* PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || LXIII *
0540. Feliciano da Silva Moreira [1926, 1931]
[Feliciano da Silva Moreira || Fotografia anterior a 28/05/1926 || ca-PT-TT-PVDE-Policias-Anteriores-1-NT-8902 || "Imagem cedida pelo ANTT"]
[Cedofeita - Porto, 1895 (?), mecânico de madeiras - Lisboa. Preso em 08/07/1926, por estar referenciado como agitador em registos policiais anteriores a 28/05/1926, e levado para os calabouços do Governo Civil. Preso em 05/01/1931, «acusado de ter feito um molde para fabrico de bombas». Libertado em 02/02/1931 (v. Processo 4754).]
0541. Joaquim Ataíde ou Joaquim Augusto Bettencourt Ataíde [1926, 1936]
[Joaquim Augusto Bettencourt Ataíde || Fotografia anterior a 28/05/1926 || ca-PT-TT-PVDE-Policias-Anteriores-1-NT-8902 || "Imagem cedida pelo ANTT"]
[Lisboa, 1897 (?), comerciante - Lisboa. Preso por diversas vezes durante a 1.ª República. Referenciado como tendo fabricado centenas de bombas na sua residência aquando da Greve Geral em 1922, juntamente com Joaquim António Pereira (o "Bela Kun"), José de Melo, José Gomes Pereira (o "Avante"), José Henriques, Seigo e Vanzelino Costa, funcionando aquela como sede do "Comité Executivo da Legião Vermelha". No seu Cadastro Político é, ainda, referenciado como o autor de vários atentados nesse mesmo ano de 1922: Rua da Palma; rails dos eléctricos na Rua Fernando da Fonseca; Escadinhas do Duque). Sabotou, com Diogo Homénio Júnior e Joaquim Gonçalves, os aparelhos aquando da greve da Companhia dos Telefones. Preso em 16/05/1924 (Processo 2253/PSE); preso em 09/08/1924 e libertado em 19/08/1924 (Processo 2377/PSE); preso em 02/07/1925, por suspeita de pertencer à Legião Vermelha, e libertado em 04/07/1925 (Processo 2757/PSE). Preso em 08/07/1926, por estar referenciado como agitador em registos policiais anteriores a 28/05/1926, e levado para os calabouços do Governo Civil. Preso em 12/08/1936 e libertado na mesma data por nada se ter provado (Processo 1880).]
0542. José do Amaral [1926]
[Referenciado como estando envolvido no fabrico de bombas aquando da Greve Geral em 1922. Preso em 08/07/1926, por constar nos registos policiais como agitador antes de 28/05/1926, e levado para os calabouços do Governo Civil.]
0543. Manuel António [1926]
[Manuel António || Fotografia de 08/07/1926 || ca-PT-TT-PVDE-Policias-Anteriores-1-NT-8902 || "Imagem cedida pelo ANTT"]
[Preso em 08/07/1926, por estar referenciado como agitador em registos policiais anteriores a 28/05/1926, e levado para os calabouços do Governo Civil.]
0544. Raul Gomes [1926]
[O "Ferramenta". Preso em 08/07/1926, por estar referenciado como agitador em registos policiais anteriores a 28/05/1926, e levado para os calabouços do Governo Civil.]
00545. Luís da Câmara Leme [1927]
[Contra-almirante Luís da Câmara Leme || AHM || PT/BCM-AH/FMA-AF/Álbuns de Fotografias de Oficiais/Álbum 12/20]
[N. 05/02/1863. Oficial da Armada: contra-almirante. Em 1915, foi eleito para o Senado pelo círculo de Ponta Delgada, integrando as listas do Partido Democrático. Participou na Revolta de 3 de Fevereiro de 1927 e, tal como outros militares, foi deportado para S. Tomé, onde terá desembarcado por volta de 12/03/1927. Embarcou em meados de junho, no vapor "África", com destino ao Funchal, a fim de aguardar o "S. Miguel" que o levaria para Angra do Heroísmo, onde lhe foi fixada nova residência. Faleceu em Angra do Heroísmo, em 24/04/1928.]
[alterado em 26/06/2024]
00546. João Tamagnini de Sousa Barbosa [1927, 1927]
[Segundo filho de Fátima Carolina Correia de Sousa e de Artur da Mota Tamagnini Barbosa, nasceu em 30/12/1883, em Macau. Irmão de Artur Tamagnini de Sousa Barbosa (1881-1940), Governador de Macau por três vezes. Estudou no Colégio Jesuíta de Macau, ingressou, em 1904, na Escola do Exército, na arma de Engenharia e, no ano seguinte, na Escola Politécnica. Seguiu a carreira militar: praça (1904); alferes (1909); tenente (1910); capitão (1917-1918); major (1918); tenente-coronel (1927); coronel (1929); brigadeiro (1942). Maçom desde 1911, manteve militância política ativa, integrando os seguintes Partidos: Republicano Radical (1911), através do qual foi candidato pelo círculo de Lisboa à Assembleia Nacional Constituinte; Evolucionista (1912-1916), sendo eleito deputado por Moçambique (1915-1917) e entrado em dissidência (1916-1917); Centrista (1917-1918), do qual foi cofundador, juntamente com Alexandre José Botelho de Vasconcelos e Sá, António Caetano de Abreu Freire Egas Moniz, António Maria Malva do Vale e José Augusto de Simas Machado; Nacional Republicano (desde 1918), que representou enquanto deputado por Tomar (1918-1919); Liberal; e, por fim, Nacionalista (1925-1935). Neste último partido, integrou o seu Diretório e foi eleito deputado por Tomar (1925-1926). Com o Sidonismo, assumiu funções governativas, sendo Ministro das Colónias (11/12/1917-07/03/1918, 07/03/1918-15/05/1918), do Interior (15/05/1918- 08/10/1918) e das Finanças (08/10/1918-23/12/1918). Na sequência do assassinato de Sidónio Pais, assumiu a presidência do Governo (23/12/1918-28/01/1919), com significativa influência dos monárquicos, passando o monárquico João do Canto e Castro da Silva Antunes Júnior, oficial da Marinha, a ser o Presidente da República. No seu ministério, acumulou a pasta do Interior. Em 1924, foi vogal da Junta Consultiva da Cruzada Nuno Álvares Pereira. Embora com posições cada vez mais conservadoras, não aceitou, em Setembro de 1926, o convite feito pela Ditadura para Alto Comissário nos Açores e, em 13/01/1927, chegou a ser preso por um dia, devido à declaração contra o empréstimo externo entregue nas Embaixadas e por estar associado ao Partido Nacionalista. Terá estado detido no Forte de S- Julião da Barra. Quando tenente-coronel, foi acusado de participar na Revolta de Fevereiro de 1927 contra a Ditadura Militar e deportado para S. Tomé, onde terá desembarcado por volta de 12/03/1927. Em meados de junho de 1927, embarcou no vapor "África" com destino ao Funchal, para onde foi transferido por ordem do Governo. Regressou ao Continente em 10/07/1927, no vapor "Angola", por ter sido ilibado da sua participação nos acontecimentos de fevereiro, e defendeu no Tribunal Militar de Santa Clara alguns dos correligionários que participaram naquela revolta, nomeadamente o general Adalberto Gastão de Sousa Dias. Reaproximou-se do Estado Novo, durante o qual voltou a ter responsabilidades militares: professor e director do Instituto dos Pupilos do Exército (1937-1943); Comandante da Escola Prática de Engenharia (1939-1940); director interino dos serviços de engenharia (1941-1942); e Comandante Militar da Ilha Terceira (1943-1944), entre outros. Entrou, então, em dissidência com Salazar. Participou, a partir de 1946, na Junta Militar de Libertação Nacional e esteve envolvido, juntamente com o almirante Mendes Cabeçadas e o tenente Fernando Queiroga, entre outros, no movimento militar que eclodiu em 10/10/1946 e que ficou conhecido por Revolta da Mealhada.
Faleceu em 15/12/1948, em Lisboa, quando era o 19.º Presidente do Sport Lisboa e Benfica. No seu funeral, realizado no dia seguinte, terão comparecido, segundo o Diário de Lisboa, cerca de dez mil pessoas, participando tanto militares ligados ao regime, como muitos oposicionistas.]
[alterado em 21/06/2024]
[alterado em 26/06/2024]
[alterado em 27/06/2024]
[João Esteves]
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