[Cipriano Dourado]

[Cipriano Dourado]
[Plantadora de Arroz, 1954] [Cipriano Dourado (1921-1981)]

domingo, 21 de março de 2021

[2540.] FAUSTA PINTO DA GAMA [II] || LIGA REPUBLICANA DAS MULHERES PORTUGUESAS

 * FAUSTA PINTO DA GAMA *

[ ? - 03/05/1910]

[Fausta Pinto da Gama || A Mulher e a Criança || N.º 13 || Junho de 1910]

Filha de um jurisconsulto, Fausta Pinto da Gama foi das mais prestigiadas e fervorosas propagandistas da Liga Republicana das Mulheres Portuguesas, embora cultivasse o anonimato e a discrição. 

Pertenceu aos primeiros Corpos Gerentes, eleitos na assembleia geral de 27 de Fevereiro de 1909; secretariou reuniões; assinou mensagens endossadas aos dirigentes do Partido Republicano Português; e participou na campanha pela aprovação da lei do divórcio. 

Administradora da revista A Mulher e a Criança, colaborou activamente nela, apesar de raramente assinar os textos da sua responsabilidade, e foi por sua insistência que o nome deixou de constar do respectivo cabeçalho. 

Adoeceu em finais de 1909 e faleceu em 3 de Maio do ano seguinte, quando integrava a direcção da Liga e de A Mulher e a Criança. A seu pedido, o funeral foi civil e nele incorporaram-se muitas sócias e republicanos, tendo sido enterrada no cemitério de Belas. 

O n.º 13 da revista, datado de Junho de 1910, inseriu a sua fotografia, acompanhada de textos evocativos da autoria de Ana de Castro Osório, de Maria Benedita Pinho e de Adelina Júdice Samora e de poesias de Paulino de Oliveira, de Ribeiro de Carvalho e de Maria Feio de Azevedo

Porque Fausta Pinto da Gama foi uma das mais entusiásticas e das mais trabalhadoras sócias fundadoras da nossa Liga; porque ela foi nesta revista uma das mais laboriosas colaboradoras; porque o seu procedimento foi sempre duma perfeita correcção, harmonizando os seus actos com o seu pensamento, numa coerência que é rara entre nós; porque Fausta da Gama fazia parte da direcção e por todas era igualmente apreciada, em vista do seu alto mérito; nós resolvemos prestar-lhe nas páginas desta revista, que é de nós todas, a sentida homenagem que todas lhe devíamos” [p. 12, col. 2].

[João Esteves]

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