* PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CD *
02196. Vítor Castro da Fonseca [1927, 1933]
[Vítor Castro da Fonseca || in António Ventura, 120 Anos de Maçonaria no Algarve 1816 - 1936 || Sul, Sol e Sal || 2019]
[Vítor Castro da Fonseca.
Faro, 12/04/1879. Advogado. Filiação: Maria Júlia Castro da Fonseca, Manuel José da Fonseca. Divorciado. Residência: Largo da Cruz, 13 - Faro. Frequentou a Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, cidade onde, em 1900, foi iniciado na Maçonaria, na Loja Academia Livre N.º 202, com o nome simbólico de "Sólon". Licenciou-se em 1907 e até 1927 manteve-se ativo na Maçonaria, integrando e fundando diversas Lojas [António Ventura, 120 Anos de Maçonaria no Algarve 1816 - 1936]. Permaneceu na Beira, Moçambique, entre 1912 e 1915, tendo regressado a Faro neste último ano, cidade onde se fixou até morrer. Aí, dirigiu, em 1923, o quinzenário "O Progresso do Sul". Com o advento da Ditadura Militar, participou na revolta de Fevereiro de 1927, integrando, com Manuel Pedro Guerreiro e Sebastião José da Costa, a Junta Revolucionária de Faro. Permaneceu na canhoneira "Bengo" quando esta, no dia 4, começou a bombardear a cidade [Artur Barracosa Mendonça, Blogue Almanaque Republicano]. Na sequência do fracasso desse movimento revolucionário, foi julgado e condenado a 18 meses de prisão, tendo permanecido na Penitenciária de Lisboa durante cerca de quatro meses. Libertado, regressou a Faro, onde passou a ser vigiado. Em 22/11/1930, o Delegado da Polícia Política informava que Vítor Castro da Fonseca "é o chefe geral do movimento revolucionário em todo o Algarve" e, em 25 de novembro, tinha recebido Plínio Silva. Preso em 31/05/1933 pela PSP de Faro e entregue, no dia seguinte, à Polícia de Defesa Política e Social. Negou, então, ter voltado à atividade política depois do fracasso do movimento revolucionário de fevereiro de 1927, bem como ter apresentado Elvino Martins Nunes a José Eduardo de Sousa Barbosa, sendo libertado em 07/06/1933. Segundo António Ventura, apoiou, em 1945, o Movimento de Unidade Democrática (MUD), integrando a Comissão Distrital de Faro. Faleceu em 14/04/1956, dois dias depois de completar 77 anos.]
[João Esteves]
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