* O 25 DE ABRIL, O PERÍODO REVOLUCIONÁRIO E A DEMOCRACIA NO MASCULINO OU DA INVISIBILIDADE HISTORIOGRÁFICA DAS MULHERES *
[Figueirinhas || 2016]
Obra aliciante e oportuna, dirigida a todos quantos queiram reler, estudar, revisitar ou iniciar-se no período histórico entre 25 de Abril de 1974 e 28 de Junho de 1976, é constituída por 8 volumes em formato A5 e cerca de 800 verbetes, distribuídos por mais de centena e meia de colaboradores sob a coordenação de António Reis, Maria Inácia Rezola e Paula Borges Santos.
Sendo que um Dicionário constitui o resultado datado de opções metodológicas, historiográficas, ideológicas e, até, políticas, nunca é exaustivo e permite leituras e olhares diferenciados sobre o produto final.
E, numa primeira abordagem, há algo que se destaca no seu 1.º volume, datado de 2016 e formado pelas Letras A e B: dos 80 verbetes, apenas 4 são referentes a nomes femininos.
As contempladas são três escritoras (Sophia de Mello Breyner Andresen, Maria Agustina Ferreira Teixeira Bessa-Luís, Fiama Hasse Pais Brandão) e uma activista política, com percurso antifascista e após a revolução de 25 de Abril (Beatriz Magalhães Almeida Cal Brandão).
Ou seja, as mulheres correspondem a 5% do total de entradas do 1.º Volume.
Residual, demasiado residual, quando se sabe que elas tiveram papel activo nesse período histórico, dando continuidade a uma intervenção cada vez mais evidente durante a década de 60 e inícios dos anos 70.
Residual, demasiado residual, quando se sabe que elas tiveram papel activo nesse período histórico, dando continuidade a uma intervenção cada vez mais evidente durante a década de 60 e inícios dos anos 70.
Pode ser que os outros volumes invertam esta tendência.
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