* VICTOR CASTRO DA FONSECA *
[12/04/1879 - 14/04/1956]
Advogado e notário em Faro, Victor Castro da Fonseca participou activamente no movimento revolucionário de Fevereiro de 1927 contra a Ditadura Militar, integrando a Junta Revolucionária de Faro.
[Victor Castro da Fonseca || in António Ventura, 120 Anos de Maçonaria no Algarve 1816 - 1936 || Sul, Sol e Sal || 2019]
Filho de Maria Júlia Castro da Fonseca e de Manuel José da Fonseca, Victor Castro da Fonseca nasceu em 12 de Abril de 1879, em Faro.
Frequentou a Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, cidade onde, em 1900, foi iniciado na Maçonaria, na Loja Academia Livre N.º 202, com o nome simbólico de "Sólon". Licenciou-se em 1907 e até 1927 manteve-se activo na Maçonaria, integrando e fundando diversas Lojas [António Ventura, 120 Anos de Maçonaria no Algarve 1816 - 1936].
[António Ventura || 120 Anos de Maçonaria no Algarve 1816 - 1936 || Sul, Sol e Sal || 2019]
Permaneceu na Beira, Moçambique, entre 1912 e 1915, tendo regressado a Faro neste último ano, cidade onde se fixou até morrer. Aí, dirigiu, em 1923, o quinzenário O Progresso do Sul.
Com o advento da Ditadura Militar, participou na revolta de Fevereiro de 1927, integrando, com Manuel Pedro Guerreiro e Sebastião José da Costa, a Junta Revolucionária de Faro. Permaneceu na canhoneira "Bengo" quando esta, no dia 4, começou a bombardear a cidade [Artur Barracosa Mendonça, Blogue Almanaque Republicano].
Na sequência do fracasso desse movimento revolucionário, Victor Castro da Fonseca foi julgado e condenado a 18 meses de prisão, tendo permanecido na Penitenciária de Lisboa durante cerca de quatro meses [ANTT, Cadastro Político 1397].
Libertado, regressou a Faro, onde passou a ser vigiado. Em 22 de Novembro de 1930, o Delegado da Polícia Política informava que Victor Castro da Fonseca «é o chefe geral do movimento revolucionário em todo o Algarve» e, em 25 de Novembro, tinha recebido Plínio Silva.
A residir no Largo da Cruz 13, voltou a ser preso em 31 de Maio de 1933 pela PSP de Faro e entregue, no dia seguinte, à Polícia de Defesa Política e Social. Negou, então, ter voltado à actividade política depois do fracasso do movimento revolucionário de Fevereiro de 1927, bem como ter apresentado Elvino Martins Nunes a José Eduardo de Sousa Barbosa, sendo libertado em 7 de Junho [ANTT, Cadastro Político 1397].
Segundo António Ventura, em 1945 apoiou o Movimento de Unidade Democrática (MUD), integrando a Comissão Distrital de Faro.
Faleceu em 14 de Abril de 1956, dois dias depois de completar 77 anos.
Fontes:
ANTT, Cadastro Político 1397 [Vítor Castro da Fonseca / PT-TT-PIDE-E-001-CX15_m0718, m0718a].
António Ventura, 120 Anos de Maçonaria no Algarve 1816 - 1936, Sul, Sol e Sal, 2019.
Blogue Almanaque Republicano, de Artur Barracosa Mendonça e José Manuel Martins.
[João Esteves]
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