[2708.] PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO [CXLVI] || 1926 - 1933

 * PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CXLVI *

01046. José Augusto de Castro [1932, 1933, 1935, 1947]

[José Augusto de Castro || ANTT || PT-TT-PVDE-Policias-Anteriores-3-NT-8903 || "Fotografia cedida pelo ANTT"]

[Porto, 12/10/1904, carpinteiro da construção civil / empregado de escritório - Porto. Filiação: Erménia Rosa Moreira, Leonardo de Castro. Solteiro. Residência: Rua Central, 833 - Foz do Douro / Rua da Bela Vista, 15 - Foz do Douro / R. Padre Luís Cabral, 492 - Foz do Douro. Libertário e anarquista, integrou, nos anos 20, as Juventudes Sindicalistas, desenvolveu importante atividade sindical no âmbito da associação de classe da sua primeira profissão, foi editor de O Germinal, e colaborou, entre outra imprensa, em A Comuna, Aurora, O Construtor e A Batalha. Em 1929, na sequência da suspensão deste jornal, o Comité da Confederação Geral do Trabalho decidiu que se publicasse no Porto o periódico Vanguarda Operária, dirigido por José Rodrigues Reboredo, embora no cabeçalho aparecesse o nome de Zacarias de Lima e, depois, o de José Augusto de Castro. Participou na Aliança Libertária Portuguesa e, quando se encontrava a residir em Lisboa, foi preso em 24/08/1932, juntamente com Manuel Joaquim de Sousa e Germinal de Sousa, e levado, incomunicável, para uma esquadra (Processo 507/SPS). Libertado do Aljube em 13/10/1932. Preso em 1933 e enviado, em 19/11/1933, com centena e meia de presos políticos e sociais, para a Fortaleza de S. João Batista, em Angra do Heroísmo (Processo 646/SPS); libertado em 09/11/1934. 

[José Augusto de Castro || F. 04/09/1935 || ANTT || RGP/90 || PT-TT-PIDE-E-010-1-90_P2]

Já como empregado de escritório, foi preso no Porto em 30/08/1935, "para averiguações", e levado para Peniche em 22/12/1935. Regressou ao Porto em 28/05/1936, onde foi julgado pelo TME em 11/06/1936 e condenado em 20 meses de prisão e perda de direitos políticos por cinco anos (Processo 1900/35). Enviado, de novo, para Peniche em 16/06/1936, seguiu para Caxias em 14/10/1936 e embarcou, em 17/10/1936, para Angra do Heroísmo. Libertado em 23/12/1938, por ter sido indultado, regressou de Angra em 06/01/1939. 

[José Augusto de Castro || F. 15/01/1947 || ANTT || RGP/90 || PT-TT-PIDE-E-010-1-90_P1]

A partir da década de 40, passou a empenhar-se no movimento cooperativo e associativo do Norte, tendo sido, ainda, diretor do jornal O Progresso da Foz, onde residia. Preso em 15/01/1947, por "suspeita de atividades subversivas", foi libertado em 17/01/1947 (Processo 1009/47). Esperantista, participou, em Julho de 1962, no XXIII.ª Hispana Kongreso de Esperanto, realizado em Valladolid. Após o 25 de Abril de 1974, filiou-se no Partido Socialista, tendo falecido em 14/08/1982, no Porto, com 78 anos de idade.]

[alterado em 30/10/2022]

01047. João Nicolau Alves [1932]

[João Nicolau Alves || F. 27/08/1932 || ANTT || PT-TT-PVDE-Policias-Anteriores-3-NT-8903 || "Fotografia cedida pelo ANTT"]

[Oliveira do Hospital, c. 1909, ajudante de ferreiro - Lisboa. Filiação: Maria do Carmo, Nicolau Alves. Solteiro. Residência: Calçada de Castelo Branco Saraiva, 46. Preso e entregue pela PSP em 22/08/1932, quando assistia a uma reunião da sua associação de classe nas oficinas da Câmara Municipal de Lisboa, "por ter proferido frases ofensivas para a Situação Política do País e ter dado um viva à Revolução Social" (v. Processo 492). Libertado do Aljube em 27/08/1932.]

[alterado em 12/02/2022]

01048. Abílio Mendes de Oliveira [1932]

[Preso em 24/08/1932, no mesmo dia que António de Melo Pimenta, António Francisco, Cesário dos Santos Nunes, Constantino Moreira Dias, Francisco Cardoso Pires, Francisco Cunha Vicente, Homero Virgílio de Azevedo Freitas Sampaio, Jaime de Oliveira e Castro, João Soares de Miranda, José Nunes de Melo, Manuel de Almeida Santos e Virgílio Pereira Marques. Levado, incomunicável, para uma esquadra; libertado da 17ª Esquadra em 29-30/08/1932.]

[alterado em 12/02/2022]

 01049. Manuel de Almeida Santos [1932]

[Manuel de Almeida Santos || F. 31/08/1932 || ANTT || PT-TT-PVDE-Policias-Anteriores-3-NT-8903 || "Fotografia cedida pelo ANTT"]

[Portimão, c. 1905, marítimo. Filiação: Antónia Santana dos Santos, Libânio dos Santos. Casado. Residência: Rua da Costa, 124. Libertário e anarcossindicalista. Integrava a Direção da Seção de Pesca do Sindicato dos Marinheiros da Marinha Mercante e o grupo editorial "O Argonauta", que funcionava naquela sede, procedendo à impressão, mediante copiógrafo, do boletim interno O Pescador, considerado clandestino por não ir à censura. Preso em 24/08/1932,  no mesmo dia que Abílio Mendes de Oliveira, António de Melo Pimenta, António Francisco, Cesário dos Santos Nunes, Constantino Moreira Dias, Francisco Cardoso Pires, Francisco Cunha Vicente, Homero Virgílio de Azevedo Freitas Sampaio, Jaime de Oliveira e Castro, João Soares de Miranda, José Nunes de Melo e Virgílio Pereira Marques; levado, incomunicável, para uma esquadra. Por despacho do Ministro do Interior, de 14/09/1932, foi-lhe fixada residência obrigatória em Peniche, para onde seguiu do Aljube em 27/09/1932 (Processo 505/SPS). Libertado em 05/11/1932.]

[alterado em 29/03/2022] 

[João Esteves]