[Cipriano Dourado]

[Cipriano Dourado]
[Plantadora de Arroz, 1954] [Cipriano Dourado (1921-1981)]

sábado, 22 de janeiro de 2022

[2694.] PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO [CXLV] || 1926 - 1933

 * PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CXLV *

01045. Manuel Joaquim de Sousa [1928, 1932, 1933]

[Manuel Joaquim de Sousa]

[Paranhos - Porto, 24/11/1883, sapateiro. Residência: Vila Cândida, 27 - Lisboa. A mãe era vendedeira de pão, o pai sapateiro e tiveram três filhos: José, Inácio e Manuel Joaquim de Sousa, o mais novo. Devido às muitas dificuldades económicas, apenas pôde concluir a 2ª classe da instrução primária, começando muito novo a trabalhar: primeiro, como servente de carpinteiro e de alfaiate, depois como manufator de calçado aos doze anos. Orador influente, cedo se revelou como uma das principais figuras do anarquismo, do movimento operário e do sindicalismo nas primeiras décadas do século XX, tendo sido o primeiro Secretário-Geral da Confederação Geral do Trabalho, quando esta se constituiu em 1919, e redator principal do jornal A Batalha. Para além da sua colaboração em periódicos de propaganda anarquista e libertária, interveio, em 1909, no Congresso Nacional Operário e, em 1911, no 2º Congresso Sindicalista, de onde saiu a constituição de duas Uniões Operárias, a de Lisboa e a do Porto, sendo escolhido para secretário-geral da última. Neste mesmo ano, em Novembro, participou em Lisboa no 1º Congresso Anarquista Português, juntamente com Bartolomeu Constantino, Bernardino dos Santos, Neno Vasco e Pinto Quartin, entre outros apresentando as Teses "Organização Anarquista" e "Sindicalismo e Anarquismo". Marcou presença no Congresso Operário de Tomar, realizado em 1914, durante o qual surgiu a União Operária Nacional, foi opositor ativo à Guerra e, entretanto, passou a residir em Lisboa. Sempre com intensa atividade sindical, esteve no II Congresso daquela central, realizado  em Coimbra em 1919, onde a União Operária Nacional deu origem à Confederação Geral do Trabalho, ficando como Secretário-Geral até ao Congresso da Covilhã (1922). Em 1925, representou a Federação do Calçado no Congresso de Santarém. Com o triunfo da Ditadura Militar, foi preso em Fevereiro de 1928, na sequência da explosão de Moncarapacho, em 17 de Fevereiro de 1928, que vitimou Américo Vilar e António Calhabotas, dois anarcossindicalistas idos do Barreiro que se encontravam a preparar as bombas num pardieiro. Preso em 24/08/1932, juntamente com Germinal de Sousa, seu filho, e José Augusto de Castro, no âmbito das atividades desenvolvidas na Aliança Libertária de Lisboa, cuja sede funcionava na Travessa da Água da Flor, 16-1º, e levado, incomunicável, para uma esquadra. Libertado em Dezembro de 1932, por ter sido abrangido pela amnistia de 05/12/1932. Encontrava-se preso no último quadrimestre de 1933, tendo sido transferido para o Aljube em 06/10/1933 Escreveu a importante obra O Sindicalismo em Portugal, editado em 1931 pela Comissão Escolar e de Propaganda do Sindicato do Pessoal de Câmaras da Marinha Mercante Portuguesa. Faleceu em 27 de Fevereiro de 1944 (ou 1945?), em Lisboa.
[alterado em 22/05/2023]
[alterado em 22/03/2024]

[Manuel Joaquim de Sousa || O Sindicalismo em Portugal || 1931]

[Manuel Joaquim de Sousa || O Sindicalismo em Portugal || Porto || Afrontamento || 1972]

[Manuel Joaquim de Sousa || Últimos tempos de acção sindical livre e do anarquismo militante (1925-1938) || Obra póstuma || Edições Antígona || 1989]

[João Esteves]

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