[Cipriano Dourado]

[Cipriano Dourado]
[Plantadora de Arroz, 1954] [Cipriano Dourado (1921-1981)]

segunda-feira, 3 de janeiro de 2022

[2668.] PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO [CXXXIV] || 1926 - 1933

 * PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CXXXIV *

01005José Francisco de Paula da Ressurreição Oliveira Maia Alcoforado [1932, 1937]


[Panóias - Ourique, 02/04/1899, publicista. Filiação: Maria Amélia Maia Patrício Alcoforado, José Gonçalves de Oliveira. Casado com Carmina Moreira da Silva. Residência: Mira. Estudou em Lisboa, no Liceu do Carmo e no Liceu Passos Manuel e, em 1915, começou a frequentar a Escola Auxiliar de Marinha. No ano seguinte, iniciou a sua carreira de jornalista no jornal A Capital, vindo a colaborar, entre outros periódicos,  em A Batalha, O DiaboO Diário de CoimbraO Primeiro de Janeiro, República e O Século; em Mira, foi diretor do jornal A Razão, suspenso em 1935. Republicano e opositor à Ditadura Militar desde a sua implantação, foi solidário com a prisão do jornalista Félix Correia, monárquico, ocorrida em 04/03/1927, por  ter sido condenado por delito de imprensa.

[José de Oliveira Maia Alcoforado à porta da Prisão do Limoeiro (pormenor) || F 04/01/1927]

[Félix Correia à entrada da Prisão do Limoeiro || 04/01/1927 || José de Oliveira Maia Alcoforado integra o grupo que lhe manifestou a sua solidariedade, juntamente com Mário Barros, Morais de Carvalho, Ferreira de Albuquerque, Tomé Vieira e Manuel Nunes || ANTT ||  PT-TT-EPJS-SF-001-001-0195-0042b_m0042]

Nesse mesmo ano de 1927, por ter participado no movimento revolucionário de Fevereiro, exilou-se em Espanha, na Galiza, tendo, em 30/11/1927, assinado um folheto contundente sobre o General Óscar Carmona. 

[Maia Alcoforado || "Pelo General Carmona: Hip! Hip! Hurrah!" || 30/11/1927 || ANTT]

Regressou a Portugal ao fim de algum tempo, mantendo-se clandestino até ser preso em 1932; foi-lhe, então, fixada residência obrigatória em Mira, para onde terá seguido em 08/08/1932. Aí se empenhou na inauguração do monumento aos mortos da Grande Guerra. Preso pela Inspeção de Coimbra, por ordem do Ministro do Interior, em 30/07/1937 e levado para os calabouços da PSP daquela cidade; libertado em 17/07/1938 (Processo 993/937). Participou, em 1949, na campanha presidencial de Norton de MatosDesempenhou funções na Fundação Calouste Gulbenkian, no setor das bibliotecas e da leitura, e foi autor dos livros Cartas que Vogam (1923), Crónicas de Qualquer Dia (1925), Poalha Doirada (1926), Ílhavo Terra Maruja, Marujos da Terra dos Ílhavos (1933), À Boca Pequena... (1935), apreendido, e A Corografia e o Desporto (1946). Faleceu em Janeiro de 1974, em Mira, terra onde a sua esposa foi, durante muitos anos, professora primária.]

[João Esteves]

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