* PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CDXVIII *
02244. Deonilde Gouveia [1932]
[Deonilde Gouveia]
[Deonilde Gouveia.
Rio de Moura, Sintra ou Viana do Castelo, c. 1900. Fadista. Filiação: Mariana Amélia Gouveia, Gabriel Gouveia. Solteira. Residência: Rua Luciano Cordeiro, 27 - Lisboa. Começou por representar no teatro e estreou-se como cantadeira numa digressão ao Brasil, na opereta “Fado do Bairro Alto”. Trabalhou com o fadista Júlio Proença (Júlio Fonseca), com quem reabriu, em março de 1931, o Solar da Alegria, na Praça da Alegria. Presa em 03/02/1932, por ordem do Governador Civil do Distrito, “sob a acusação de cantar em público, versos considerados de propaganda subversiva” da autoria do tenente Francisco da Costa Correia, conhecido “como desafeto à atual Situação Política do País”. Embora "os mesmos versos não possam ser considerados subversivos, encerram frases de que usualmente se servem os adversários da Ditadura, em toda a sua propaganda, para manter e excitar o entusiasmo dos apaniguados da causa que defendem” e “por este motivo fica justificado o vigor com que muitos dos assistentes aplaudiam a epigrafada, quando esta entoava os seus fados”. Libertada em 09/02/1932. Enviadas, em 11/02/1933, cópias do processo ao Governador Civil e à Repartição do Gabinete do Ministério da Guerra. Trabalhou, na mesma década, na casa de fados Retiro da Severa, sendo uma fadista reconhecida e muito considerada, com várias digressões pelo país. Faleceu em agosto de 1947, após prolongado sofrimento.]
[João Esteves]
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