado para o Aljube. O processo foi enviado à Direção Geral de Segurança Pública a fim de ser julgado. Julgado pelo Tribunal Militar Especial em 26/05/933, foi absolvido e libertado.] 

01219. Manuel Tomás Barreto [1932]

[Março de 1933 || ANTT || PT-TT-PIDE-001-00538_m0001]

[Filho de Engrácia de Jesus e de Mário Monteiro Barreto, Manuel Tomás Barreto terá nascido em 1888, em Nossa Senhora da Graça do Divor, concelho de Évora. Cantoneiro, com residência na Estrada  Nacional Nº 18 - Casa do Cantoneiro, foi preso pela Polícia de Segurança Pública de Évora por motivos sociais e entregue à Polícia de Defesa Política e Social em 30 de Novembro de 1932, tendo o respetivo processo sido enviado ao Tribunal Militar Especial para se proceder ao seu julgamento. Segundo um comunicado da Federação Regional Portuguesa das Juventudes Anarco-Sindicalistas, datado de Março de 1933, Manuel Tomás Barreto tinha sido preso em Arraiolos, juntamente com outro modesto trabalhador de estradas, "sob a única acusação de pertencerem aos corpos gerentes da sua Associação de Classe cujo funcionamento estava autorizado por todas as leis vigentes". Ainda segundo o mesmo documento, os dois presos, "Levados para a cadeia de Évora, foram ali sujeitos aos maiores vexames e torturas físicas e morais, as quais continuaram em Lisboa na tenebrosa sede da moderna inquisição. // Nos infames calabouços policiais sofreram largos dias de rigorosa incomunicabilidade – suficiente só por si para transtornar o cérebro mais forte – sendo, por fim, arremessados para a tétrica Cadeia do Aljube onde impera o mais infame dos regimes penitenciários!". Em 3 de Março de 1933, o Director da Cadeia do Aljube informou a Polícia de Defesa Política e Social que Manuel Tomás Barreto começara a "apresentar indícios de alienação mental", sendo-lhe comunicado que o preso se encontrava à disposição do Tribunal Militar Especial de Lisboa, "única entidade que poderá modificar a sua situação". No dia seguinte, o TME autorizou a sua transferência para a Enfermaria da Cadeia do Limoeiro. Atendendo ao agravamento do seu estado de saúde, entrou, em 13 de Março, no Miguel Bombarda, onde ficou internado. No comunicado da Federação Regional Portuguesa das Juventudes Anarco-Sindicalistas, intitulado AO POVO // A DITADURA E A SUA OBRA // Um preso que enlouquece no Aljube de Lisboa, afirmava-se que "Manuel Tomás Barreto talvez consciente da desgraça que o liquidava ainda gritou no princípio da sua loucura violentos morras à Ditadura e vivas à Revolução Social. Os tiranos que o desgraçavam não o esqueciam! O Ideal que, embora rudemente tinha concebido, tardava a apagar-se-lhe da mente!", denunciando-se que "À extensa e negra lista de assassinatos, torturas, violências que a Ditadura já tinha escrito foi-lhe acrescentado um crime mais, cuja características horríveis não podem deixar ninguém, ninguém indiferente!".]

[João Esteves]

sábado, 25 de março de 2023

[3244.] PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO [CLXXXVI] || 1926 - 1933

 PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CLXXXVI *

01205. Francisco Sebastião dos Santos [1931]

[Cartaxo, c. 1896, chofer. Filiação: Maria Matilde e Sebastião dos Santos. Casado. Residência: Rua Particular N.º 3, à Estrada das Amoreiras. Integrou o Corpo Expedicionário Português durante a 1.ª Guerra, tendo embarcado em 21/08/1917 e desembarcado em 20/03/1919 - 1.º Cabo - C.A.P. Preso em 26/08/1931, por ter participado no movimento revolucionário que eclodiu neste dia, foi encaminhado para o Batalhão de Caçadores 5 e deportado, em 02/09/1931, para TimorRegressou por opinião da Junta de Saúde e apresentou-se, em 10/11/1932, na SVPS, saindo em liberdade "em virtude do seu estado de saúde ser bastante precário".]

[Há dois deportados para Timor com o mesmo nome, o que pode suscitar confusões (v. 1204).]

01206. Joaquim Dias [1931]

[Lisboa, c. 1900, empregado do matadouro - Lisboa. Filiação: Elisa Dias e António Dias. Solteiro. residência: Travessa Henriques Cardoso, 29 - Lisboa. Preso em 26/08/1931, por ter participado no movimento revolucionário que eclodiu neste dia: preso na Rua Conde Redondo, foi encaminhado para o quartel de Artilharia 3. Passou para a Cadeia Nacional e foi deportado, em 02/09/1931, para TimorRegressou por opinião da Junta de Saúde, apresentou-se, em 10/11/1932, na SVPS, e saiu em liberdade, indo residir na mesma morada.]

01207. José de Sousa [1932, 1933]

[Lisboa, c. 1908, sapateiro - Lisboa. Filiação: Maria José de Sousa, José de Sousa. Solteiro. Residência: Rua dos Poiais de S. Bento, 132 - Lisboa. Preso em 17/11/1932, "por suspeita de estar envolvido em manejos comunistas", recolheu, incomunicável, a uma esquadra. Declarou ser filiado na Liga 28 de Maio. Libertado em 24/11/1932. Preso em 10/04/1933, novamente por ser detentor de uma bomba explosiva. Na busca à sua residência, foi encontrado um desenho a lápis por si feito do símbolo do Partido Comunista. Libertado em 20/04/1933.]

01208. João de Oliveira Machado [1932]

[Caldas da Rainha, c. 1894, eletricista. Filiação: Júlia Machado e José Machado. Solteiro. Residência: Rua da Emenda, 30 - Lisboa. Preso em 27/10/1932, "para averiguações", acusado de receber no seu escritório correspondência vinda de Espanha dirigida a Artur dos Santos. Libertado do Aljube em 18/11/1932.]

01209. Luís António Leitão [1932]

[Lisboa, c. 1886, empregado do comércio. Filiação: Maria da Conceição Lopes Pinha Leitão e José Luís Leitão. Casado. Residência: Rua Sebastião Saraiva de Lima, 56. Preso em 19/11/1932, "para averiguações", "por suspeita de conspirar contra a atual situação do País", mantendo contactos com José Quintino Avelar. Recolheu, incomunicável, a uma esquadra. Libertado em 24/11/1932.]

01210. Mário Batista dos Reis [1932]

[Mário Batista dos Reis || F. 18/04/1941 || ANTT || RGP/13275]

[Lisboa, 14/11/1910, estudante / eletricista. Filiação: Elvira Douwens dos Reis e Cesário Batista Reis. Solteiro. Residência: Rua de Campo de Ourique, 187 - Lisboa / Rua do Patrocínio, 132 - Lisboa / Grândola. Quando estudante, foi preso em 20/11/ 1932, acusado de manter contactos com o comunista Miguel Wager Roussell, então refugiado em Madrid e procurado pela polícia. Recolheu, incomunicável, a uma esquadra; libertado do Aljube em 28/11/1932. Próximo do Partido Comunista, embarcou, em setembro de 1936, com o irmão Manuel e a cunhada Lídia Nolasco da Silva, no navio “Belle Ile”, com destino ao Havre e objetivo último de chegar a Espanha e ajudar a causa republicana. Chegado em novembro, alistou-se nas Brigadas Internacionais e, por intermédio de Jaime de Morais, integrou o restrito grupo de portugueses que recebeu formação na Escola de Artilharia N.º 2, em Lorca, Valência, reservada à formação de oficiais espanhóis. Comandou, em março de 1938, uma bateria da unidade de artilharia de Almansa e, em 30 de outubro, foi-lhe reconhecida a sua ação em combate e promovido, talvez, a capitão. Com o fim da guerra, refugiu-se em França, onde esteve internado, primeiro, no campo de concentração de Argelés-sur-Mer, num extenso areal junto ao mar Mediterrâneo guardado por senegaleses, e depois, em abril de 1939, no de Gurs. Regressou, em junho de 1940, ao primeiro campo e solicitou o repatriamento para Portugal. Preso, em 16/04/1941, no posto fronteiriço de Beirã, recolheu, no dia seguinte à 1.ª esquadra e transferido, em 1 de maio, para o Aljube, em 15 de maio, para Caxias e, em 22 de junho, para Peniche. Regressou a Caxias em 19 de junho de 1942 para embarcar, no dia seguinte, no “Mouzinho de Albuquerque”, sem julgamento, a caminho do Campo de Concentração do Tarrafal. Abrangido pela amnistia estabelecida pelo Decreto-Lei n.º 35.041, de 18 de Outubro de 1945, regressou a Lisboa, no paquete “Guiné”, em 1 de fevereiro de 1946 e saiu em liberdade. Irmão do médico Manuel Batista dos Reis, militante comunista com um percurso muito idêntico em Espanha.]

[João Esteves]

sexta-feira, 24 de março de 2023

[3243.] PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO [CLXXXV] || 1926 - 1933

PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CLXXXV * 

01198. José Luís Pereira [1932]

[Santiago do Cacém, c. 1896, comerciante - Santiago do Cacém. Filiação: Maria da Conceição e Luís Pereira. Solteiro. Residência: Largo de S. Sebastião - Santiago do Cacém. Preso pela PSP de Setúbal em 01/11/1932 e entregue em 08/11/1932, sob a acusação de fazer propaganda comunista - falta de provas concretas [v. Processo 569]. Recolheu ao Aljube. Libertado em 08/12/1932, por estar abrangido pela amnistia de 05/12/1932.]

01199. José da Assunção Costa [1932, 1933, 1933, 1935, 1936, 1936]

[Idanha-a-Nova, 05/12/1899 ou 1906, chofer ou pintor. Filiação: Rosa da Assunção Costa e Emílio Augusto Costa. Solteiro. Residência: Casal de Santa Quitéria à Estrada da Luz ou Largo de São Sebastião da Pedreira, 34 - Lisboa. Entregue na SVPS da PIP em 10/09/1932, depois de ter sido preso em Salamanca, "por andar a distribuir manifestos comunistas", expulso de Espanha e entregue na fronteira de Vilar Formoso. Neste país, também esteve preso em Madrid, por suspeita de envolvimento no atentado à Embaixada de Portugal em Madrid. Libertado do Aljube em 08/11/1932, por despacho do Ministro do Interior de 04/11/1932. Preso e entregue pelo Comando da PSP de Castelo Branco à SVPS em 22/08/1933, "em virtude de ter dito que havia tomado parte no movimento revolucionário de 7 de fevereiro de 1927"; libertado em 27/08/1933. Transferido, por opinião médica, do aljube do Porto para o Hospital de Santo António, onde ficou internado. Preso e entregue pela PSP de Setúbal em 04/01/1935, "para averiguações", "por ter declarado que havia regressado clandestinamente de Espanha, em virtude do movimento revolucionário que ali eclodiu em Outubro do ano findo". Devido a ter sido já preso por duas vezes em Espanha, por motivos políticos, e "por se tratar de um indivíduo com mais de cinco prisões, tornando-se assim um elemento rebelde a qualquer espécie de regeneração, parece estar em condições de ser entregue ao governo como indesejável": libertado em 18-19/03/1935. Em 29/02/1936, encontrava-se preso no Comando da PSP de Leiria, por ter sido preso em São Martinho do Porto devido a frases proferidas contra o Presidente do Concelho; libertado em 07/03/1936 pelo Comando da PSP de Leiria. Preso pela PSP de Lisboa em 21/03/1936 e entregue à PVDE no dia 24, por se ter entregue numa esquadra acusando-se de comunista e de ter praticado furtos. Nunca se provou qualquer dos factos de que era acusado, considerando-se que apenas pretendia um lugar para ficar. Recolheu a uma esquadra e foi entregue à PSP de Lisboa em 02/04/1936.] 

01200. Elias Gomes [1932]

[Lisboa, c. 1912, empregado do comércio. Filiação: Maria Joaquina Gomes e Henriques Gomes. Residência: Rua Gonçalves Ramos - Vivenda Maria Helena - Amadora. Preso 10/11/1932, "por fazer parte da célula Nº 33 das Juventudes Comunistas, tendo sido aliciado por Cassiano Nunes Diogo para fazer parte desta célula e ainda para se subscrever para o S.V.I.". Levado, incomunicável, para uma esquadra. Por proposta do Diretor da Polícia Internacional, de 21/11/1932, e despacho do Ministro do Interior com a mesma data, foi condenado a um mês de prisão. Libertado em 24/11/1932.]

01201. Ferrer Pedroso [1932]

[Oeiras, c. 1915, estudante. Filiação: Inês Pedroso e Manuel Pedroso. Solteiro. Residência: Rua 1.º de Maio, 1 - Amadora. Preso em 10/11/1932, "por fazer parte da célula nº 33 das Juventudes Comunistas, aliciado por Cassiano Nunes Diogo", e levado, incomunicável, para uma esquadraPor proposta do Diretor da Polícia Internacional, de 21/11/1932, e despacho do Ministro do Interior com a mesma data, foi entregue ao pai no dia 23, por ter apenas 17 anos. Poderá ter sido libertado do Aljube em 22/11/1932 (OS 328/23.11.1932).]

01202. Sérgio Simões da Costa [1932]

[Pedrogão Grande, c. 1914, soldado N.º 952 da Esquadrilha de Aviação "República". Filiação: Maria do Carmo e António da Costa. Solteiro. Residência: Grupo de Esquadrilhas de Aviação República - Amadora. Preso em 09/11/1932"por fazer parte da célula nº 33 das Juventudes Comunistas, aliciado por Cassiano Nunes Diogo", recolheu, incomunicável, à Companhia de Trem Hipomóvel. Por proposta do Diretor da Polícia Internacional, de 21/11/1932, e despacho do Ministro do Interior com a mesma data, foi enviado para a sua unidade.]

01203. Lino Simões Galvão [1931]

[Soure, c. 1893, industrial - Soure. Filiação: Bebiana Emília da Conceição e José Simões Galvão. Casado. Residência: Rua dos Combatentes da Grande Guerra - Soure. Preso e entregue pela Delegação de Coimbra em 17/05/1931, por associação com o dr. Raul Pinto Coelho Madeira e estar envolvido "no levantamento dos rails do caminho de ferro, um pouco além da ponte das Barrocas, próximo de Soure, e no corte das linhas telefónicas e telegráficas, tendo feito as chaves para o referido levantamento".  Deportado para Timor em 27/06/1931, de onde regressou por opinião da Junta de Saúde, apresentou-se, em 10/11/1932, na SVPS. Regressou a Soure.]

01204. Francisco Sebastião dos Santos [1927, 1927, 1929, 1930, 1930, 1930, 1931, 1931, 1933, 1935, 1937]

[Francisco Sebastião dos Santos || F. 24/01/1937 || ANTT || RGP/1851]

["O Santos Marujo". Tavira, 31/12/1904, barbeiro ou porteiro da Escola Politécnica / empregado do comércio. Filiação: Bárbara da Conceição e Sebastião Gomes dos Santos. Solteiro. Residência: Rua do Arco Marquês de Alegrete, 69 - Lisboa / Rua das Taipas, 40 - Lisboa. Participou no movimento revolucionário de 07/02/1927. Preso em 27/06/1927, "por  requisição do oficial da Polícia Judiciária de Artilharia 3" e enviado, em 30/07/1927, para a Torre de S. Julião da Barra. Preso em 12/11/1927, "por conspirar contra a Situação", e deportado para Angola em 15/11/1927. Preso em 13/09/1929, "por suspeita de se ter evadido das Colónias": mandado apresentar no Ministério da Guerra em 27/09/1929. Preso em 11/06/1930, "por distribuir cópias da carta dirigida por Cunha Leal a sua Ex.ª o Presidente do Ministério"; libertado em 26/06/1930. Preso, "preventivamente", em 17/07/1930; libertado em 01/08/1930. Preso em 03/10/1930, "por reunir no café da 'Brasileira' com Júlio Ferreira, César Timóteo e Manuel Franco, a fim de tomarem parte na alteração da ordem pública e ainda por ter sido ouvido, por um agente desta Polícia, a palavra 'bombas', quando no mesmo café se encontrava"; libertado em 04/11/1930. Preso em 19/06/1931, "por estar implicado no caso das camionetas, em Cacilhas, no dia 9 de abril deste ano"; libertado em 03/07/1931. Preso na Rua do Alecrim em 26/08/1931, "quando fardado de sargento da Armada se dirigia ao Arsenal de Marinha afim de tomar parte no movimento revolucionário que neste eclodiu". Deportado para Timor em 02/09/1931, terá regressado em 09/06/1933, indo residir para a Rua do Borja, 57. Preso em 27/10/1933, "por andar a propalar boatos acerca da sublevação que nesta data se deu em Bragança"; libertado em 30/10/1933. Preso em 06/10/1935, "para averiguações", por comentários no café "A Brasileira". Recolheu a uma esquadra; libertado em 11/10/1935. Preso pela Delegação do Porto em 22/01/1937, "para averiguações", foi transferido para Lisboa em 28/01/1937 e recolheu à 1.ª esquadra; libertado em 22/02/1937.]

[Há dois deportados para Timor com o mesmo nome, o que pode suscitar confusões (v. 1205).]

[João Esteves]

quinta-feira, 23 de março de 2023

[3242.] PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO [CLXXXIV] || 1926 - 1933

PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CLXXXIV * 

01194. Gabriel António Trindade Albino [1927, 1931, 1932]

[Setúbal, c. 1894, pintor no Arsenal da Marinha. Filiação: Esperança Trindade Albino e António João Albino. Casado. Residência: Travessa da Portuguesa, 14 - Lisboa. Participou na Revolta de Fevereiro de 1927 e deportado para Luanda, de onde regressou em 18/03/1928. Preso pela GNR do Barreiro em 26/08/1931, "acusado de ter acompanhado o Almirante Cerejo em uma camioneta que seguira de Cacilhas até àquela Vila, com o fim de tomar parte no movimento revolucionário que nesse dia eclodiu, trajando no ato da sua captura uma farda de marinheiro". Levado para a Majoria Geral da Armada, passou para o Governo Civil e, depois, para a Cadeia NacionalDeportado, em 02/09/1931, para Timor, seguindo no vapor "Pedro Gomes". Evadiu-se do barco em Porto Said, segundo informação de 14/09/1932. Preso em 05/11/1932, por se ter evadido do "Pedro Gomes", recolheu, incomunicável, a uma esquadra. Libertado em 08/12/1932, por ter sido abrangido pela amnistia de 5 de dezembro.]

01195. Alfredo Barbosa da Silva [1932, 1937]

[Lisboa, 30/10/1908, serralheiro - Lisboa. Filiação: Júlia da Silva e Armando da Silva. Solteiro. Residência: Travessa de S. José, 14 - Lisboa. Preso pela Polícia de Investigação Criminal e entregue, em 07/11/1932, à SVPS. Recolheu ao Aljube, de onde foi libertado em 22/11/1932. Preso em 17/12/1937, "para averiguações", recolheu, incomunicável, a uma esquadra. Libertado em 23/12/1937.]
[alterado em 25/03/2023]

01196. Cristiano José da Costa [1932]

[Barreiro, c. 1904, eletricista. Filiação: Maria José da Costa e Cristiano José da Costa. Casado. Residência: Estrada do Loureiro, 9. Preso em 07/11/1932, "para averiguações", recolheu a uma esquadra. Libertado do Aljube em 15/11/1932.]

01197. Manuel Batista dos Reis [1932, 1941, 1949]

[Manuel Batista dos Reis || F. 18/04/1941 || ANTT || RGP/13277]

[Lisboa, 18/02/1908, médico. Filiação: Elvira Augusta Douwens dos Reis e Cesário Batista dos Reis. Casado. Residência: Rua Campo de Ourique, 187 - Lisboa / Rua do Patrocínio, 132 - Lisboa / Rua do Quartel - Grândola. Preso em 08/11/1932, quando estudante do 5.º ano de medicina, acusado de, juntamente com o irmão, Mário Batista dos Reis, manter ligações com Miguel Wager Russell, refugiado em Espanha. Levado para uma esquadra, efetuou o exame final do curso na prisão e, libertado em 24/11/1932, trabalhou como médico num sanatório em Castelo Branco. Em 1936, com a mulher, Lídia Nolasco da Silva, e o irmão, embarcou no paquete Belle Île de forma a entrar em Espanha e ajudar a causa republicana. Levava "um aval do Partido Comunista Português", entrou no país em Outubro e tornou-se médico nas Brigadas Internacionais, integrando a 86.ª Brigada. Foi gravemente ferido em 1937 e, com a vitória dos nacionalistas franquistas, refugiou-se em França, depois de atravessar os Pirenéus. Preso num campo de internamento, solicitou, em 1941, o repatriamento e regressou a Portugal com um passaporte falso. Preso na fronteira de Beirã, Marvão, em 16/04/1941, seguiu para Lisboa no dia seguinte e recolheu à 1.ª esquadra. Passou, em 1 de Maio, para o Aljube e, em 17 de Junho de 1941, seguiu para o Campo de Concentração do Tarrafal sem ter sido julgado. Aqui, foi uma ajuda preciosa para os outros presos, denunciando a situação com que eram tratados e procurando atenuar o abandono médico a que estavam, propositadamente, votados. Passou duas vezes pela "frigideira". Abrangido pela amnistia de 18 de Outubro de 1945, regressou a Lisboa em 1 de Fevereiro de 1946 e fixou-se em Grândola, onde exerceu a profissão e faleceu. Integrou, em 196, o Movimento de Unidade Democrática e apoiou, em 1949, a campanha presidencial de Norton de Matos, voltando a ser detido em 11/02/1949, "para averiguações". Levado para Caxias, foi libertado em 19/03/1949.

[Manuel Batista dos Reis || F. 19/02/1949 || ANTT || RGP/13277]

Pertenceu à URAP e continuou a militar no Partido Comunista. Faleceu em 10 de Fevereiro de 1992.

[João Esteves]

quarta-feira, 22 de março de 2023

[3241.] PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO [CLXXXIII] || 1926 - 1933

PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CLXXXIII * 

01190. José Vicente da Silva Costa [1932]

[Beja, c. 1897, sapateiro - Beja. Filiação: Ana das Dores e Vicente da Silva Costa. Casado. Residência: Beja. Preso pela PSP de Beja em 13/06/1932, "por se encontrar na via pública com uma faca na mão, ameaçando as pessoas que passavam": "por se tratar de um elemento indesejável, com largo cadastro", foi enviado à Direção Geral de Segurança Pública. Entregue, em 19 de julho de 1932, à Polícia Política a fim ser transferido para a Penitenciária de Lisboa e ali aguardar o embarque para a Ilha Terceira, "onde lhe foi fixada a residência como indesejável". Segundo informação de 03/09/1932, o facultativo daquela cadeia considerou urgente a sua transferência para um manicómio, tendo, em 31/10/1932, dado entrada no Miguel Bombarda. Considerado "extremista" e "preso social", aí faleceu em 2 de Setembro de 1943, estando à ordem da Seção Política e Social da PVDE.]

 01191. Cândido Augusto Vergueiro [1927,

[Bragança, c. 1893, comerciante - Porto. Filiação: Maria da Assunção Vaz e Inácio Augusto Vergueiro. Solteiro. Residência: Rua do Sol, 7 - Porto. Quando bombeiro municipal, participou ativamente na revolução de 3 de Fevereiro de 1927, no Porto, tendo estado preso na Casa de Reclusão. Libertado, esteve envolvido no movimento de 20/07/1928, residindo, então, na Rua da Lapa - Porto: conseguiu fugir, tendo sido encontradas bombas por si fabricadas na sua residência. Abrangido pelo Decreto 16002, de 4 de outubro de 1928, que estipulava a possibilidade de colocação nas colónias e reintegração nos quadros ou serviços a que pertenciam magistrados e funcionários civis e militares que tomaram parte no movimento de Fevereiro de 1927, e bem assim aqueles a quem pelo Governo tenha sido fixada residência nas ilhas adjacentes ou nas colónias por motivos de natureza política, a partir de 28 de Maio de 1926 até 15 de Julho de 1928. Vigiado, em 22/02/1930 era dada a informação de que "é radical" e "elemento pernicioso como agitador". Em 12/08/1930, o informador reportava que ele e o irmão eram "bombistas perigosos e agitadores profissionais, estando presentemente a atuar em aliciamentos, transporte e fabrico de bombas", tendo integrado o grupo civil revolucionário chefiado por António Mendes Barbosa, deportado na Guiné, e o grupo civil chefiado pelo alferes reformado Joaquim Castro. Preso no Porto em 07/09/1932, "por estar envolvido em manejos revolucionários e fabrico de bombas" e manter ligações  revolucionárias com Camilo Cortesão e Policarpo Ferreira. Em 21/10/192, por parecer do Diretor Geral da Segurança Pública e despacho do Ministro do Interior, foi-lhe fixada residência obrigatória em Cabo Verde. Transferido, em 01/11/1932, para o Aljube de Lisboa, a fim de aguardar a deportação. Libertado em 08/12/1932, por ter sido abrangido pela amnistia de 5 de Dezembro de 1932.]

01192. Manuel Rodrigues [1932]

[Tomar, c. 1900, 2.º sargento de infantaria. Filiação: Maria da Silva e Zeferino Rodrigues. Solteiro. Residência: Travessa Rebelo da Silva, 5. Participou, em 1931, na Revolta da Guiné. Preso em 03/11/1932, "em virtude de ter tomado parte no movimento revolucionário da Guiné de 1931, tendo-se dali evadido para Espanha e entrado depois clandestinamente em Portugal". Entregue sob prisão, em 22/11/1932, no Depósito Militar Colonial, "por ser desertor". Encontrava-se preso no Aljube.]
[alterado em 25/03/2023]

01193. José Maria Arriaga [1932]

[Libertado do Aljube em 03/11/1932.]

[João Esteves]

terça-feira, 21 de março de 2023

[3240.] PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO [CLXXXII] || 1926 - 1933

 PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CLXXXII *

01187. Francisco José [1932, 1934, 1937]

[Francisco José || ANTT || RGP/233]

["O Gateira". Alfeizeirão - Alcobaça, c. 1888, marítimo / fogueiro da marinha mercante. Filiação: Catarina de Almeida e Herculano José. Viúvo. Residência: Alfeizeirão. Entregue, em 25/10/1932, pela PSP de Lisboa à SVPS, por insultos na via pública ao Presidente da República e ao Presidente do Ministério e "proferir vivas à revolução social"; recolheu a uma esquadra. Libertado do Aljube em 16/11/1932, por despacho do Ministro do Interior. Preso, deu entrada na Seção de Defesa Política e Social em 12/06/1934, à ordem do TME. Julgado em 08/08/1934, acusado de proferir insultos numa taberna de Setúbal ao Presidente da República e ao Presidente do Ministério, foi condenado em 6 meses de prisão correcional e perda dos direitos políticos por cinco anos. Deu entrada no Aljube em 22/11/1934 e, em 19/12/1934, foi transferido para Peniche. Libertado em 19/01/1935. Entregue pela GNR de Montemor-o-Novo à SPS da PVDE em 28/12/1937; libertado em 31/12/1937.]
[alterado em 25/03/2023]

01188. Basílio Lopes Pereira [1930, 1932, 1933, 1938, 1949]

[Basílio Lopes Pereira || ANTT || RGP/10748]

[Nasceu na freguesia de Marmeleira, Mortágua, em 25 de dezembro de 1893, filho de Maria da Encarnação Araújo e de Joaquim Lopes Pereira. Ainda estudante de direito, alistou-se no Batalhão Académico que, em 1919, foi combater a Monarquia do Norte e, já advogado, esteve filiado no Partido Democrático. Vigiado desde o triunfo do golpe militar de 28 de maio de 1926, acusado de conspirar contra a situação, foi alvo de uma sindicância por, durante a revolução de 3 de fevereiro de 1927, se ter deslocado ao Porto, acompanhando de perto os acontecimentos, ainda que sem ter tido qualquer intervenção. Instalou-se em Oliveira de Azeméis, onde foi notário e administrador de concelho, sendo as suas visitas, companhias e reuniões, bem como as frequentes movimentações a Águeda, Albergaria-a-Velha, Anadia, Porto, Viseu e Lisboa, registadas por informadores. A vigilância intensificou-se em 1930 e, na sequência de uma deslocação, em 11 de abril, a Coimbra, onde reuniu, entre outros com Cal Brandão, a Polícia de Informações desta cidade solicitou, no dia 24, a sua captura pela do Porto, o que sucedeu no dia 26/04/1930. Seguiu, em 30 de abril, de Coimbra para Lisboa, acusado de ser “agente de ligação entre os elementos revolucionários de Coimbra e Viseu” e, em 8 de julho, foi deportado para Angra do Heroísmo, sendo-lhe fixada residência em Ponta Delgada. Participou no movimento revolucionário de abril de 1931 e, durante o processo de rendição da ilha de S. Miguel, integrou o grupo de revoltosos civis e militares, quase todos deportados, que se dirigiu para Madeira no vapor Pero de Alenquer. Fracassada a revolta, escapou à prisão e juntou-se, em Espanha, ao grupo dos Budas. Regressou clandestinamente a Portugal e envolveu-se na preparação do movimento revolucionário de agosto de 1931: quando este eclodiu em Lisboa no dia 26, procurou mobilizar, em Matosinhos, civis e militares a fim de estudar a possibilidade de o secundar no norte. Preso em 1 de novembro de 1932, em Lisboa, na casa de António Freire Sobral, por andar fugido à polícia “em virtude de se ter evadido das Ilhas, onde se encontrava deportado”, recolheu, incomunicável, a uma esquadra. Libertado em 8 de dezembro, por ter sido abrangido pela amnistia de 5 de dezembro de 1932. Novamente preso em 11 de março de 1933, “sob a acusação de estar envolvido em manejos revolucionários”, acabou por ser libertado em 20 do mesmo mês, já que os acontecimentos que o incriminavam eram anteriores àquela amnistia e, por isso, abrangidos por esta. Em setembro de 1934, encontrava-se fugido à polícia, “por estar envolvido na organização revolucionária do Porto”, sendo julgado em 8 de maio de 1935, à revelia, pelo Tribunal Militar Especial reunido no Tribunal Militar Territorial do Porto. Acusado de fazer parte de uma organização revolucionária que atuava no norte do país, cujas reuniões, realizadas entre maio e setembro de 1934, decorreram em Pinheiro de Bemposta, Ermesinde e Trofa, foi condenado em sete anos de desterro e multa de catorze mil escudos. Tornou-se um dos mais representativos elementos do Grupo dos Budas no interior do país e um dos responsáveis pela Ação Anticlerical Anti-Fascista (os 3 AAA) que, durante a Guerra Civil de Espanha, procurou ajudar refugiados republicanos. Em 1937, deslocou-se a Paris e a Barcelona, a fim de se encontrar, na qualidade de delegado da direção do interior da FPP (Frente Popular Portuguesa), com o governo republicano espanhol e com os exilados portugueses. Em 1938, foi o responsável pela organização civil que devia revoltar-se para apoiar a operação “Lusitânia”. Preso em 26 de setembro de 1938, “por andar fugido à ação da Justiça”, seguiu para o Aljube. Julgado pelo TME em 27 de junho de 1939, viu a pena de desterro passar para cinco anos, a multa ficou reduzida a quinhentos escudos e perda de direitos políticos por dez anos. Transferido, em 29 de junho, para Peniche e julgado, por ter interposto recurso, em 19 de agosto, manteve-se a sentença que lhe fora aplicada. Regressou ao Aljube em 10 de outubro e devido a novo julgamento, datado de 18 de outubro, foi acrescentado mais um ano de desterro aos cinco determinados anteriormente. Passou, em 30 de outubro, para Caxias e, em 23 de fevereiro de 1940, seguiria para o Campo de Concentração do Tarrafal, de onde regressou em 10 de junho de 1942, saindo em liberdade. Abriu escritório de advocacia em Barcelos, sendo preso nessa localidade em 24 de novembro de 1949, “para averiguações de crimes contra a segurança do Estado”, foi levado para a Delegação do Porto da PVDE. Libertado em 26 de novembro de 1949. Em 1953, foi candidato da Oposição, pelo círculo de Aveiro, à Assembleia Nacional. Faleceu em 25 de maio de 1959, em Lisboa.]

01189. António Freire Sobral [1932]

[Benguela, c. 1883, engenheiro de mecânica eletricista. Filiação: Leopoldina de Azevedo Sobral e José António Freire Sobral. Casado. Residência: Av. João Crisóstomo, 45 - Lisboa. Preso em 01/11/1932, "por ter dado guarida ao foragido político Dr. Basílio Lopes Pereira", recolheu, incomunicável, a uma esquadra. Libertado do Aljube em 07/11/1932.]
[alterado em 23/03/2023]

[João Esteves]

segunda-feira, 20 de março de 2023

[3239.] PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO [CLXXXI] || 1926 - 1933

 PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CLXXXI *

01185. Artur Inácio Nogueira [1932]

[Preso e entregue pelo Comando da PSP de Lisboa à SVPS em 21?/10/1932Quando estava detido no Aljube, foi entregue à PSP de Lisboa em 07/11/1932.]

01186. José Maria Videira [1929, 1932, 1932, 1947]

[José Maria Videira || F. 22/04/1929 || ANTT || PT-TT-PVDE-Policias-Anteriores-3-NT-8903 || "Imagem cedida pelo ANTT"]

[Freguesia de Bendada, concelho de Sabugal,, 26/04/1896, 1.º sargento / comerciante. Filiação: Ana Antónia e Manuel Videira. Casado. Residência: Rua de S. Brás, 37 / Rua dos Caetanos, 21 - Lisboa. Combateu na 1.ª Grande Guerra. Encontrava-se preso em Abril de 1929Integrou a Organização Revolucionária dos Sargentos, da qual foi um dos principais líderes. 

[José Maria Videira || F. 15/07/1940 || ANTT || RGP/81]

Preso em 1932: em fevereiro, houve tentativas de assalto à esquadra de Alcântara com o fim de o libertar, juntamente com José Severo dos Santos, ex-sargento da Armada, que ali se encontravam incomunicáveis por motivos políticos. Transitou para o Forte de S. Julião da Barra, de onde se evadiu. Recapturado em 21?/10/1932, foi levado para o Aljube: foi um dos nomes que não foi, explicitamente, abrangido pela amnistia de 05/12/1932. Deportado para os Açores, primeiro, para Santa Cruz da Graciosa e, depois para Angra do Heroísmo, para onde seguiu em 22/11/1933. Demitido, em 1934, do Exército, foi julgado pelo Tribunal Militar Especial em 27 de Agosto e condenado a mais um ano de desterro. Novamente julgado pelo TME em 31/07/1936, a pena passou para seis anos de desterro, com prisão no local. Seguiu, em 23/10/1936, para o Campo de Concentração do Tarrafal, onde permaneceu quase quatro anos. Requereu, em 21/11/1937, ser abrangido por uma amnistia, o que foi indeferido por despacho de 02/02/1938. Apesar do mandado de soltura datado de 06/09/1939, o Diretor da PVDE, em despacho de 22 do mesmo mês, determinou "que se mantivesse em prisão preventiva, até que seja julgada oportuna a sua restituição à liberdade, em virtude de se tratar de um elemento perigoso e indesejável". Regressou do Tarrafal em 15/07/1940, foi libertado por ter sido amnistiado. 

[José Maria Videira || F. 15/07/1940 || ANTT || RGP/81]

Preso em 15/03/1947, "para averiguações", seguiu para o Forte de Caxias sem qualquer julgamento. Libertado em 18/04/1947.

[José Maria Videira || F. 26/03/1947 || ANTT || RGP/81]

Julgado, em 07/03/1949, pelo 4.º juízo Criminal de Lisboa, foi absolvido. Faleceu em 16 de Junho de 1976, em Lisboa. Irmão de Joaquim Videira, que teve idêntico percurso de resistente.]

[João Esteves]

domingo, 19 de março de 2023

[3238.] PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO [CLXXX] || 1926 - 1933

 PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CLXXX *

01183. Eurico Pinto Mateus [1932, 1937]

[Eurico Pinto Mateus || ANTT || PT-TT-PVDE-Policias-Anteriores-3-NT-8903 || "Imagem cedida pelo ANTT"]

[Lisboa, 24/11/1908, estucador - Lisboa. Filiação: Carolina Maria Pereira e Simão Mateus. Solteiro. Residência: Rua da Saudade, 3 - Lisboa. Desenvolveu, no início da década de 1930, intensa atividade sindical no âmbito do Sindicato da Construção Civil, chegando a integrar a Comissão Inter-sindical (CIS), e militou no Partido Comunista, trabalhando política e partidariamente com Francisco Roque Júnior, detido no Aljube, Grácio Ribeiro, estudante deportado para Timor, e Manuel Moor, fugido à polícia e só preso em 1937. Por volta de 1932, já era um defensor das ideias anarquistas, aproximando-se do anarcossindicalismo, por estar "mais de acordo com os princípios estabelecidos pelo proletariado, pois é contra a força armada, contra o Estado Organizado e contra as classes privilegiadas", proferindo "conferências e preleções aos operários da Construção Civil, nas quais lhe explica as razões do aparecimento do anarco-sindicalismo e seus fins, bem como aconselha a massa operária a desprezar as ideias expostas pelos partidos que se servem dela, para os seus fins, com falsas promessas". Era ainda "contra todas as ditaduras, inclusive a proletária, à maneira russa". No âmbito da intervenção junto da classe dos estucadores, Eurico Pinto Mateus era seu delegado ao Conselho Administrativo do Sindicato da Construção Civil. Preso em 21 de Outubro de 1932, "por ter entregue manifestos anarquistas a Alfredo Crispim Duarte", tendo-os recebido de Francisco Cardoso Pires [RGP/7499], libertado do Aljube havia pouco tempo. Considerado pela Polícia de Defesa Política e Social como tendo "uma relativa cultura e facilidade em falar e escrever", desenvolvendo, "apesar de bastante novo", "uma enorme actividade de ideias social-revolucionárias", foi julgado pelo Tribunal Militar Especial em 17 de Junho de 1933 e absolvido, pelo que foi libertado. No ano seguinte, pertenceu ao Comité de Ação do 18 de Janeiro, não tendo concretizado a distribuição das armas prevista aquando do desencadear da Greve Geral. Cooperou, entre outros, com Armando dos Santos Calet, Bartolomeu José da Costa, Custódio da Costa, João Sarmento Dias, João Serra, José Severino de Melo Bandeira, Manuel Henriques Rijo, Silvino Augusto FerreiraApós essa data, exilou-se em Espanha, onde integrou o Secretariado da Federação dos Anarquistas Portugueses Exilados (FAPE), após uma reunião promovida por Marques da Costa e onde estiveram presentes Alberto Dias, de Lisboa, Custódio Bresce de Lima, do Porto, e José Rodrigues Reboredo, de Viana do Castelo.

[Eurico Pinto Mateus || ANTT || PT-TT-PVDE-Policias-Anteriores-3-NT-8903 || "Imagem cedida pelo ANTT"]

Expulso de Espanha, foi preso em 4 de Março de 1937 e levado para o Aljube, onde recolheu à enfermaria. Passou, de seguida, por uma esquadra, regressou ao Aljube e seguiu para o Campo de Concentração do Tarrafal em 6 de Novembro de 1937, integrando a 3.ª leva de presos políticos. Aí permaneceu até 20 de Fevereiro de 1945. Regressado a Portugal, voltou a residir na Rua da Saudade, 3, Cave - Lisboa.]

01184. Manuel Joaquim Rodrigues Dias [1932]
[Lisboa, c. 1906, empregado do comércio - Lisboa. Filiação: Emilia Rodrigues Dias e José Dias. Solteiro. Residência: Estrada dos Prazeres, 6 / Travessa de S. Bernardino - Vila Leonor, 2. Preso em 21/05/1926, "por suspeita de ser bombista"; libertado em 25/05/1926. Preso pela PSP de Lisboa em 20/10/1932 e entregue no dia 21/10/1932, por se ter reunido com um grupo de indivíduos numa leitaria na Rua de Santo António dos Capuchos, estes terem fugido à aproximação de Polícia e se ter recusado a identificá-los. Libertado da 1.ª esquadra em 24/10/1932.]
[alterado em 21/03/2023]

[João Esteves]