[Cipriano Dourado]

[Cipriano Dourado]
[Plantadora de Arroz, 1954] [Cipriano Dourado (1921-1981)]

domingo, 7 de fevereiro de 2016

[1335.] ANA DE CASTRO OSÓRIO || CASA EDITORA "PARA AS CRIANÇAS" [I]

* CASA EDITORA "PARA AS CRIANÇAS" || COLEÇÃO PARA AS CRIANÇAS *
 
Começou por funcionar em Setúbal, na Praça de Bocage, 114-116; depois, quando em 1914 regressou do Brasil, passou para prédio da Rua do Arco do Limoeiro, onde viviam os pais

Ana de Castro Osório, "Aos 24 anos e solteira, lançou-se no empreendimento que a tornou nacionalmente conhecida e pô-la em contacto com crianças, jovens, educadores, homens de letras, jornalistas e políticos: a Coleção Para as Crianças, a primeira tentativa sistemática de criar uma Biblioteca Infantil Ilustrada de inspiração portuguesa destinada aos mais novos, mediante a publicação regular, às suas custas, de fascículos de histórias assentes, essencialmente, em contos tradicionais, histórias maravilhosas e fábulas, muitas das vezes adaptados, recriados ou traduzidos pela sua pena. Para além da recolha direta de narrativas de diversas províncias, a partir da tradição oral e popular (O Homem da Moca, Branca Flor, A Maria das Silvas) e da recriação de outros (A Princesa Muda), editou originais seus (Alma Infantil, As Boas Crianças, Os Animais), fez incursões pela poesia e teatro infantil (A Comédia da Lili), adaptou e traduziu, em colaboração com Luise Ey [1854-1936] e Afonso Hincker, contos dos irmãos Grimm, Charles Perrault e Hans Christian Andersen, tendo em atenção que se dirigiam ao público infanto-juvenil.

Se o conteúdo era essencial, [...], a parte da ilustração não o era menos, tal como indiciava a pretensão de ser uma Biblioteca Infantil Ilustrada, recorrendo, para isso, à colaboração de conceituados artistas: Alfredo de Morais, aguarelista e ilustrador; [António Tomás da] Conceição Silva, pintor; Hebe Gonçalves; Laura de Almeida Nogueira, que, em 1914, pintou em guache um esboço de Ana de Castro Osório; Leal da Câmara, pintor, ilustrador e caricaturista; Mily Possoz, pintora; e a jovem Raquel Roque Gameiro que, desta forma, iniciou a carreira de ilustradora. Num dos casos, serviu-se de desenhos do filho mais novo, então com três anos (Os animais, 1ª edição).

[...]

O primeiro fascículo saiu em Abril de 1897 , o começo não podia ter sido mais auspicioso, já que obteve, em 1898, o Grande Diploma de Honra na Exposição da Imprensa, e foram editados 18 volumes ou séries: a 1ª, 3ª, 4ª, 8ª, 12ª, 13ª e 14ª intitularam-se Contos tradicionais portugueses; a 2ª, 6ª e 7ª correspondiam a Contos maravilhosos da tradição popular; a 5ª (Alma infantil), 9ª (As boas crianças) e 10ª (Os animais) eram originais seus; a 11ª (Alguns contos de Grimm) e 15ª (Histórias escolhidas) resultaram da tradução direta do alemão pela amiga Luise Ey; a 16ª continha Contos e fábulas em verso da autoria de Paulino de Oliveira; e às duas últimas séries, 17ª e 18ª, deu o nome de Teatro Infantil." 


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