[Cipriano Dourado]

[Cipriano Dourado]
[Plantadora de Arroz, 1954] [Cipriano Dourado (1921-1981)]

terça-feira, 26 de março de 2019

[2085.] JOANA QUEIROGA DE ALMEIDA [I] || 1885 - 1965

* MARIA JOANA MORAIS PERDIGÃO QUEIROGA DE ALMEIDA *
[09/03/1885 - 27/06/1965]

[17/07/1926 || ANTT || PT/TT/EPJS/SF/001-001/0003/1003A]

Natural do Redondo, Maria Joana Perdigão Queiroga de Almeida [1885 - 1965], «filha dum senhor que fora lavrador e autor de vários inventos que chegaram a ser expostos» [Vital Fontes, Servidor de Reis e de Presidentes, 1945], desposou António José de Almeida [27/07/1866 - 31/10/1929] em Dezembro de 1910 e nunca se mudou, tal como o marido, para as instalações de Belém, ficando-se pela casa da Avenida António Augusto de Aguiar.

Considerada «esposa dedicadíssima, em todas as boas ou adversas situações políticas» [Américo Lopes de Oliveira, Dicionário de Mulheres Célebres, 1981], manteve sempre uma acção discreta enquanto o marido exerceu as funções de Presidente da República: presenciou eventos relacionados com a passagem dos Reis da Bélgica por Lisboa, em Novembro de 1920, onde «fez muito boa figura» [Vital Fontes], mas não integrou a comitiva do marido na histórica viagem oficial ao Brasil por ocasião das comemorações do primeiro centenário da independência [1922], embora lhe tenha sido dado destaque quando, no momento do regresso, o foi receber ao cais. 

Pertenceu à Cruzada das Mulheres Portuguesas, fundada em Março de 1916, sendo a Presidente da Comissão de Assistência às mulheres e mães dos mobilizados.

Em 1923, presidiu à Comissão organizadora da Festa da Flor, visando angariar donativos para a Cruz Vermelha Portuguesa, instituição de que foi Presidente Honorária e, em 5 de Setembro, por proposta do Ministro do Interior, foi agraciada com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo. 

Em 1928, sob a Ditadura Militar que tinha posto fim à 1.ª República, Maria Joana Queiroga de Almeida, juntamente com outras esposas de antigos governantes republicanos, aderiu e empenhou-se corajosamente no primeiro grande movimento nacional de apoio às famílias dos presos, deportados e emigrados políticos, promovido pelo jornal O Rebate. Então com 42 anos, presidiu à Comissão de Honra, que contava entre as Vogais Adelina Antónia Marques de Lemos, casada com o engenheiro António Maria da Silva, Maria Ângela Rego dos Santos Pestana, esposa de Manuel Gregório Pestana Júnior, Maria da Piedade Topinho de Almeida Ginestal Machado, cônjuge de António Ginestal Machado, Maria José Videira, consorciada com Francisco Pinto da Cunha Leal e a esposa de Domingos Pereira [O Rebate, 31/05/1928]. 

[João Esteves]

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