[Cipriano Dourado]

[Cipriano Dourado]
[Plantadora de Arroz, 1954] [Cipriano Dourado (1921-1981)]

domingo, 2 de abril de 2023

[3253.] PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO [CXCIV] || 1926 - 1933

 PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CXCIV *

01231. Francisco Nóbrega Quintal Júnior [1927, 1932]

[Francisco Nóbrega Quintal Júnior || F. 15/09/1927 || ANTT || PT-TT-PVDE-Policias-Anteriores-3-NT-8903 || "Imagem cedida pelo ANTT"]

[Funchal, 24/08/1898, oficial da marinha mercante. Filiação: Elisa Pinto Coelho Nóbrega e Francisco Nóbrega Quintal. Casado. Residência: Rua do Machadinho, 78 ou Rua de S. Miguel, 78 - Lisboa. Preso em 23/03/1922, como suspeito de ser agitador; libertado em 08/04/1922. Terá integrado as Juventudes Sindicalistas, participou, em 18/03/1923, no Congresso Anarquista de Alenquer e tornou-se num dos principais dinamizadores da União Anarquista Portuguesa, sendo o coordenador do seu órgão "O Anarquista", lançado em 1925. Neste mesmo ano, casou com Miquelina Maria Possante Sardinha Quintal (Avis, 11/11/1902 - Lisboa, 27/10/1966), professora primária do ensino livre, libertária e membro da União Anarquista Portuguesa. Em Julho de 1927, enquanto delegado da União Anarquista Portuguesa, esteve entre os fundadores, em Valência, da Federação Anarquista Ibérica. Preso em 03/09/1927, "por ser anarquista, sendo o chefe dos elementos avançados anarquistas de Portugal", e deportado para Angola em 18/09/1927. Fugiu da Ilha da Madeira em 1929 e fixou-se em Ponte de Sor, onde criou a Aliança Libertária Alentejana, organização que editava um Boletim, mantinha contactos com organizações de anarquistas do Barreiro, Lisboa e Porto e relacionava-se com a Federação dos Anarquistas Portugueses Exilados, com sede em Paris, e com a Federação Anarquista Ibérica, sediada em Espanha. Participou na constituição da Aliança Libertária Portuguesa, integrando, com Adriano Pimenta, Emídio Santana e José Correia de Sousa, o seu Comité Nacional. Em 1930, foi professor duma escola libertária em Alferrarede, concelho de Abrantes. No ano seguinte, em 31/10/1931, organizou em Ponte de Sor uma reunião de todos os grupos que integravam a Aliança Libertária Alentejana e na qual participaram José Correia de Sousa, como representante da Aliança Libertária Portuguesa, e Emídio Santana, pela Confederação Geral do Trabalho. A Aliança Libertária Alentejana desdobrou-se em duas zonas, ficando Francisco Quintal responsável pela do Norte e Valentim Adolfo João, das Minas de São Domingos, pela do Sul. Para além da sua participação no Comité Nacional da ALP, colaborava na imprensa anarquista, nomeadamente no jornal clandestino "Ação Libertária". Participou em 19/06/1932, na Conferência Nacional da Aliança Libertária Portuguesa realizada em Belém. A Aliança passou, entretanto, a designar-se Federação Anarquista da Região Portuguesa. Preso em 05/12/1932, recolheu, incomunicável, a uma esquadra. Transferido para o Porto em 26/07/1933, a fim de ser julgado pelo TME. Julgado em 19/06/1934, foi condenado em dezoito meses de prisão correcional e perda dos direitos políticos por cinco anos. Libertado nesse mesmo dia. Viúvo, casou com Irene Franco Quintal (n. 1924), filha de Francisco Rodrigues Franco, destacado anarquista de Setúbal. Após o 25 de Abril de 1974, esteve entre os fundadores, em Almada, do Grupo Cultura e Ação Libertária, futuro Centro de Cultura Libertária, e do seu jornal “Voz Anarquista”, que dirigiu. Faleceu em 04/02/1987, em Lisboa.]

[João Esteves]

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