* PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CDIII *
02203. Faustino Bretes [1927, 1928]
[Faustino Bretes || F. 26/06/1928 || ANTT || PT-TT-PVDE-Policias-Anteriores-3-NT-8903]
[Faustino Bretes.
Torres Novas, 11/10/1902. Autodidata, embora ligado ao ideário libertário e anarco-sindicalista, participou, em março de 1921, na fundação do Partido Comunista Português. Fundou, ainda durante a I República, a União dos Trabalhadores de Torres Novas, colaborou em diversos jornais, como "A Batalha", "A Comuna", "O Rebate", e foi redator e editor de "O Resgate" (1926-1927), "quinzenário defensor dos oprimidos e de propaganda libertária", com redação em Torres Novas e impressão pela Casa do Povo da Covilhã. Manteve contactos com Alberto Dias, Alexandre Vieira, Manuel Joaquim de Sousa, Mário Castelhano e Santos Arranha, entre outros nomes ligados aos movimentos operário e social. Combateu a Ditadura Militar e participou, em Torres Novas, no movimento revolucionário de fevereiro de 1927: foi preso e julgado pelo Tribunal Militar Especial. Voltou a ser detido em 1928, tendo passado pelo Forte de Monsanto. Integrou, em 1973, o núcleo de Santarém da Comissão Nacional do 3.º Congresso da Oposição Democrática, sendo referenciado como jornalista. Sempre muito ligado à sua terra natal, manteve-se um ativo militante associativo, cooperativista e colaborador da imprensa regional, a par da escrita de poesia e de ensaios. O seu ideário anarquista está bem patente nos nomes dados às quatro filhas: Aurora da Liberdade Bretes, Ermelinda da Fraternidade, Maria Ferrer e Vitória.
[João Esteves]
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