* PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCCLXXI *
02137. Ramiro Trindade Fidalgo Reis e Sousa [1929, 1936, 1938, 1947]
[Ramiro Trindade Fidaldo Reis e Sousa || F. 02/05/1929 || ANTT || PT-TT-PVDE-Policias-Anteriores-3-NT-8903]
[Ramiro Trindade Fidalgo Reis e Sousa.
Lisboa (Santos-o-Velho), 30/12/1890. Solicitador. Filiação: Maria Elisa de Seixas Trindade Reis e Sousa, José Maria Heliodoro dos Santos Fidalgo Reis e Sousa. Solteiro. Residência: Estrada de Benfica, 507 - Lisboa / Alameda das Linhas de Torres, 277 / Rua 5 de Outubro - Carnaxide. Inscreveu-se como solicitador encartado quando completou os 25 anos de idade, tendo escritório na Rua de São Julião e, depois, na Rua do Ouro. Preso em 16/04/1929, "por estar em ligação com o comité revolucionário", envolvendo, entre outros, o tenente-coronel Norberto Guimarães. Interrogado pelo tenente José do Passo, Diretor Adjunto da Polícia de Informações do Ministério do Interior, em 18/04/1929, sobre o seu relacionamento com aquele, seria deportado para os Açores em 08/05/1929. Embora estivesse previsto o desembarque em Ponta Delgada, seguiu, por ordens superiores enviadas ao seu Comando Militar, para a cidade da Horta, na ilha do Faial. Transitou, em julho de 1929, por ordem do Delegado Especial do Governo da República nos Açores, para Santa Cruz da Graciosa, na ilha Graciosa, onde lhe foi fixada residência. Viajou, então, no vapor "Lima", desembarcou em 18/07/1929 e apresentou-se no Quartel do Depósito de Deportados Políticos. Por ordem do Governo Militar dos Açores de 23/08/1929, embarcou, em 02/09/1929, no vapor "São Miguel" com destino a Lisboa, a fim de se apresentar na Repartição do Gabinete do Ministério do Interior. Desembarcou em 09/09/1929. apresentou-se na Polícia de Informações e saiu em liberdade. Declarou, então, ir residir na Ericeira, embora fosse todos os dias a Lisboa, ao seu escritório na Rua de São Julião, 134. Vigiado em junho de 1930, por fazer "todos os dias comícios contra a situação", angariar dinheiro junto de diversos indivíduos e manter contatos com o general Sá Cardoso, Coelho Flor e chefe Ribeiro. O mesmo informador refere que, em 19/06/1930, esteve presente, juntamente com Gabriel Nobre de Carvalho, comandante Aragão e Melo e, talvez, o general Sá Cardoso, na reunião da chamada mesa "Carbonária" realizada no Grémio Lusitano. Preso pela SPS da PVDE em 06/11/1936, para averiguações, recolheu ao Aljube e foi libertado em 30/11/1936. Preso em 19/05/1938, recolheu, incomunicável, a uma esquadra. Circulou, então, entre a Delegação do Porto da PVDE (13/06/1938, 24/08/1938), e a Diretoria de Lisboa: esquadra (21/06/1938), Aljube (26/08/1938) e 1.ª esquadra (02/11/1938). Libertado em 16/11/1938. Preso em 16/05/1947, recolheu à Penitenciária de Lisboa e saiu em liberdade condicional em 19/05/1947. Obteve a liberdade definitiva em 29/06/1947. Faleceu em 14/08/1955, em Carnaxide.]
[João Esteves]
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