[Cipriano Dourado]

[Cipriano Dourado]
[Plantadora de Arroz, 1954] [Cipriano Dourado (1921-1981)]

quinta-feira, 7 de maio de 2020

[2371.] AMÉRICO GOMES [I] || A MORTE AOS 21/22 ANOS POR COMBATER A DITADURA

* AMÉRICO GOMES *
[1912 (?) - 16/03/1934]

Américo Gomes faleceu em 1934, na Penitenciária de Lisboa, depois de 14 meses de cativeiro, na sequência de pertencer às Juventudes Comunistas e ter participado em diversas acções de rua contra a Ditadura implantada em 28 de Maio de 1926.

Havendo três presos políticos com o mesmo nome, tem sido apresentado, incorrectamente, como serralheiro mecânico, nascido em 31 de Outubro de 1906. 

Filho de Elisabete Ferreira e de Alfredo Gomes, Américo Gomes terá nascido em 1912, em Lisboa. 

Ajudante de caldeireiro, com residência na Travessa do Conde da Ponte - 13, Américo Gomes militou nas Juventudes Comunistas desde, pelo menos, 1931, tendo desempenhado algumas tarefas relevantes.

Em Janeiro de 1932, participou na distribuição de manifestos em inglês aquando da passagem de navios de guerra ingleses pelo Tejo.

Fez parte da Célula da Fábrica Dargent, uma fábrica de estruturas metálicas e caldeiras, e integrou, posteriormente, o Comité de Zona N.º 4, juntamente com Adolfo Teixeira Pais - "O Diabo", João Ferreira de AbreuManuel dos Santos - "O Manuel da Fonte Santa", e Virgínio de Jesus Luís, entre outros, onde representava a Célula N.º 40. 

Foi preso, pela primeira vez, em 26 de Setembro de 1932, por suspeita de ter participado na manifestação e comício-relâmpago organizado pela Federação das Juventudes Comunistas Portuguesas no Largo de Alcântara, em 4 de Setembro de 1932, para celebrar o Dia da Juventude, tendo Francisco de Paula  Oliveira (Pavel) sido o orador e estando presentes, entre outros, Domingos dos Santos - "O Calabrez", Manuel dos Santos e Pedro Batista da Rocha [v. Processo 558]. Acabou por ser libertado em 21 de Outubro de 1932, por falta de provas.

Pouco tempo depois, em 20 de Janeiro de 1933, foi preso pela PSP em Alcântara, na sequência da distribuição de manifestos clandestinos à porta das Oficinas Gerais da CML. Estava, então, armado de um revólver, tendo disparado um tiro para o ar. Anteriormente, tinha servido de ligação entre Aníbal Trindade, que andava fugido e só seria preso em 1938, e Virgínio de Jesus Luís.

Devido às actividades que desenvolveu, foi considerado «um elemento activo e bastante perigoso» [Processo 626] e julgado pelo Tribunal Militar Especial em 2 de Março de 1934, sendo condenado na pena de 600 dias de prisão correccional [Processo 31/933 do TME].  

Segundo registo no seu Cadastro Político, faleceu em 16 de Março de 1934, na Penitenciária de Lisboa. 

Fonte:
ANTT Cadastro Político 5939 [Américo Gomes / PT-TT-PIDE-E-001-CX05_m0962, m0962a, m0962b].

[João Esteves]

[2370.] PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS - DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO [XXXVIII] || 1926 - 1933

* PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || XXXVIII *

00354. Américo Alves [1931]

[Lisboa, 1907, marceneiro. Preso pela PSP de Lisboa em 14/09/1931, libertado em 16/10/1931 (Processo 60)].

00355. Américo António de Matos [1927]

[São Paulo - Brasil, 1896, barbeiro. Preso em 18/10/1927 - falta de documentação (Processo 3280). Libertado em 28/10/1927].

00356. Américo Chaves [1933]

[Lisboa, 1903, caldeireiro - Lisboa. Preso pela PSP em 15/03/1933 e entregue em 18/05/1933 (v. Processo 681). Libertado em 23/05/1933].

00357. Américo Correia [1933]

[Cadaval, 1908, trabalhador rural. Preso em 12/02/1933 (v. Processo 618), libertado em 20/02/1933].

00358. Américo da Silva Ladeira [1931]

[Lisboa, 1900, chofer - Lisboa. Preso em 13/04/1931, libertado em 22/04/1931 (Processo 4872-A)].

00359. Américo David [1933]

[Lisboa, 1902, serralheiro - Lisboa. Preso em 27/11/1933 (v. Processo 867), libertado em 13/12/1933].

00360. Américo de Sousa [1931]

[Lisboa, 1902, surrador de peles - Lisboa. Preso em 25/05/1931, deportado para Timor em 27/06/1931].

00361. Américo dos Prazeres Pereira [1931]

[Lisboa, 1912, pedreiro - Lisboa. Preso em 26/08/1931 e deportado para Timor em 02/09/1931. Abrangido pela amnistia de 05/12/1932, regressou, desembarcou em 09/06/1933 e apresentou-se em 12/06/1932].

00362. Américo Duarte Silva [1930, 1931]

[Lisboa, 02/03/1902, ex-2.º Sargento do R. S. M. - Pontinha. Fixada, em Julho de 1930, residência obrigatória em Seia, tendo sido autorizado o regresso à sua Unidade em Fevereiro de 1931. Preso e deportado para Timor em 1931, foi abrangido pela amnistia de 05/12/1932. Desembarcou em 09/06/1933 e apresentou-se em 12/06/1933].

00363. Américo Esteves de Oliveira [1929]

[Lisboa, 1907, 1.º Cabo de Infantaria 1. Preso em 27/03/1929, libertado em 19/04/1929 (Processo 4294)].

00364. Américo Fernandes Freitas [1932, 1937]

[Vila Nova de Gaia, 08/11/1904, caldeireiro. Filiação: Carolina da Silva Ferreira, Manuel Fernandes de Freitas. Solteiro. Residência: Bairro Novo - Entroncamento / Massarelos - Porto. Entregue pelo Comando da PSP de Santarém em 23/04/1932, "por estar envolvido em manejos revolucionários e de estar ligado a elementos comunistas", integrando o Socorro Vermelho Internacional (Processo 357). Por despacho do Ministro do Interior, datado de 02/06/1932, foi-lhe aplicado cinco meses de prisão. Libertado do Aljube em 23/09/1932. Preso pela Delegação do Porto em 29/09/1937, por emigração clandestina (Processo 1311/937). Entregue, em 09/11/1937, ao Juiz de Turno dos Tribunais Criminais do Porto.]
[alterado em 28/03/2022]

00365. Américo Ferreira [1932]

[Lisboa, c. 1914, engraxador. Filiação: Lúcia Marques e Pedro Filipe Ferreira. Solteiro. Residência: Rua Bartolomeu Dias - Vila Correia - Beco Particular, 5. Preso em 24/11/1932acusado de dizer mal da Situação. Não se provou, podendo tratar-se de uma vingança dos acusadores, e libertado em 26/11/1932 da 1.ª esquadra (v. Processo 571).]
[alterado em 25/11/2023]

00366. Américo Ferreira [1932]

[Águas Santas, 1890, servente. Preso pela Delegação do Porto em 09/08/1932, saiu em liberdade condicional em 29/08/1932 (Processo 108/Porto). Ficou em liberdade definitiva em 21/10/1932].

00367. Américo Freire da Silva [1927]

[Lisboa, 1893, jornalista - Lisboa. Preso em 03/02/1927].

00368. Américo Gomes [1931]

[Porto, 1902, cinzelador. Preso em 17/03/1931, libertado em 22/03/1931].

00369. Américo Gomes [1932, 1933]

[Lisboa, c. 1912, ajudante de caldeireiro - Lisboa. Filiação: Elisabete Ferreira, Alfredo Gomes. Solteiro. Residência: Rua do Conde da Ponte, 13. Faleceu em 1934, na Penitenciária de Lisboa, depois de 14 meses de cativeiro, na sequência de pertencer às Juventudes Comunistas e ter participado em diversas ações de rua contra a Ditadura implantada em 28 de Maio de 1926. Havendo três presos políticos com o mesmo nome, tem sido apresentado, incorretamente, como serralheiro mecânico, nascido em 31 de Outubro de 1906. Ajudante de caldeireiro, militou nas Juventudes Comunistas desde, pelo menos, 1931, tendo desempenhado algumas tarefas relevantes. Em Janeiro de 1932, participou na distribuição de manifestos em inglês aquando da passagem de navios de guerra ingleses pelo Tejo. Fez parte da Célula da Fábrica Dargent, uma fábrica de estruturas metálicas e caldeiras, e integrou, posteriormente, o Comité de Zona N.º 4, juntamente com Adolfo Teixeira Pais - "O Diabo", João Ferreira de Abreu, Manuel dos Santos, "O Manuel da Fonte Santa", e Virgínio de Jesus Luís, entre outros, onde representava a Célula N.º 40. Foi preso, pela primeira vez, em 26 de Setembro de 1932, por suspeita de ter participado na manifestação e comício-relâmpago organizado pela Federação das Juventudes Comunistas Portuguesas no Largo de Alcântara, em 4 de Setembro de 1932, para celebrar o XVIII Dia da Juventude, tendo Francisco de Paula  Oliveira (Pavel) sido o orador e estando presentes, entre outros, Domingos dos Santos - "O Calabrez", Manuel dos Santos e Pedro Batista da Rocha. Acabou por ser libertado do Aljube em 21 de Outubro de 1932, por falta de provas (v. Processo 558). Pouco tempo depois, em 20 de Janeiro de 1933, foi preso pela PSP em Alcântara, na sequência da distribuição de manifestos clandestinos à porta das Oficinas Gerais da CML, e  levado, incomunicável, para o Aljube. Estava, então, armado de um revólver, tendo disparado um tiro para o ar. Anteriormente, tinha servido de ligação entre Aníbal Trindade, que andava fugido e só seria preso em 1938, e Virgínio de Jesus LuísDevido às atividades que desenvolveu, foi considerado "um elemento ativo e bastante perigoso" (Processo 626) e julgado pelo Tribunal Militar Especial em 2 de Março de 1934, sendo condenado na pena de 600 dias de prisão correccional (Processo 31/933 do TME). Segundo registo no seu Cadastro Político, faleceu em 16 de Março de 1934, na Penitenciária de Lisboa.]
[alterado em 29/03/2022]
[alterado em 21/03/2023]
[alterado em 16/05/2023]

[João Esteves]

quarta-feira, 6 de maio de 2020

[2369.] CIPRIANO DOURADO [IX] || PORTUGAL DEMOCRÁTICO - 1956

* CIPRIANO DOURADO *

PORTUGAL DEMOCRÁTICO || N.º 3 || 1 DE SETEMBRO DE 1956

[Portugal Democrático || N.º 3 || 01/98/1956 || ANTT || PT-TT-JPD-0001_m0029]

terça-feira, 5 de maio de 2020

[2368.] 1.º FESTIVAL NACIONAL DA JUVENTUDE [I] || 15 DE MAIO DE 1955

* 1.º FESTIVAL NACIONAL DA JUVENTUDE  || 1955 *

DOMINGO, 15 DE MAIO DE 1955

[Portugal Democrático || N.º 3 || 01/98/1956 || ANTT || PT-TT-JPD-0001_m0026]

No dia 15 de Maio de 1955, quase clandestinamente, realizou-se na margem sul do Tejo o 1.º Festival Nacional da Juventude, sob o lema "PARA A PAZ PELO CONHECIMENTO", evento que preparava a representação ao V Festival Mundial da Juventude para a Paz e a Amizade, a decorrer em Varsóvia, na Polónia, e que integraria vários membros do MUD Juvenil. 

O local escolhido foi um pinhal no Laranjeiro e, nesse domingo de Maio, grupos de "moços e moças, estudantes e trabalhadores" apanharam o barco no Terreiro do Paço, desembarcaram em Cacilhas e apanharam a camioneta para o local previamente escolhido e montado no dia anterior. À entrada, um grande cartaz com os dizeres "PAZ E AMIZADE!" e, pregado nas árvores, o programa das actividades programadas para o dia.

No recinto havia uma "Exposição", com livros, desenhos de pintores portugueses, a pomba branca de Picasso, fotografias oferecidas pelo realizador Manuel de Guimarães [1915 - 1975] de todos os seus filmes e gravuras chinesas; o bufete; uma orquestra para o baile; e campos de jogos, onde rapazes e raparigas conviveram animadamente. Praticaram voleibol, realizaram uma corrida de sacos, ganha por um jovem engenheiro de Lisboa, e envolveram-se em jogos como o dos rebuçados, das agulhas, das bilhas e dos ovos. 

"Estudantes, operários e camponeses confraternizavam", não só jovens mas, também, homens e mulheres de todas as idades. Compareceram ao evento, escritores, poetas e jornalistas, para além de António Sérgio, presente na parte da manhã, o realizador Manuel de Guimarães, a actriz Maria Olguim [1898 - 1984] e um jurista francês da Associação dos Juristas Democratas, a quem foi oferecido um saco feito pelos presos políticos de Caxias e ofertado ao Festival. 

Entoaram-se diversas canções, leram-se poemas, dançou-se, houve discursos, gritou-se pela Paz em Goa e a preceder a representação do "Auto da Isaura Silva", alusivo à enfermeira do MUD Juvenil que se encontrava presa desde 1953, uma intervenção sobre teatro da autoria de António José Saraiva. A assistir, Hortênsia Assunção da Silva, irmã de Isaura Silva, que interveio, pedindo que se lutasse pela sua libertação, e cerca de 400 pessoas assinaram um abaixo-assinado a solicitar a sua hospitalização.

[Portugal Democrático || N.º 3 || 01/98/1956 || ANTT || PT-TT-JPD-0001_m0026]

Terão passado pelo Festival, segundo números da organização, cerca de 700 pessoas, vindas de várias partes do país.

Na sequência deste encontro, foram presos vários jovens e membros do MUD Juvenil associados à sua organização. Um deles, foi José Prudêncio, detido, segundo registo policial, em 3 de Julho de 1955.

[João Esteves]

[2367.] PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS - DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO [XXXVII] || 1926 - 1933

* PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || XXXVII *

00343. Amadeu Nunes [1927]

[Odemira, 1887, corticeiro. Preso em 20/10/1927 pelo Administrador do Concelho de Silves a pedido da Polícia].

00344. Amadeu Paiva [1933]

[Lisboa, 1915, caldeireiro - Lisboa. Preso pela PSP em 01/05/1933 e entregue em 02/05/1933 (v. Processo 686). Libertado em 10/05/1933].

00345. Amadeu Torcato da Silva [1930, 1931, 1933]

[Santarém, c. 1888, comerciante - Santarém. Preso em 02/10/1930, libertado em 30/10/1930 (Processo 4695-X). Entregue pela Delegação de Santarém da Polícia Internacional Portuguesa em 28/05/1931, "por estar implicado em manejos revolucionários", e deportado para Cabo Verde (não foi organizado processo). Abrangido pela amnistia de 05/12/1932, regressou de Cabo Verde e apresentou-se na PIP em 16/01/1933, indo residir para a Travessa do Requecho - Santarém. Preso em 13/03/1933, "por suspeita de fazer parte da organização revolucionária de Santarém"; libertado em 20/03/1933 (Processo 754).]
[alterado em 13/04/2023]


[Amâncio de Alpoim || 1937 || ANTT || RGP/6124 || PT-TT-PIDE-E-010-30-6124]

[Setúbal, final da década de 1880, advogado. Preso em 22/07/1928 (Processo 3870) e deportado para Angola em 21/08/1928. Passou, a seu pedido, para S. Tomé, seguiu, depois, para os Açores e Madeira, de onde partiu para o Rio de Janeiro. Preso em 16/02/1937, levado para o Aljube e libertado em 23/11/1937 (Processo 224/37)].

00347. Amândio Brito [1928]

[Amadora, 1891, empregado na exploração do Porto de Lisboa. Preso em 22/07/1928 (Processo 3881), libertado em 22/08/1928].

00348. Amândio Mascarenhas [1929]

[Midões - Tábua, 1901, serralheiro. Preso em 17/07/1929, libertado em 18/07/1929 (Processo 4368)].

00349. Amândio Pinto [1931]

[Marco de Canaveses, 1893, serralheiro. Entregue pela Delegação do Porto em 14/03/1931 e deportado para Timor em 27/06/1931 (Processo 4828)].

00350. Amândio Saraiva Junqueiro [1931]

[Freixo de Espada à Cinta, c. 1872, funcionário público - Lisboa. Filiação: Angelina Saraiva, José António Saraiva Junqueiro. Casado. Residência: Rua do Cabo, 38 - Lisboa. Preso em 21/01/1931 (v. Processos 4772 e 4758-A), por manter ligações com João António Certã e o ex-tenente Quilhó, que manteve escondido em sua casa. Deportado para Cabo Verde em 06/06/1931, seguiu a bordo do vapor Pedro Gomes. Abrangido pela amnistia de 05/12/1932, regressou de Cabo Verde e apresentou-se em 16/01/1933, indo residir na Rua do Cabo, 38.]
[alterado em 12/04/2023]

00351. Amândio Segismundo Moita Coelho [1933]

[Serpa, 1902, ferroviário - Estação de Serpa. Enviado pela PSP de Beja em 20/1271933 (v. Processo 918). Libertado em 12/01/1934].

00352. Amaro dos Santos [1931, 1933, 1934]

[Lisboa, 1903, serralheiro da CML. Preso em 26/08/1931 e deportado para Timor em 02/09/1931. Abrangido pela amnistia de 05/12/1932, regressou e apresentou-se em 12706/1933. Preso em 14/10/1933 (v. Processo 806) e libertado no mesmo dia. Entregue pelo Comando da PSP de Lisboa em 09/01/1934, passou para a Cadeia do Limoeiro (processo 1050) e, em 23 de Março de 1934, foi entregue àquele Comando].

00353. Amável Correia [1932]

[Anadia, c. 1903, empregado do comércio. Filiação: Rosa Correia. Solteiro. S/residência.  Preso em 11/09/1932, sob a acusação de manter ligações com Almeida Júnior e Pires de Carvalho, fugidos à Polícia (v. Processo 542); levado, incomunicável, para uma esquadra. Libertado em 18/10/1932.]
[alterado em 21/03/2022]

[João Esteves]

domingo, 3 de maio de 2020

[2366.] ABEL SALAZAR [V] || PORTUGAL DEMOCRÁTICO - 1956

* ABEL SALAZAR * 
[19/07/1889 - 29/12/1946]

Texto de Francisco Macedo no jornal Portugal Democrático || 4 de Agosto de 1956


[Portugal Democrático || N.º 2 || 04/08/1956 || ANTT || PT-TT-JPD-0001_m0021]

[João Esteves]

sábado, 2 de maio de 2020

[2365.] JOAQUIM LEMOS DE OLIVEIRA - "O REPAS" [II] || ASSASSINADO PELA PIDE EM FEVEREIRO DE 1957

* JOAQUIM LEMOS DE OLIVEIRA - "O REPAS" *
[21/05/1908 - 14-15/02/1957]

[Joaquim Lemos de Oliveira || 30/01/1957 || ANTT || RGP/19520 || PT-TT-PIDE-E-010-98-19520]

O percurso político do barbeiro Joaquim Lemos de Oliveira começou muito cedo, tendo aderido às Juventudes Comunistas ainda durante a 1.ª República, em 1922, com 14 ou 15 anos. Com a Ditadura instituída em 28 de Maio de 1926 e a sua rápida fascização, tornou-se num dos primeiros presos políticos de Fafe. A continua militância no Partido Comunista levou-o a ser preso por cinco vezes entre 1936 e 1957, tendo aparecido morto numa das celas da Subdirectoria do Porto da PIDE aquando da última detenção, após vários dias de tortura da estátua e bárbaros espancamentos. 

[Portugal Democrático || N.º 11 || Maio de 1957 || ANTT || PT-TT-JPD-0001_m0096]

Joaquim Lemos de Oliveira faleceu, em 14 ou 15 de Fevereiro de 1957, numa das celas da Subdirectoria da PIDE no Porto. Quando no caixão, a mulher e os filhos puderam ver que «tinha ferimentos na cabeça e equimoses no corpo», tendo a PIDE procurado que o funeral fosse feito em Fafe tarde e às escondidas. Este, realizado no dia 19 de Fevereiro, constituiu «um momento importante de protesto e de revolta contra a PIDE e a GNR que vigiaram com mão de ferro as cerimónias» [Artur Ferreira Coimbra, Desafectos ao Estado Novo - Episódios da Resistência ao Fascismo em Fafe, 2003].

Advogados de Coimbra dirigiram-se ao Presidente do Conselho Geral da Ordem de Advogados a solicitar a sua intervenção no apuramento do sucedido.

[Portugal Democrático || N.º 11 || Maio de 1957 || ANTT || PT-TT-JPD-0001_m0096]

Por sua vez, dezenas de advogados de todo o país dirigiram, sem sucesso, uma exposição ao Ministro da Presidência, «exigindo um amplo e rigoroso inquérito das causas da morte do Repas e de um outro preso a seguir assassinado, Manuel Silva Júnior, de Viana do Castelo» [o nome correcto é Manuel Zola Pereira Fiúza].

[Portugal Democrático || N.º 11 || Maio de 1957 || ANTT || PT-TT-JPD-0001_m0096]

[João Esteves]