* PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || LXVI *
00553. Artur Augusto Duarte da Luz Almeida [1927, 1927]
[Artur Augusto Duarte da Luz Almeida || 1911 || in As Constituintes de 1911 e os seus deputados]
[Filho de Antónia Augusta da Conceição e de António Augusto de Almeida, nasceu em 25/03/1867, em Alenquer. Diplomado pelo Curso Superior de Letras, foi professor, arquivista e bibliotecário. Republicano, foi iniciado na Maçonaria e o principal reorganizador da Carbonária Portuguesa em finais do século XIX. Envolvido no movimento revolucionário de 28/01/1908, chegou a ser preso. Libertado em 06/02/1908, exilou-se, no ano seguinte, na Bélgica e, depois, em Paris, devido ao chamado "crime de Cascais", atribuído a carbonários. Destacou-se na organização e implantação da República em 05/10/1910. Em 1911, foi leito deputado à Assembleia Nacional Constituinte pelo círculo de Lisboa Oriental, não chegando a participar naquela por se ter deslocado para o Norte, para combater os monárquicos. Manteve-se, durante os dezasseis anos da 1.ª República, afastado dos principais conflitos partidários e não ocupou qualquer cargo político. Preso durante o Sidonismo, voltou a ser detido e deportado na sequência do triunfo da Ditadura Militar em 28/05/1926. Primeiro, foi preso em 03/07/1927 pela Polícia de Informações do Ministério do Interior, quando participava numa reunião de republicanos. Dois meses depois, em 17/09/1927, foi preso «por ordem do Senhor Ministro do Interior por conspirar contra a situação», sendo-lhe «fixada residência em Angola». No entanto, segundo António Ventura, depois de detido na Penitenciária de Lisboa, terá sido deportado para a Madeira e, depois, para a Ilha de S. Jorge, nos Açores. Mandado regressar em 07/11/1929, apresentou-se no Ministério do Interior em 12/11/1929. Faleceu em 04/03/1939, em Lisboa.]
[alterado em 26/06/2024]
0554. José Januário Pinharanda [1927]
[Farmacêutico. Preso em 03/07/1927 pela Polícia de Informações do Ministério do Interior e levado para a Penitenciária com os outros detidos na mesma altura.]
00555. António Maria Pinto [1927, 1927]
[Preso em 11/02/1927, «por ser Chefe dum Grupo Revolucionário» e enviado para Artilharia 3. Preso em 03/07/1927 pela Polícia de Informações do Ministério do Interior, quando participava numa reunião de republicanos, e levado para a antiga Penitenciária com os outros detidos na mesma circunstância.]
[alterado em 26/06/2024]
00556. João Pedro dos Santos [1927, 1927, 1935, 1936]
[João Pedro dos Santos || Fotografia de 30/04/1918 || ANTT || ca-PT-TT-PVDE-Policias-Anteriores-3-NT-8903 || "Imagem cedida pelo ANTT"]
[Évora, 07/08/1892. Funcionário público. Filiação: Bernardina dos Anjos, João Pedro dos Santos. Casado. Residência: Largo do Contador Mor, 2 - Lisboa. Cedo passou a viver em Lisboa, onde aderiu ao Partido Republicano Português. Em 1918, foi detido durante o Sidonismo e, na década seguinte esteve sempre muito próximo de José Domingues dos Santos, sendo seu secretário em 1921, quando foi Ministro do Trabalho, e em 1924, quando assumiu a Justiça. Entre 04/12/1924 e 04/04/1925, foi Comissário da Polícia de Segurança e do Estado e esteve com aquele político na fundação do Partido Republicano da Esquerda Democrática, sendo candidato pelo círculo de Évora nas eleições de 08/11/1925. Secretário da Comissão Municipal de Lisboa do PRED e Vice-Presidente da Assembleia Geral do Centro Republicano José Domingues dos Santos, trabalhava no Ministério do Trabalho quando se deu o golpe militar de 28/05/1926. A partir daí, esteve sempre no combate à Ditadura e aos regimes que lhe sucederam. Preso em 03/07/1927 pela Polícia de Informações do Ministério do Interior, quando participava numa reunião de republicanos, e levado para a antiga Penitenciária com os outros detidos na mesma circunstância. Preso em 13/09/1927, «por colaborar na preparação de um movimento revolucionário», e «deportado para Angola em 18 do mesmo mês», de onde se evadiu. Vigiado, estaria já em Lisboa em 12/08/1929, encontrando-se em «precárias circunstâncias», até porque tinha sido demitido. Em Março de 1933, continuava fugido à Polícia, mantendo ligações com Eduardo Ortiz, Joaquim José Godinho, Sarmento de Beires, Joaquim Pires Jorge e José Santos Calet. Julgado à revelia pelo TME em 15/03/1935 e absolvido por não se ter provado as acusações (Processo 62/933 do TME). Preso em 21/09/1935, levado para uma esquadra e transferido para o Aljube em 19/10/1935; libertado em 30/10/1935. Preso em 05/11/1936 e levado para o Aljube; libertado em 12/12/1936. Quando faleceu, em 24/05/1961, era membro do Conselho Fiscal da "Editorial República", proprietária do jornal República, e secretário do advogado Nuno Simões, conhecido republicano e opositor ao regime. O jornal "Portugal Democrático", publicado em São Paulo, deu destaque ao seu falecimento, aos 68 anos de idade.]
[alterado em 26/06/2024]
00557. António Pires de Carvalho [1927, 1928, 1933]
[António Pires de Carvalho || 1911 || in As Constituintes de 1911 e os seus deputados]
[Sobral, Casal de Ermio - concelho da Lousã, 30/03/1864. Médico. Filho de Maria José Pires de Carvalho e de António Maria de Carvalho. Casado. Residência: Avenida Valbom, 62 - Lisboa. Estudou em Coimbra, obtendo, em 1895, o bacharelato em medicina. Republicano, maçom e carbonário. Esteve envolvido na Revolução de 31/01/1891; presidiu, em 1908, à Comissão Municipal Republicana de Gaia e ao Centro Democrático da Lousã; participou nos preparativos da implantação da República; foi eleito deputado, por Coimbra, à Assembleia Nacional Constituinte (1911), transitando, depois, para o Senado (1911); reeleito deputado pelo mesmo círculo eleitoral em 1915 e 1919; Ministro do Comércio e Comunicações e, interinamente, do Trabalho no Governo de Manuel Maria Coelho (19/10/1921-05/11/1921); Director das Penitenciárias de Coimbra e de Lisboa; e Governador Civil de Coimbra. Nas eleições de 08/11/1925, foi candidato pela Esquerda Democrática no círculo de Lisboa. Opositor à Ditadura Militar, foi preso em 03/07/1927 pela Polícia de Informações do Ministério do Interior e levado para a Penitenciária com os outros detidos na mesma altura. Preso em 03/04/1928, «acusado de fazer parte do comité revolucionário». Estava na Penitenciária de Lisboa quando foi deportado, em 04/05/1928, para S. Tomé, de onde se evadiu. Em Janeiro de 1932, estaria refugiado em casa de um seu genro, em Matosinhos. Preso em 10/11/1933, em Coimbra, por estar envolvido na composição e impressão do jornal clandestino “A Verdade”, e enviado para a SPS do Porto. Transferido de seguida para o Aljube local. Transferido do Aljube do Porto para Peniche a fim de ser deportado para Angra do Heroísmo em 19/11/1933. Regressou de Angra, apresentou-se em 23/05/1934 e foi residir para a Quinta do Sobral - Casal de Ermio, Lousã. Apoiou, em 1945, o MUD. Faleceu em 02/09/1947, na Lousã.]
[alterado em 16/04/2024]
[alterado em 11/05/2024]
[alterado em 20/06/2024]
00558. Carlos Simões Torres [1927, 1928, 1928]
[Carlos Simões Torres || ca-PT-TT-PVDE-Policias-Anteriores-3-NT-8903 || "Imagem cedida pelo ANTT"]
[C. 1891. Comerciante - Lisboa. Filiação: Sofia das Neves Simões Torres, Francisco Luís Torres. Casado. Residência: Rua Ferreira Borges, 118 - Lisboa. Participou na Revolução de 05/10/1910, tendo por missão assaltar, na noite de 3 para 4 de Outubro, o Quartel de Caçadores N.º 5. Preso na casa de reclusão, com os restantes envolvidos, foi libertado ao fim de trinta e quatro horas, na sequência do triunfo da República.
[in José Maria Nunes || Bomba Explosiva - Depoimentos de diversos revolucionários (28 de Janeiro de 1908 a 5 de Outubro de 1910) || Livros Horizonte, 2008]
Ex-vereador. Preso em 03/07/1927 pela Polícia de Informações do Ministério do Interior, por estar a participar numa reunião de republicanos, e levado para a antiga Penitenciária com os outros detidos na mesma circunstância. Preso em 31/05/1928, «por atacar o Governo da Ditadura numa reunião no "Centro Democrático de Campo de Ourique"»; libertado em 24/06/1928. Vigiado, foi preso em 23/11/1928; libertado em 23/01/1929. Sempre muito vigiado, mantendo contactos com vários opositores à Ditadura, como António Ferreira Coelho, Camilo Ormuz Jardim, Eugénio Chagas e Marinha de Campos, entre outros, embarcou para a cidade da Beira, Moçambique, onde arranjou emprego, em 20/09/1929.]
[alterado em 27/06/2024]
00559. Carlos Caldeira [1927]
[Preso em 03/07/1927 pela Polícia de Informações do Ministério do Interior, quando assistia a uma reunião de republicanos, e levado para a antiga Penitenciária com os outros detidos na mesma circunstância. Solto em 05-06/1927.]
[alterado em 27/06/2024]
[João Esteves]
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