[Cipriano Dourado]

[Cipriano Dourado]
[Plantadora de Arroz, 1954] [Cipriano Dourado (1921-1981)]

terça-feira, 14 de maio de 2024

[3416.] PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCCI

 PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCCI *

01782. Helder dos Santos Armando Ribeiro [1926, 1927, 1930, 1931, 1933]

[Helder Ribeiro || ANTT || PT-TT-PVDE-Policias-Anteriores-3-NT-8903]

[Lisboa, 19/06/1883. Coronel e professor. Filiação: Maria da Conceição Santos Ribeiro, José Batista Ribeiro. Casado. Residência: Rua Renato Batista, 56. Estudou em Lisboa, cidade onde frequentou o Liceu, a Escola Politécnica (1898-1901) e a Escola do Exército. A par da carreira militar - praça (1900), alferes (1903), tenente (1907), capitão (1914), major (1917), tenente-coronel (1919) e coronel (1927), exerceu a docência no Instituto Industrial (1916-1931) e no Estado Maior 1919-1931). Integrou o grupo de militares envolvido na implantação da República e, em 28/05/1911, foi eleito deputado à Assembleia Nacional Constituinte pelo Círculo Eleitoral da Covilhã, ano em que se iniciou na Maçonaria. Novamente eleito deputado em 1915 (Covilhã) e Lisboa (1919). Integrou, como voluntário, o Corpo Expedicionário Português e militou, até 1920, no Partido Republicano Português / Partido Democrático. Esteve na criação do Partido Reconstituinte, na sequência da cisão de Álvaro de Castro. Desempenhou funções governamentais em vários ministérios entre 1919 e 1925, sendo ministro da Guerra (1919, 1920, 1924-1925), da Instrução (1924) e do Comércio (1924). Opositor à Ditadura Militar, foi detido em 26/06/1926 e levado para a fragata D. Fernando, ancorada no Arsenal da Marinha, juntamente com o general Sá CardosoÁlvaro de Castro, o tenente-coronel Álvaro Pope e o advogado Manuel Gregório Pestana Júnior, todos libertados na tarde de 03/07/1926. Preso em janeiro de 1927, seria deportado para São Tomé, embarcando no navio Niassa com o general Sá Cardoso, major Vitorino Guimarães, major Cortes dos Santos e Lopes de Oliveira. Passou, depois, por Cabo Verde, Santa Cruz da Graciosa e ilha do Faial: em setembro de 1929, foi autorizado pelo Ministério do Interior a regressar ao Continente. Preso em julho de 1930, foi-lhe fixada residência obrigatória nos Açores e passou pela Madeira. Esteve envolvido na revolta de 26/08/1931, sendo deportado para Timor em 02/09/1931. Abrangido pela amnistia de 05/12/1932, regressou em 09/06/1933, apresentou-se na Diretoria da SPS em 12/06/1933 e declarou ir residir para a Rua Renato Batista, 56. Seguiu, no final desse mês, para Celorico de Basto, onde lhe seria fixada residência obrigatória em 10/07/1933, por despacho do ministro do Interior, acusado de «estar envolvido na organização dum movimento revolucionário em preparação». Preso na SPS/Porto em 24-25/11/1933. Integrou o Movimento de Unidade Democrática, participou nas campanhas eleitorais da Oposição e, em 1961, foi um dos subscritores do Programa para a Democratização da República. Faleceu em 09/11/1973, com 90 anos, no Porto.]

01783. Joaquim Moreira de Matos [1933]

[Entrou preso na SPS/Porto em 24-25/11/1933.]

01784. Albano Maria da Graça [1933]

[Entrou preso na SPS/Porto em 24-25/11/1933.]

01785. Benjamim dos Anjos Lopes [1933]

[Levado preso de Bragança para a SPS/Porto em 24-25/11/1933.]

01786. Raul Lopes [1933]

[Lisboa, c. 1896. Empregado de escritório. Filiação: Balbina Augusta Lopes, Carlos Lopes. Solteiro. Residência: Calçada do Combro, 38 - Lisboa. Preso pela SPS/Lisboa em 25/11/1933, por «professar ideias anarquistas» e «estar ligado, para fins revolucionários, com o conhecido agitador comunista José Ramos». Libertado em 07/12/1933.]

01787. António Godinho [1933]

[Tomar, c. 1887. Sapateiro. Filiação: Carlota de Jesus, Francisco Godinho. Solteiro. Residência: Largo das Olarias, 48. Preso pela SPS/Lisboa em 25/11/1933, por «professar ideias anarquistas» e «estar ligado, para fins revolucionários, com o conhecido agitador comunista José Ramos». Libertado em 07/12/1933.]

01788. José Lopes da Silva [1933]

[Transitou da SPS/Porto para as prisões do Aljube em 24-25/11/1933.]

01789. Eduardo Pinto [1933]

[Transitou da SPS/Porto para as prisões do Aljube em 24-25/11/1933.]

[João Esteves]

domingo, 12 de maio de 2024

[3415.] PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCC

PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCC *

01779. Arnaldo António Marques [1928, 1933]

[Arnaldo António Marques || ANTT || RGP/49 || PT-TT-PIDE-E-010-1-49]

["O Arnaldo das Escrófulas". Lisboa, 11/11/1888. Empregado de comércio. Filiação: Maria dos Anjos, António Marques. Casado. Residência: Rua do Telhal, 58 - Lisboa. Preso em 21/07/1928, por «ter tomado parte no movimento revolucionário de 20 do corrente»; libertado em 29/08/1928. Vigiado em 1930, por manter contactos com os tenentes Pio, Quilhó e Lage e com José Joaquim Martins. Preso pela SPS em 24/11/1933, «por ter conhecimento do local onde se encontrava material explosivo», tendo ainda colaborado, entre outros, com Custódio Rodrigues Ferreira, Fernando Augusto Mariz e Francisco da Costa Lopes. Transferido nesse mesmo dia da 26.ª esquadra para o Aljube. Julgado pelo TME em 14/08/1934, seria condenado a onze anos de degredo, com prisão no local, e multa de vinte mil escudos, ficando à disposição do Governo. Recorreu, mas o tribunal, reunido em 01/09/1934, manteve a sentença. Deportado para Angra do Heroísmo em 23/09/1934, de onde regressou em 25/06/1943. Seguiu para Peniche e, em 04/10/1945, foi transferido para o Aljube. Entregue, em 09/10/1945, às Cadeias Civis Centrais de Lisboa.]
[alterado em 15/05/2024]  

01780. João Caetano Ferreira [1933]

[Cartaxo, c. 1893. Pintor. Filiação: Bernarda Alexandrina, António Caetano Ferreira. Solteiro. Residência: Travessa do Salitre, 9 - Lisboa. Preso pela PSP em 23/11/1933 e entregue à SPS por, sob o efeito do álcool, «ter dado vivas ao Comunismo e à República Social». Libertado em 28/11/1933.]

01781. Hernâni Amaro [1932, 1933]

[Lisboa, c. 1913. Mecânico dos Correios e Telégrafos. Filiação: Maria Gertrudes Batista Amaro, José Amaro. Solteiro. Residência: Rua de S. João - Abrantes. Preso em Abrantes e entregue pela PSP de Santarém à SPS em 01/05/1932, por «ser o principal organizador do Partido Comunista naquela localidade». Por despacho do ministro do Interior, datado de 22/06/1932, foi-lhe fixada residência obrigatória na Ilha Terceira. Libertado em 31/10/1932, por ser menor de idade e o tio ter assinado um termo de responsabilidade. Julgado pelo TME em 20/11/1933, foi considerado abrangido pela amnistia de 05/12/1932 e «solto».]

[João Esteves]

[3414.] PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCXCIX

 PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCXCIX *

01771. Eduardo Coimbra [1933]

[Deu entrada na SPS/Porto em 22/11/1933.]

01772. Pedro Mourão Lopes Coelho [1927, 1931, 1933, 1936, 1941]

[Pedro Mourão Lopes Coelho || ANTT || RGP/3637 || PT-TT-PIDE-E-010-19-3637_P2]

[Paranhos - Porto, 28/06/1892. Empregado de comércio. Filiação: Maria José de Vasconcelos Mourão Lopes Coelho, Albino Lopes Coelho. Casado. Residência: Rua da Picaria, 67 - Porto / Vigo - Espanha / Rua da Picaria, 67 - Porto. Poderá ter estado deportado em África durante o período de Sidónio Pais, assim como terá sido nomeado chefe da Polícia de Segurança do Estado no Porto durante o ministério de Cunha Leal. Preso em 30/08/1927, «por ordem superior»; libertado em 31/08/1927. Vigiado, desde janeiro de 1928, por ser considerado pessoa influente, viajando muitas vezes para Paris e Madrid. Preso em 27/04/1931, «por andar fugido desde a revolução de Fevereiro de 1927», e transferido, em 29/04/1931, do Porto para Lisboa. Deportado para Cabo Verde em junho de 1931. Encontrava-se em Vigo em março de 1932l, onde fazia propaganda contra a Situação. Preso pela SPS/Porto, provavelmente em Freixo de Espada à Cinta, em 21/11/1933, «por estar envolvido na composição e impressão do jornal clandestino intitulado "A Verdade"». Transferido, em 24-25/11/1933, da SPS/Porto para as prisões do Aljube. Libertado em 24/12/1933. Vigiado em fevereiro de 1935, quando se encontrava a trabalhar como apontador em Freixo de Espada à Cinta. Em fevereiro de 1936, estava como «emigrado político» na Corunha - Espanha. Preso na fronteira de Valença em 04/08/1936, expulso de Espanha «por motivo dos acontecimentos revolucionários daquele país». Recolheu à Cadeia da Comarca de Valença e, em 05/08/1936, foi transferido para a SPS/Porto. Transferido, em 07/08/1936, para Lisboa, recolheu, incomunicável, a uma esquadra. Transferido para o Aljube em 03/09/1936 e libertado em 14/11/1936. Entregue pela Polícia de Investigação Criminal de Lisboa à PVDE em 06/12/1941, seguiu para o Aljube e foi libertado em 27/12/1941.]
[alterado em 14/05/2024]

01773. Mário Gomes dos Santos [1933]

[Fotografia enviada do Aljube do Porto por Mário Gomes dos Santos aos sobrinhos e datada de 10/03/1934. Encontra-se ao centro, a fumar.]

[Levado preso de Coimbra, deu entrada na SPS/Porto em 21-22/11/1933. Envolvido, tal como os irmãos e o pai no processo do jornal "A Verdade", tendo alguns números sido impressos no estabelecimento comercial da família, situado na Rua Sofia - Coimbra.]

01774. Eduardo Ramos Rodrigues [1933]

[Levado preso de Bragança, deu entrada na SPS/Porto em 21-22/11/1933.]

01775. António Delgado Miranda [1933]

[Levado preso de Peniche, deu entrada na SPS/Porto em 21-22/11/1933. Transferido da SPS/Porto para as prisões do Aljube local em 24-25/11/1933.]
[alterado em 14/05/2024]

01776. Helder Liz de Castro [1933]

[Barreiro, c. 1914. Estudante. Filiação: Antónia da Silva Castro, Deodoro Liz de Castro. Solteiro. Residência: Rua Miguel Bombarda, 84 - Barreiro. Preso pela SPS/Lisboa em 21/11/1933 e libertado na mesma data por ordem do Subdiretor.]

01777.  João Pereira [1933]

[Transitou, em 21-22/11/1933, da SPS/Porto para as prisões do Aljube local.]

01778. Mário Mesquita de Barros [1933]

[Libertado no Porto em 22-23/11/1933.]

[João Esteves]

[3413.] PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCXCVIII

 PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCXCVIII *

01763. José dos Santos Dias [1933]

[Arganil, c. 1894. Sapateiro. Filiação: Maria da Conceição dos Santos, José Eduardo Nunes Dias. Solteiro. Residência: Largo das Olarias, 4. Preso no Largo do Intendente em 21/11/1933, por se dirigir a um GNR com palavras contra a Situação Política e Salazar. Levado para a SPS/Lisboa, recolheu à 1.ª esquadra. Libertado em 04/12/1933.]

01764. Joaquim Sabino Costa [1933]

[Preso pela SPS/Lisboa em 21/11/1933, recolheu incomunicável a uma esquadra.]

01765. Mário Martins dos Santos [1933, 1935, 1942]

[Mário Martins dos Santos || F. 09/03/1942 || ANTT || RGP/352 || PT-TT-PIDE-E-010-2-352]

[Almeida - Guarda, 29/09/1903. Ex-alferes da Administração Militar / Jornalista. Filiação: Maria Júlia Martins dos Santos, José Rodrigues dos Santos. Casado. Residência: Ajuda - Lisboa / Travessa de Paulo Martins, 43 - Ajuda. Preso pela SPS/Lisboa em 21/11/1933, juntamente com Adelino Henriques Ribeiro, por ligações ao major Sarmento de Beires. Levado incomunicável para uma esquadra. Preso, deu entrada no Aljube em 26/02/1935; libertado em 02/03/1935. Preso em 07/03/1942, «para averiguações», seguiu para p Aljube. Libertado em 30/03/1942.]

01766. Mário Augusto Santana [1933]

[Deu entrada na SPS/Porto em 22/11/1933. Transferido para as prisões do Aljube local.]

01767. Manuel Dias da Costa [1933]

[Manuel Dias da Costa || ANTT || PT-TT-PVDE-Policias-Anteriores-3-NT-8903]

[Deu entrada na SPS/Porto em 22/11/1933. Transferido para as prisões do Aljube local.]

01768. Adolfo Augusto Leal Maris [1933]

[Deu entrada na SPS/Porto em 22/11/1933. Transferido para as prisões do Aljube local.]

01769. Gastão Duarte Meneses Pimentel [1933]

[Deu entrada na SPS/Porto em 22/11/1933. Transferido para as prisões do Aljube local.]

01770. Carlos Alberto [1933]

[Deu entrada na SPS/Porto em 22/11/1933. Transitou da SPS/Porto para as prisões do Aljube local em 24-25/11/1933.]
[alterado em 14/05/2024]

[João Esteves]

sábado, 11 de maio de 2024

[3412.] PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCXCVII

 PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCXCVII *

01757. António das Neves Rodrigues [1927, 1928, 1933]

[Coimbra, c. 1891. Inspector escolar e advogado. Filiação: Maria José, José Rodrigues Júnior. Casado. Residência: Trancoso. Preso em 31/10/1927, «por pertencer à Associação do Professorado, que se suspeita ser comunista»; libertado em 16/11/1927. Preso em 25/09/1928, por ter participado, em Pinhel e Guarda, no movimento de 20 de Julho; deportado para os Açores em 08/01/1929. Em Outubro de 1930, foi determinada a transferência para a ilha da Madeira, tendo chegado ao Funchal em 23/10/1930. Regressou ao Continente em 26/02/1931, continuando a viver em Coimbra. Preso em 27/10/1933, em Coimbra, «por estar comprometido na composição e impressão do jornal clandestino “A Verdade”». Transferido do Aljube do Porto para Peniche a fim de ser deportado, em 19/11/1933,  para Angra do HeroísmoLibertado em 01/08/1934, quando estava em Angra, por ter sido despronunciado pelo TME.]

01758. António Rodrigues Pires [1933]

[Coimbra, c. 1897. Empregado de comércio. Filiação: Maria da Luz, José Diogo Pires. Casado. Residência: Ladeira de Santa Justa, 36 - Coimbra. Preso em 27/10/1933, em Coimbra, «por estar comprometido na distribuição do jornal clandestino “A Verdade”». Transferido do Aljube do Porto para Peniche a fim de embarcar para Angra do Heroísmo em 19/11/1933Libertado em 01/08/1934, quando estava em Angra, por ter sido despronunciado pelo TME.]

01759. António Tavares da Fonseca [1930, 1933, 1935]

[António Tavares da Fonseca || Porto, 09/11/1933 || ANTT || RGP/1085 || PT-TT-PIDE-E-010-6-1085]

[Sever do Vouga, 07/10/1879. Secretário da Administração do Bairro Oriental - Porto. Filiação: Maria Tavares do Fonseca, José Tavares da Fonseca. Casado. Residência: Rua Dr. Afonso Costa, 21 - Matosinhos / Rua Heróis de Chaves, 455. Vigiado em 1928, por recolher donativos para a subscrição aberta pelo jornal "O Rebate" a favor dos exilados políticos. Continuou a ser vigiado em 1930, sendo apontado como «compadre do Dr. Afonso Costa» e ter participado no 03/02/1927. Preso pela Polícia de Informações do Porto em 18/07/1930, «por estar implicado no movimento revolucionário em preparação, sendo um dos orientadores da conspiração em Matosinhos», e deportado para os Açores em 20/07/1930. Transferido, por ordem superior, para a Madeira, onde chegou em 22/10/1930. Autorizado, por despacho do Ministério do Interior de 19/03/1931, a regressar ao Continente, não podendo ficar a residir no distrito do Porto. Regressou em 01/04/1930 e declarou ir residir para Macieira de Cambra. Preso pela SPS/Porto em 27/10/1933, «por estar envolvido em manejos conspiratórios». Transferido do Aljube do Porto para Peniche, a fim de ser deportado para Angra do Heroísmo em 19/11/1933. Ouvido em auto em 14/03/1934, regressou dos Açores em 22/06/1934: saiu em liberdade e declarou ir residir para a Rua Duque de Palmela, 417 - Porto. Preso pela SPS/Porto em 21/05/1935, «por estar envolvido em manejos revolucionários», deu entrada no Aljube do Porto. Libertado em 25/05/1935.]

01760. José Teixeira de Sousa [1933]

[Transferido do Aljube do Porto para Peniche a fim de ser deportado para Angra do Heroísmo em 19/11/1933.]

01761. Emílio Maria Martins [1932, 1933, 1936]

[Porto, 29/11/1887. Advogado. Filiação: Amália Dárida de Assunção Martins, Vítor Maria Martins. Casado. Residência: Rua da Rocha, 73 - Porto. Preso no Porto em 14/06/1932, por ter estado envolvido no movimento revolucionário de 03/02/1927 e andar, desde então, fugido. Condenado em dois meses de prisão, seguiu, em 15/08/1932, para Águeda, onde lhe foi fixada residência obrigatória pelo ministro do Interior; libertado em 26/09/1932. Preso em 27/10/1933 pela Delegação do Porto, «por estar envolvido em manejos conspiratórios». Transferido do Aljube do Porto para Peniche a fim de ser deportado para Angra do Heroísmo em 19/11/1933Regressou de Angra, apresentou-se em 23/05/1934 e continuou a residir no Porto. Preso pela SPS/Porto em 27/08/1936, «para averiguações»; libertado em 24/10/1936.]

01762. José Augusto Lopes [1933]

[Sargento Ajudante do Regimento de Infantaria N.º 13, adido ao Regimento de Infantaria N.º 12. Vigiado em 1931, quando se encontrava na Guarda. Preso em Novembro de 1933, «acusado de estar implicado na organização revolucionária em preparação». Transferido do Aljube do Porto para para Peniche, onde embarcou, em 19/11/1933, para Angra do Heroísmo, cidade onde foi ouvido em auto em 15/03/1934. Passou a ter residência fixada em Arcos de Valdevez, onde continuava na mesma situação em setembro de 1935. Em outubro de 1935, foi-lhe autorizado ficar a residir em Arcos de Valdevez, onde conseguiu colocação como representante da União Resineira.]

[José Augusto Lopes || 1935_09_25 || ANTT || PT-TT-MI-GM-4-54-380_c0003]

[José Augusto Lopes || 1935_10_01 || ANTT || PT-TT-MI-GM-4-54-380_c0002]

[José Augusto Lopes || 1935_10_02 || ANTT || PT-TT-MI-GM-4-54-380_c0001]

[João Esteves]

sexta-feira, 10 de maio de 2024

[3411.] PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCXCVI

 PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCXCVI *

01754. Narciso Antunes [1929, 1933]

[Sardoal, c. 1895. Servente na Fábrica de Material de Guerra de Braço de Prata / Fundidor. Filiação: Maria Rosa, João Antunes. Solteiro. Residência: Rua Vale do Formoso de Cima - Lisboa. Vigiado, foi preso em 15/07/1929, «por se achar envolvido no movimento revolucionário a eclodir e fazer parte do comité da Unidade a que pertence». Libertado em 02/08/1929. «por estar envolvido na organização revolucionária em preparação», em ligação com com Sarmento de Beires e furtar, com fins revolucionários, material da fábrica onde trabalhava. Transferido, em 19/11/1933, da 1.ª Esquadra para a Fortaleza de São João Batista – Angra do Heroísmo, por ordem do Governo. Julgado pelo TME, Seção dos Açores, em 21/08/1934, foi condenado a dez anos de degredo, com prisão. Interpôs recurso, mas o TME, reunido em 30/08/1934, manteve a sentença. Regressou de Angra em 09/06/1943 e levado para Peniche. Transferido para o Aljube em 07/10/1945 e, em 12/10/1945, entrou nas Cadeias Civis Centrais de Lisboa.]

01755. António Maria [1933, 1958]

[António Maria || F. 08/06/1958 || ANTT || RGP/10 || PT-TT-PIDE-E-010-1-10]

["O António Maria da Praça". Arganil - Pampilhosa da Serra, 14/12/1882. Empregado de comércio. Filiação: Poliqueria Maria, António Antão. Casado. Residência: Costa do Castelo, 28 / Costa do Castelo, 50 - Lisboa. Integrou, em 19 de Novembro de 1933, a leva de 143 presos políticos que embarcou no vapor Quanza, fundeado a cerca de 500 metros da praia sul de Peniche, com destino à Fortaleza de São João Baptista, em Angra do Heroísmo, onde chegou a 22. Em 12/06/1935, a sua esposa requereu que fosse amnistiado. Regressou dos Açores em 08/07/1937 e seguiu para o Aljube, sendo libertado em 30/07/1937. 

[António Maria || 1935_09_14 || ANTT || PT-TT-MI-GM-4-14-515_m0002]

[António Maria || 1935_09_19 || ANTT || PT-TT-MI-GM-4-14-515_m0001]

Novamente detido em 08/06/1958, no dia das eleições para Presidente da República em que Humberto Delgado era o candidato da Oposição. Enviado para o Aljube, foi libertado em 16/08/1958.]

01756. Fernando Duarte Azeredo Antas [1933, 1935, 1946]

[Fernando Duarte Azeredo Antas || Porto, 10/10/1933 || ANTT || RGP/1081 || PT-TT-PIDE-E-010-6-1081_P3]

[Vila Real, 09/09/1897. Médico. Filiação: Júlia Duarte de Almeida, António Firmo de Azeredo Antas. Casado. Residência: Rua Heróis de Chaves, 866 - Porto / Rua da Firmeza, 58 - Porto. Preso pela SPS/Porto em outubro de 1933, seria enviado do Aljube do Porto para Peniche a fim de ser deportado, em 19/11/1933, para Angra do Heroísmo. Preso no Porto em 21/05/1935, «por estar envolvido em manejos revolucionários», e levado para o Aljube local; libertado em 25/05/1935. Participou, em 1945, na formação do MUD, integrando a Comissão Distrital do Porto. Preso pela Subdiretoria do Porto da PIDE em 20/08/1946, «para averiguações sobre atividades subversivas», saiu em liberdade condicional em 19/09/1946. Apoiou, em 1949, a candidatura do general Norton de Matos à Presidência da República, intervindo ativamente na campanha. Terá sido preso mais uma vez, julgado pelo 1.º Juízo Criminal do Porto em 15/12/1950 e absolvido, sentença confirmada por acórdão do Supremo Tribunal de Justiça de 25/04/1951. Faleceu em 1974.]

[João Esteves]

[3410.] PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCXCV

 PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCXCV *

01752. Emídio Santana [1933, 1937]

[Emídio Santana]

[Lisboa, 04/07/1906. Carpinteiro de moldes / Desenhador. Filiação: Beatriz Alice da Conceição Carvalho de Santana, Salvador Santana. Casado. Residência: Rua do Vale de Santo António, 144 - Lisboa. Esteve sempre associado ao anarcossindicalismo e ao anarquismo, sendo um dos seus nomes mais relevantes, atravessando quase todo o século XX. Frequentou a Escola Oficina n.º 1, no Largo da Graça e cedo começou a trabalhar. Militou no núcleo de Lisboa das Juventudes Sindicalistas, onde foi Secretário da Propaganda e, em 1925 e 1926, Secretário Geral. Pertenceu ao Sindicato Nacional dos Metalúrgicos, integrado na Confederação Geral do Trabalho (CGT). Preso em 1933, foi deportado para Angra do Heroísmo em 19/11/1933; libertado em 24/08/1933. Voltou a ser preso por preparar e participar, em 04/07/1937, no atentado bombista a Salazar quando este ia assistir à missa na capela particular de Josué Trocado, situada na Avenida Barbosa du Bocage. Embora tenham sido presos, acusados e torturados muitos resistentes, a maioria inocente, conseguiu refugiar-se em Inglaterra, onde foi identificado em Southampton, preso e entregue às autoridades portuguesas. Deu entrada no Aljube em 19/10/1937 e percorreu, depois, as Penitenciárias de Lisboa e de Coimbra. Julgado pelo TME em 15/01/1939, seria condenado a 8 anos de prisão maior celular, seguida de degredo por 12 anos ou, em alternativa, a 25 anos de degredo em possessão de 1.ª classe. Libertado em 23/05/1953, envolveu-se em diversas associações e participou em comícios e sessões durante as eleições de 1969. Depois de 1974, tornou-se diretor do jornal "A Batalha" até 1988. Publicou, em 1985, Memórias de um militante anarco-sindicalista e faleceu em 16/10/1988, em Lisboa.]

01753. Afonso Martins da Silva [1933]

[Lisboa, c. 1910. Empregado de comércio. Filiação: Sinira da Silva, Joaquim da Silva. Residência: Rua das Atafounas, 57 - Lisboa. Militante comunista, também conhecido por "Cintra", seria o controleiro da Célula 12-A da Federação das Juventudes Comunistas Portuguesas. Preso aos 23 anos, integrou, em 19/11/1933, a leva de 143 presos políticos que embarcou no vapor Quanza, fundeado a cerca de 500 metros da praia sul de Peniche, com destino à Fortaleza de São João Baptista, em Angra do Heroísmo, onde chegou a 22. Regressou dos Açores em 09/11/1934 e foi libertado no dia seguinte.]

[João Esteves]

quinta-feira, 9 de maio de 2024

[3409.] PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCXCIV

 PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCXCIV *

01750. Mário Rodrigues Pio [1933, 1937, 1947]

[Mário Rodrigues Pio || 1933 || ANTT || PT-TT-PVDE-Policias-Anteriores-3-NT-8903 || "Imagem cedida pelo ANTT"]

[“O Mário Marreca” ou “O Mário Pica-Pica”. Setúbal, 18/10/1907. Setúbal, 18/10/1907. Caldeireiro / Comerciante / Descarregador. Filiação: Guilhermina da Conceição, Pio Rodrigues. Solteiro. Residência: Pátio Galego, 18, à Rua da Boa Vista - Lisboa. Militante do Partido Comunista desde 1930, seria o filiado 110 da Célula Nº 1, a funcionar no Arsenal da Marinha, quando foi preso em 08/02/1933: procurado pela Secção Política e Social da Polícia de Vigilância e Defesa do Estado desde novembro de 1932 por «se encontrar envolvido numa distribuição de jornais clandestinos, intitulados "Frente Vermelha", tendo conseguido pôr-se em fuga». Mantinha contactos com Francisco de Paula Oliveira, reunia-se com um núcleo de simpatizantes e militantes formado, entre outros, por António Castanheira, Emílio Miguel Valoroso, Firmino de Matos, Manuel dos Santos ("O Manuel da Fonte Santa") e Virgínio de Jesus Luís. Aquando da detenção «foi passada uma busca na sua residência, na qual foram apreendidas várias atas e o boletim do Comité Central Executivo». Com o decorrer das investigações, foi considerado «um elemento bastante perigoso», até porque tinha ficado encarregado de guardar uma pistola entregue por Francisco de Paula Oliveira e, segundo José Martins Pinto Júnior, ter guardado em sua casa um embrulho com bombas. Mediante declarações prestadas à PVDE, terá lançado estas ao rio Tejo, «junto à popa do vapor "Lima"». Posteriormente, foi ainda acusado de, juntamente com Francisco de Paula de Oliveira ("O Pavel"), ter procedido a pinturas no Cais do Sodré na madrugada de 04/09/1932. Em 19/11/1933, por ordem do Governo, foi enviado para a Fortaleza de S. João Baptista, em Angra do Heroísmo, onde chegou no dia 22. Julgado pelo Tribunal Militar Especial de 02/03/1934, acusado de, «em datas anteriores e posteriores a 5 de Dezembro de 1932, ter feito propaganda de ideias subversivas, por meio de reuniões e conferências». Abrangido pela amnistia nos atos cometidos antes daquela data, acabou por ser condenado em 18 meses de prisão correcional. Novamente julgado pelo TME - Secção dos Açores em 25/08/1934, tendo por base o Processo em que era acusado de, «por meio de reuniões clandestinas, panfletos, manifestos e jornais também clandestinos, propagandear ideias contrárias ao estado atual da sociedade e seus princípios fundamentais». Considerado, parcialmente, abrangido pela amnistia de 05/12/1932, foi, então, condenado na pena de 300 dias de prisão correcional, dada por expiada com a já sofrida, devendo «ser restituído à liberdade, por ter sido julgada expiada a pena em que foi condenado». No entanto, a PVDE considerou que não devia «ser restituído à liberdade, ficando preso preventivamente, depois de cumprido o mandado do TME, por se tratar de um elemento perigoso». Regressou de Angra do Heroísmo em 09/11/1934, «por ter terminado o cumprimento da pena imposta pelo TME», e recolheu à prisão por decisão da PVDE, saindo em liberdade no dia 28 do mesmo mês ou do mês seguinte. Voltou a ser preso em 26/05/1937, recolheu à 1.ª Esquadra e, em 10 de Junho, foi transferido para Caxias. Transferido novamente para a aquela esquadra no dia 12, foi entregue ao 5.º Juízo Criminal de Lisboa. Dez anos depois, em 18/03/1947, foi preso pela última vez. Detido para averiguações, recolheu a uma esquadra incomunicável, tendo sido libertado em 01/04/1947.]

01751. António Silva / António da Silva [1927, 1933]

[António Silva || F. 17/12/1928 || ANTT || PT-TT-PVDE-Policias-Anteriores-3-NT-8903]

[Lisboa, 1896. Marceneiro / Industrial. Filiação: Eugénia Vidas, Luís da Silva. Casado. Residência: Estrada das Laranjeiras, 130 - Lisboa / Rua da Palmeira, 46 - Lisboa. Preso em 31/10/1927acusado de conspirar contra a Ditadura Militar e ser «chefe dum grupo civil». Deportado, em 15/11/1927, para África, desconhecendo-se a localidade. Segundo declarações do próprio, participou, em abril de 1931, na Revolta da Madeira, podendo deduzir-se que continuaria deportado. Preso em 26/02/1933, sob a acusação «de haver planeado, juntamente com Horácio da Silva AlvesManuel Vicente Pedroso e Silvano de Sousa, um atentado contra S. Exa o Presidente do Ministério - Dr. Oliveira Salazar - que se encontrava no Caramulo». Aquela iniciativa teria sido combinada entre José Maria de Almeida Júnior e António da Silva, tendo sido convidados os outros três para executarem o atentado. As bombas terão sido fabricadas por José Maria de Almeida Júnior em Segões (Moimenta da Beira, Viseu), com a colaboração do segundo e a vigilância dos restantes, tendo todos participado no ensaio da explosão de duas delas. O atentado seria realizado com tiros de pistola, disparados por quatro dos envolvidos, cabendo a Manuel Vicente Pedroso «a missão de arremessar as bombas contra aqueles que os perseguissem na fuga». Também teria sido José Maria da Silva Júnior a entregar as armas a Horácio Alves e a Silvano de Sousa, já que António da Silva tinha uma pistola dada «no Funchal por ocasião da revolta que ali teve lugar e em que tomou parte». Para António da Silva, o dito atentado «não passava de um "Truc", combinado entre ele e o Almeida Júnior, com o simples fim de extorquirem dinheiro aos políticos com quem o Almeida Júnior se ligava por intermédio do ex-capitão Carlos de Vilhena». Para a Polícia, o atentado não terá sido efetuado porque os dois «não quiseram distribuir pelos restantes os cinquenta mil escudos que tinham para o executar». Quando foi detido, tinha na sua posse uma pistola "Parabellum", carregadores e respectivas balas. Integrou, em 19/11/1933, a leva de 143 presos políticos que embarcou no vapor Quanza, fundeado a cerca de 500 metros da praia sul de Peniche, com destino à Fortaleza de São João Baptista, em Angra do Heroísmo, onde chegou a 22. Julgado nos Açores pelo TME em 21/08/1934, seria condenado à pena de seis anos de desterro, com prisão, no local do desterro, por um ano, à multa de vinte mil escudos e perda dos direitos políticos por dez anos. Requereu, em 03/03/1936, que lhe fosse fixada residência na ilha da Madeira, o qual foi indeferido. Em 14/05/1937, a esposa fez novo requerimento dirigido ao ministro do Interior, sendo também indeferido. Requereu, em 16/11/1939, que lhe fosse fixada residência em qualquer local do Continente, o qual voltou a ser indeferido.

[António Silva || F. 30/04/1941 || ANTT || RGP/6 || PT-TT-PIDE-E-010-1-6]

Regressou da Fortaleza de Angra do Heroísmo em 29/04/1941, recolheu à 1.ª Esquadra e foi transferido para Peniche no dia seguinte, data da fotografia acima. Passou, em 02/11/1941, passou para o Aljube e saiu em liberdade condicional em 24/12/1941, depois de quase nove anos preso.]

[João Esteves]

[3408.] PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCXCIII

PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCXCIII * 

01747. Jaime da Fonseca e Sousa [1932]

[Jaime da Fonseca e Sousa || ANTT || RGP/74 || PT-TT-PIDE-E-010-1-74]

[Tondela ou Lisboa, c. 1902. Funcionário público: impressor da Casa da Moeda. Filiação: Felisbela de Jesus Rodrigues, Artur da Fonseca Sousa. Casado. Residência: Ginjal, 69 - Cacilhas. Seria o filiado 130 da Célula 19 do Comité de Zona Nº 1 do Partido Comunista, organismo a que também pertencia Abel Augusto Gomes de Abreu e António Franco Trindade, ambos colegas de trabalho. No âmbito do trabalho partidário, desenvolvido em conjunto com aqueles dois, Álvaro Augusto Ferreira, Eleutério Lopes Grosso (caixeiro numa taberna da Calçada da Bica), Jaime Tiago e Manuel Francisco da Silva ("O Manuel Pedreiro" que faleceu em 24/08/1941, quando detido na Fortaleza de Angra do Heroísmo), guardava em sua casa «todo o material de que dispunha o Comité Central das Brigadas de Choque (Comité Revolucionário)», nomeadamente «material para fabrico de bombas e [...] bombas já feitas», «dinamite, rastilho, espoletas e balas de espingarda», «bombas de maçaneta» e «antimónio». Na sequência das detenções feitas em 24/04/1932 na Serra de Monsanto, quando muitos dos seus camaradas assistiam à demonstração e preparação de lançamento de bombas, seria preso na tarde no dia a seguir, no seu local de trabalho. Considerado «um elemento desembaraçado que procedeu consciente e perfeitamente integrado na política revolucionária do Partido comunista», foi determinado, em 10/08/1932, de Agosto, que lhe fosse «fixada residência obrigatória em Cabo Verde ou Timor, sendo-lhe aplicado o decreto Nº 20.314». Preso, durante 19 meses, na Penitenciária de Lisboa, passou para Peniche onde, em 19/11/1933, embarcou para Angra do Heroísmo, a fim de ficar detido na Fortaleza de São João Baptista. Julgado, em 24/08/1934, pela Secção dos Açores do Tribunal Militar Especial, «acusado de, com outros co-réus, no ano de 1932, por diversas vezes, ter tomado parte no fabrico, transporte, detenção e uso, para experiência, de bombas explosivas, em Lisboa e arredores» e deter «numeroso material explosivo e bombas, que guardava em sua casa», foi condenado a doze anos de prisão no degredo e multa de vinte mil escudos, ficando à disposição do Governo. Interpôs recurso, mas o mesmo Tribunal, reunido em 30/08/1934, manteve a sentença. Em Janeiro de 1935, quando se encontrava internado no Hospital Militar de Angra do Heroísmo, requereu ao Ministério do Interior a sua transferência para um hospital de Lisboa, a fim de ser operado. Embora aquele tenha deferido o requerimento, o Ministério da Guerra não terá autorizado a sua deslocação para um hospital do continente. Quatro meses depois, em 20/05/1935, quando ainda se encontrava no Hospital Militar de Angra, seria operado de urgência ao fígado. Nas anotações que constam do Registo Geral de Presos, e noutra documentação após o seu falecimento, é dado a entender que o preso não seguiu para Lisboa por a operação já ter sido feita em Angra do Heroísmo: no entanto, o pedido e autorização do ministro do Interior, bem como a solicitação ao Ministério da Guerra para promover o seu regresso ao Continente, datam de janeiro de 1935, enquanto a intervenção cirúrgica só se deu em maio. Durante o ano de 1935, foi mantida regular troca de informações entre o Ministério do Interior, o da Guerra e a Polícia de Vigilância e Defesa do Estado, sendo que, em 24/06/1935, em Ofício Confidencial, o Ministério da Guerra informava que o preso, internado no Hospital Militar de Angra, estava em em condições de fazer qualquer viagem. Solicitou ao Ministro do Interior, em 15/07/1935, «que lhe seja dada por expiada a pena a que foi condenado pelo Tribunal Militar Especial, alegando, entre outros motivos, o da falta de saúde e o de ter dado a sua adesão à União Nacional, por declaração que foi enviada oficialmente pelo Comando Militar dos Açores ao Ministério do Interior». Tal pretensão foi negada pela PVDE em 14/08/1935 e, apesar dos graves problemas hepáticos, seguiu em 23/10/1936  seguiu para o Campo de Concentração do Tarrafal. A sua mãe enviou, em 28/07/1938, uma carta datilografada ao ministro do Interior a solicitar a libertação do filho, assinando-a como Felisbela Rodrigues de Sousa. Nela, invocava os 15 anos de trabalho na Casa da Moeda, «sempre com exemplar comportamento», atribuía a culpa de deter explosivos a um colega de trabalho, descrevia o seu estado de saúde, tendo sentido «os primeiros ataques de fígado no campo de concentração de Angra do Heroísmo» e, por fim, referia, que «está filiado na União Nacional, adesão que meu filho fez gostosamente quando para tal foi falado». Nesta carta de súplica para que «restitua a uma pobre velha a alegria que há tanto perdeu», a mãe refere-se  a Angra do Heroísmo como um campo de concentração, o mesmo fazendo para «o Campo de Concentração do Tarrafal, em Cabo Verde», para onde o filho foi enviado e onde «vive no desesperante receio de uma biliosa, de que já teve sintomas, ou, o que é pior, da perniciosa» (Carta ao ministro do Interior, datada de 28/07/1938). Jaime da Fonseca e Sousa Faleceu no Campo de Concentração do Tarrafal em 07-07-1940, após alguns dias em coma. A crueldade das autoridades policiais e militares do fascismo português sobressai nos tormentos deliberadamente infligidos a Jaime da Fonseca e Sousa, apesar das diferentes diligências e súplicas da sua mãe, levando-os ao seu falecimento precoce.]

01748. Manuel Francisco da Silva [1932]

["O Manuel Pedreiro". Lisboa ou Seixal, c. 1900. Pedreiro. Filiação: Mariana do Rosário, Francisco Manuel da Silva. Solteiro. Residência: Quinta Manuel Gil - Palma de Baixo. Preso em 25/04/1932, por pertencer à Célula 21 do Comité de Zona N.º 4 do Partido Comunista e estar envolvido do 1.º de Maio, experimentando explosivos e bombas na Serra de Monsanto. Deportado para Angra do Heroísmo em 19/11/1933 e julgado pelo TME/Açores em 24/08/1934, seria condenado a 14 anos de degredo, com prisão nesse local. Interpôs recurso, mas o TME, reunido em 30/08/1934, manteve a pena. Faleceu em Angra em 24/08/1941, «vítima duma congestão pulmonar».]

01749. Jaime Tiago [1931, 1932]

[Jaime Tiago || F. 19/05/1925 || ANTT || PT-TT-PIDE-Policias-Anteriores-1-NT-8902]

[Pampilhosa da Serra, 1899. Litógrafo da Casa da Moeda. Filiação: Delfina de Jesus. Solteiro. Residência: Rua da Moeda, 15 - Lisboa. Desenvolveu intensa atividade sindical durante a 1.ª República, nomeadamente no âmbito da Confederação Geral do Trabalho. Representou-a em ações do 1.º de Maio - 1923 (Leiria), 1924 (Sines), 1925 (Ervedal – Estremoz) e 1926 (Peniche) - e participou no IV Congresso Operário Nacional, realizado em Santarém, entre os dias 23 e 27 de Setembro de 1925. Preso em maio de 1925. Tornou-se, provavelmente no início da década de 1930, militante do Partido Comunista: integrou o Comité de Zona N.º 1, tornou-se membro do Comité Regional de Lisboa, onde tinha a cargo a agitação e propaganda. Terá sido preso em agosto de 1931

[Jaime Tiago || F. 04/08/1931 || ANTT || PT-TT-PVDE-Policias-Anteriores-3-NT-8903]

Esteve ativamente envolvido nos preparativos do 1.º de Maio de 1932, onde se previa a utilização de explosivos. Preso em 21/05/1932, «por estar envolvido em trabalhos de organização comunista, ser portador de bombas explosivas e detentor de material para o fabrico de outras e de duas pistolas». Foram-lhe, então, apreendidos o arquivo do Comité Regional de Lisboa, onde era o principal responsável devido a prisões de outros elementos. Deportado para Angra do Heroísmo em 19/11/1933 . Julgado em 18/08/1934 pelo TME, seria condenado em doze anos de degredo, com prisão no local, e multa de vinte mil escudos, ficando, depois, à disposição do Governo. Transferido, em 23/10/1936, para o Campo de Concentração do Tarrafalonde foi punido com dias de internamento na “frigideira”, integrou a Organização Comunista Prisional e, devido a divergências, transferiu-se para o grupo dos comunistas afastados. Passou, em 31/12/1945, para a tutela do Ministério de Justiça. Em janeiro de 1946, subscreveu a exposição dirigida por presos políticos no Tarrafal à Comissão Executiva do Movimento de Unidade Democrática (MUD), onde se saúda e apoia as resoluções tomadas na sessão de Outubro de 1945. Por sentença do Tribunal de Execução das Penas, datada de 13/08/1948, foi-lhe concedida liberdade condicional por quatro anos mediante o cumprimento de determinadas condições, nomeadamente a de fixar residência em casa da mulher e do sogro. Obteve a liberdade definitiva em 28/07/1952.]

[João Esteves]

quarta-feira, 8 de maio de 2024

[3407.] PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCXCII

 PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCXCII *

01743. Alfredo José da Costa [1933]

[Barreiro, c. 1890. Empregado de comércio. Filiação: Maria da Costa, Eduardo Costa. Preso aos 43 anos, integrou, em 19/11/1933, a leva de presos políticos deportada para Angra do Heroísmo. Por ter terminado a pena imposta pelo Tribunal Militar Especial, regressou dos Açores em 08/10/1934. Consta de uma fotografia de grupo tirada na Fortaleza de Angra do Heroísmo, juntamente com: 1 – Raul Jorge Wheelhouse; 2 – José Praça; 3 – António Marques; 4 – António João da Silva; 5 – João Lopes Soares; 6 – José Matos Machado; 7 – Bernardino Dias; 8 – Joaquim de Oliveira Guerreiro; 9 – Jaime António Palma Mira; 10 – António Seca; 11 – Alfredo José da Costa; 12 – João Perdigão; 13 – Augusto Monteiro (Espólio de João Lopes Soares / Fundação Mário Soares).]

01744. António Dias [1933]

[Lisboa, c. 1899. Filiação: Mariana Dias. Deportado por ordem do Governo para Angra do Heroísmo em 19/11/1933. Julgado pelo TME - Açores em 20/08/1934, seria condenado a 420 dias de prisão correcional. Regressou em 09/11/1934, saindo em liberdade.]

01745. Júlio César Leitão [1932, 1933]

[Júlio César Leitão || ANTT || RGP/545 || PT-TT-PIDE-E-010-3-545]

[Vila Nova de Foz Côa, c. 1891. Barbeiro. Filiação: Umbelina, José Leitão. Residência: Rua Jardim do Regedor - Lisboa. Expulso do Brasil em 1928 por militar no Partido Comunista local e ser considerado indesejável. Em Portugal, entrou em contacto com os comunistas nacionais e esteve na origem da da convocação, em abril de 1929, do «Pleno» da Amadora, do qual resultou a formação de um «Comité Central Executivo» do Partido Comunista, o qual integrou juntamente com Bento Gonçalves e o espanhol Manuel Delicado. Fez parte do Comité Regional de Lisboa e desenvolveu intensa atividade partidária, utilizando o pseudónimo "Nelson" na organização de células e comités. Preso em 17/03/1932, passou por esquadras e Cadeia de Monsanto,  esteve para ser deportado para a ilha Terceira por despacho do ministro do Interior, o que não se concretizou, e seria barbaramente torturado. Deportado para Angra do Heroísmo em 19/11/1933, foi transferido para Lisboa em 09/11/1934 e libertado em 21/12/1934.]

01746. António Franco Trindade [1932]

[António Franco Trindade || ANTT || RGP/4|| PT-TT-PIDE-E-010-1-4]

[Militante do Partido Comunista no início de década de 1930, foi um dos resistentes à Ditadura Militar e ao Estado Novo que mais anos esteve preso: de 24 de Abril de 1932 a 30 de Maio de 1950. Ericeira - Mafra, c. 1906. Litógrafo da Casa da Moeda. Filiação: Maria de Jesus Costa da Trindade, Prudêncio Franco da Trindade. Solteiro. Residência: Avenida Almirante Reis, 35 - Lisboa. Integrou o Comité de Zona N.º 1 do Partido Comunista Português. Filiado nº 132 da Célula 19, foi seu Secretário, tendo ainda a cargo o controlo da Célula 18. Esteve envolvido nos preparativos da jornada de luta preparada para o dia 29/02/1932 e que implicava o recurso a bombas, a qual acabou por não se realizar devido à prisão de alguns dos implicados. De seguida, com Álvaro Augusto Ferreira e Manuel Francisco da Silva ("O Manuel Pedreiro" que faleceu em 24 de Agosto de 1941, quando detido na Fortaleza de Angra do Heroísmo), fez parte do núcleo responsável pela preparação de ações durante o 1.º de Maio, com recurso ao uso dos explosivos não utilizadas anteriormente. Jaime Tiago e Manuel Alpedrinha também acompanharam os preparativos. No dia 24/04/1932, quando o grupo experimentava o material na Serra de Monsanto e se treinava sob a instrução de Manuel Francisco da Silva, a PSP e a Polícia Especial do Ministério do Interior intervieram e prenderam alguns dos presentes, entre eles António Franco TrindadeAbel Augusto Gomes de Abreu (gráfico da Casa da Moeda), Álvaro Augusto Ferreira, Carlos Luís Correia Matoso (estudante de Agronomia), Eduardo Valente Neto (marítimo), João Lopes Dinis (canteiro, faleceu no Tarrafal em 12/12/1941), Manuel Francisco da Silva (pedreiro) e Silvino Fernandes Costa (ajudante de farmácia). Outros, conseguiram fugir. Era considerado «elemento duma atividade extraordinária e perigosíssimo pela ação revolucionária desenvolvida, sendo de notar que, como funcionário do Estado, não hesitou em sacrificar o seu lugar aos manejos revolucionários em que se envolveu». Fez parte da leva de 143 presos políticos que, em 19/11/1933, embarcou no vapor "Quanza", fundeado a cerca de 500 metros da praia sul de Peniche, com destino à Fortaleza de São João Baptista, em Angra do Heroísmo, onde chegou a 22. Julgado em 24/08/1934 pela Secção dos Açores do Tribunal Militar Especial, foi condenado, tal como muitos dos seus camaradas, a 14 anos de degredo, ficando depois à disposição do Governo, e à multa de vinte mil escudos. Embora tenha interposto recurso, a sentença foi confirmada em 30/08/1934 e, em 23/10/1936, integrou a primeira leva de presos políticos que seguiu para o Campo de Concentração do Tarrafal. Aí, integrou a Organização Comunista Prisional do Tarrafal (OCPT) e, na sequência de divergências no seu seio, formou, com Álvaro Duque da Fonseca, Boaventura Gonçalves, Fernando Macedo, Fernando Quirino, Jaime Tiago, José de Sousa, Leonilde Felizardo e Virgílio de Sousa o grupo dos comunistas afastados, sendo expulsos do Partido Comunista em 1943 [José Pacheco Pereira, Álvaro Cunhal - Uma Biografia Política, Vol. I, 1999]. Em 09701/1946, subscreveu a exposição dirigida por presos políticos no Tarrafal à Comissão Executiva do Movimento de Unidade Democrática (MUD), onde se saúda e apoia as resoluções tomadas na sessão de 08/10/1945. Subscreveram-na ainda, António BatistaAntónio Gato PintoAntónio Gonçalves CoimbraArmindo GuimarãesConstantinoEurico Martins PiresFrancisco Silvério MateusJaime TiagoJoão MariaJoaquim Pedro e  Tomás Marreiros [Casa Comum/Fundação Mário Soares]. Só foi libertado (liberdade condicional) do Tarrafal em 30/05/1950. Regressou e apresentou-se na PVDE em 22/06/1950, indo residir para a Rua António Pedro, 54. A liberdade definitiva só se deu em 02/06/1953. Dos 18 anos que esteve preso, três foram passados na Fortaleza de São João Baptista, Açores, e catorze no Tarrafal, Cabo Verde.]

[João Esteves]

sábado, 4 de maio de 2024

[3406.] PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCXCI

 PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCXCI *

01741. Francisco Delgado França [1933]

[Fundão, c. 1905. Empregado bancário. Filiação: Maria Celeste Delgado Leal França, Francisco Maria da Costa França. Solteiro. Residência: Avenida Duque de Loulé, 10 - Lisboa. Preso em 20/11/1933 pela SPS/Lisboa, «por conspirar contra a atual Situação e estar ligado, para fins revolucionários, com o ex-tenente José Neves» e Sarmento de Beires. Libertado em 23/12/1933.]

01742. José Manuel Sarmento de Beires [1933]

[José Manuel Sarmento de Beires || ANTT || RGP/176 || PT-TT-PIDE-E-010-1-176]

[Lisboa, 04/09/1893. Major - piloto aviador / Engenheiro. Filiação: Maria do Patrocínio de Castro Ferreira Sarmento, José de Beires. Casado. Residência: Rua da Padaria, 25 - Lisboa. Integrou, em maio de 1917, o grupo de pilotos portugueses formado no primeiro curso de Aeronáutica Militar e fez parte do Corpo Expedicionário Português. Realizou, em 1924, a primeira viagem área Lisboa - Macau e, em 1927, a 1.ª travessia aérea noturna do Atlântico Sul. Participou, a partir de 1928, ano em que ainda foi condecorado pelo novo regime, em diversos movimentos e conspirações contra a Ditadura Militar: um relatório da PIDE,  datado de 23/12/1948, referencia-o como tendo participado nas revolta de 20/07/1928. Iniciou-se na Maçonaria em 1930 e, no ano seguinte, evidenciou-se na revolta de 26/08/1931. Procurado pela Polícia, esteve refugiado em França e Espanha, acabando por ser preso pela SPS/Lisboa em 21/11/1933. Transferido, em 22/11/1933, da SPS/Lisboa para o Aljube, ficando incomunicável. Condenado pelo TME a sete anos de desterro, «sem prisão», embarcou, em 08/09/1934, para Angra do Heroísmo. Regressou em 23/12/1934, por ter sido autorizado a seguir para Macau, onde lhe foi fixada residência. Ingressou na Penitenciária de Lisboa e, em 02/03/1935, partiu para Macau, de onde fugiu, passou pelo Norte de África, Espanha e França, acabando por se radicar no Brasil.  Faleceu em 08/06/1974.]
[alterado em 12/05/2024]

[José Manuel Sarmento de Beires || 1935_06_20 || ANTT || PT-TT-MI-GM-4-48-46_c0004]

[José Manuel Sarmento de Beires || 1935_06_20 || ANTT || PT-TT-MI-GM-4-48-46_c0005]

[José Manuel Sarmento de Beires || 1935_06_20 || ANTT || PT-TT-MI-GM-4-48-46_c0006]

 
[José Manuel Sarmento de Beires || 1935_07_03 || ANTT || PT-TT-MI-GM-4-48-46_c0007]

[José Manuel Sarmento de Beires || 1935_08_05 || ANTT || PT-TT-MI-GM-4-48-46_c0003]

[José Manuel Sarmento de Beires || 1935_08_15 || ANTT || PT-TT-MI-GM-4-48-46_c0008]

[José Manuel Sarmento de Beires || 1935_08_15 || ANTT || PT-TT-MI-GM-4-48-46_c0009]

[José Manuel Sarmento de Beires || 1935_08_15 || ANTT || PT-TT-MI-GM-4-48-46_c0010]

[José Manuel Sarmento de Beires || 1935_08_16 || ANTT || PT-TT-MI-GM-4-48-46_c0002]

[José Manuel Sarmento de Beires || 1935_08_24 || ANTT || PT-TT-MI-GM-4-48-46_c0001]

[João Esteves]