* HÁ 84 ANOS, EM 29 DE OUTUBRO DE 1936, 152 HOMENS "INAUGURAVAM" O CAMPO DE CONCENTRAÇÃO DO TARRAFAL, O "CAMPO DA MORTE LENTA" *
Como refere Fernando Piteira Santos, em texto datado de 15 de Fevereiro de 1978, aquando da trasladação dos restos mortais daqueles que lá pereceram, «O presidente do Tribunal Militar Especial, coronel de Cavalaria Mouzinho de Albuquerque, declarou um dia que os deportados para o Tarrafal lá deveriam ficar, isolados e esquecidos até entregarem a alma a Deus.»
«Eram, na sua maioria, homens jovens ou em pleno vigor; eram trabalhadores, intelectuais, marinheiros; anarquistas, comunistas, republicanos, antifascistas todos; sem partido ou ideologia definida alguns. Eram portugueses que tinham sido condenados à morte lenta naquele lugar inóspito, insalubre, isolados de amigos, companheiros e camaradas, separados das famílias, mal alimentados, obrigados a trabalhos penosos, sem assistência médica, sem jornais, sem notícias, meses inteiros sem correspondência.
[...]
Mas não conseguiram os carrascos fascistas matar naqueles que regressaram a combatividade e a esperança.» [Fernando Piteira Santos, 30/10/1976]
[João Esteves]
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