* PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCCXCIV *
02191. Heliodoro Caldeira [1929, 1929, 1929, 1930, 1930, 1930, 1938]
[Heliodoro Caldeira || F. 29/01/1929 || ANTT || PT-TT-PVDE-Policias-Anteriores-3-NT-8903]
[Heliodoro Caldeira.
Lisboa, 15/12/1909. Estudante. Filiação: Sarah de Castro, Paulo Caldeira. Frequentou diversas escolas comerciais e industriais. Preso em 18/01/1929, na sequência de uma visita ao pai, que se encontrava preso no Forte de São Julião da Barra: acusado de "estabelecer ligações revolucionárias"; libertado em 07/02/1929. Preso em 02/04/1929 e libertado em 28/05/1929. Preso em 09/09/1929 e libertado em 10/10/1929. Preso em 15/03/1930 e libertado no mesmo dia. Preso pela Polícia de Informações do Ministério do Interior em 17/07/1930; libertado em 14/10/1930. Ingressou na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa no ano letivo de 1930/1931, sendo preso em 21/12/1930. Durante os interrogatórios, afirmou-se como "adversário da Ditadura Militar", tendo, por despacho do Diretor da Polícia de Informações de 06/01/1931, sido deportado para os Açores. Participou, em Abril, na chamada "Revolta das Ilhas" e, em junho, seria transferido para Cabo Verde, de onde se evadiu em Agosto de 1932, escondido num navio que aí aportara. Refugiou-se na Argentina, onde se dedicou ao jornalismo e desenvolveu intensa atividade. Regressou ao país em 16/06/1935, na sequência de uma amnistia, e reingressou na faculdade.
Preso pela SPS da PVDE em 21/02/1938, acusado de "manejos revolucionários e de ser o autor de uns artigos que contêm matéria subversiva", publicados na Argentina. Recolheu, incomunicável, a uma esquadra e passou, então, pela 1.ª esquadra e Caxias. Julgado pelo TME de 08/06/1938, seria condenado a 23 meses de prisão correcional. Seguiu, em 19/06/1938, para Caxias e, em 02/07/1938, passou para Peniche, sendo aqui que soube do falecimento do irmão, Alfredo Caldeira, no Campo de Concentração do Tarrafal. Transferido, em 17/01/1939, para o Aljube, foi libertado em 29/05/1939. Colaborou nos jornais "O Sol", "Diabo" e "República", integrou o MUD e aderiu ao I Congresso Republicano de Aveiro (1957). Defendeu inúmeros presos políticos nos Tribunais Plenários e, em 1959, foi o advogado de Aquilino Ribeiro no processo que lhe foi movido aquando da publicação do livro Quando os lobos uivam. O escritor dedicou-lhe, em 1960, o livro de ensaios De Meca a Freixo de Espada à Cinta. Faleceu em 17/11/1966, com 56 anos de idade. Condecorado, em 1993, com a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade.] [Alfredo Caldeira e Diana Andringa, Em defesa de Aquilino Ribeiro, Terramar, 1994]
[João Esteves]
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