* O 25 DE ABRIL (EXCLUSIVAMENTE) NO MASCULINO *
Dando continuidade à tendência já verificada nos dois volumes anteriores do Dicionário de História de Portugal consagrado ao período que vai do 25 de Abril à consolidação da democracia, em 1976, o 3.º VOLUME, que abrange de COSTUMES à EXTREMA-DIREITA, não contém, entre as suas entradas, nenhuma protagonista feminina: uma única!
Claro que um Dicionário corresponde sempre a um conjunto de opções, nomeadamente historiográficas, ideológicas e políticas. Disso é prova a forma como se encara o 28 de Setembro de 1974, o 11 de Março de 1975 e o 25 de Novembro de 1975, datas englobadas numa entrada genérica de CRISE.
Também a entrada dedicada ao jornal EXPRESSO, em contraponto aos verbetes sobre o DIÁRIO DE LISBOA e DIÁRIO DE NOTÍCIAS, suscita interrogações. Enquanto os dois últimos textos se confinam, no essencial, ao período que vai de 1974 a 1976, o outro parece uma peça de propaganda publicitária que vai de 1973 ao tempo actual, sendo-lhe atribuído "o papel de contrapoder".
Qual será a relevância, para o estudo do período histórico que o Dicionário procura abranger, a inserção do periódico no grupo multimédia de que, posteriormente, passou a fazer parte, o início do canal de televisão a ele associado no início dos anos 90, a criação de variantes online ou a mudança de instalações, para além do enumerar dos seus directores?
Não retirando mérito a esta importante iniciativa, na História cabem muitos mais nomes e olhares do que aqueles sobre quem recaem sempre os holofotes.
Aguarde-se pelos restantes cinco volumes!
[Livraria Figueirinhas || 2016]
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