[Cipriano Dourado]

[Cipriano Dourado]
[Plantadora de Arroz, 1954] [Cipriano Dourado (1921-1981)]

sexta-feira, 9 de novembro de 2018

[1904.] ARTUR AUGUSTO DA SILVA [I]

* ARTUR AUGUSTO DA SILVA *
[14/10/1912 - 11/07/1983]


Advogado, escritor e jornalista, Artur Augusto da Silva nasceu na Ilha da Brava, Cabo Verde, em 14 de Outubro de 1912 e faleceu em Bissau em 11 de Julho de 1983.

Viveu na Guiné até aos 8 anos, estudou no Liceu Camões, onde conheceu Álvaro Cunhal e, em 1932, reencontrou-o na Faculdade de Direito de Lisboa. 

Começou muito novo a escrever em revistas, tendo sido director da revista Momento, conviveu com Fernando Pessoa, que lhe dedicou o livro Mensagem, publicou, em 1936, a revista Cartaz, juntamente com Thomaz de Mello, e colaborou na revista cabo-verdiana Claridade, entre muitas outras actividades literárias e culturais.

Licenciou-se em 1938, partiu para Angola no ano seguinte e, entre 1941 e 1949, exerceu a advocacia em Lisboa, Alcobaça e Porto de Mós. 

Participou, em 1945, no Movimento de Unidade Democrática e, em 1949, envolveu-se na campanha presidencial de Norton de Matos. Na iminência de ser preso, devido às suas actividades políticas, constando o seu nome como suspeito de pertencer ao Partido Comunista, partiu para a Guiné nesse mesmo ano, onde foi advogado e se tornou amigo de Amílcar Cabral.

Na Guiné, foi um reconhecido defensor de presos políticos, participando em 61 julgamentos de guineenses acusados de sedição.
  
Preso em 1966 no Aeroporto de Lisboa, foi impedido de regressar à Guiné, o que só sucedeu em 1976, após a independência, quando o Presidente Luís Cabral o convidou para juiz do Supremo Tribunal de Justiça. Também leccionou Direito Consuetudinário na Escola de Direito de Bissau.

[Diário de Lisboa || 27 de Maio de 1980]

Casado com Clara Schwarz, com quem teve dois filhos, escreveu poesia, romance e ensaios.

Em 1980, Daniel Reis publicou no Diário de Lisboa uma crónica sobre Artur Augusto da Silva, então com 68 anos, a propósito de "Os portugueses da Guiné". Nela, o advogado refere que também defendeu presos políticos em Portugal, nomeadamente João Faria Borda, e que esteve cerca de cinco meses preso quando detido pela PIDE em 1966 [26/08 a 28/12/1966], ficando com residência fixa em Lisboa até ao 25 de Abril de 1974.

[Diário de Lisboa || 27 de Maio de 1980]

[João Esteves]

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