* PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CDXIII *
02236. João Lopes Dinis [1932]
[João Lopes Dinis || ANTT || RGP/248 || PT-TT-PIDE-E-010-2-248]
[João Lopes Dinis.
"O João Facadinha" / "O João da Pedrinha (ou Alpedrinha)". Sintra, c. 1904. Canteiro da Câmara Municipal de Lisboa. Filiação: Paulina Maria, Francisco Lopes Dinis. Solteiro. Residência: Estrada das Laranjeiras, 166 - Lisboa. Militante comunista desde o início da década de 1930, integrou a Célula 21 do Comité de Zona N.º 4. Participou nos preparativos da jornada de luta a ocorrer em 29/02/1932, estando prevista a utilização de bombas. Esteve, então, envolvido na recolha de material e fabrico, numa barraca no Rego, de 52 bombas, juntamente com Álvaro Augusto Ferreira, António Soares Monteiro Ferro, Dionísio Moreira de Paiva ("O Russo"), Francisco de Campos, José Duarte 1.º, José Duarte 2.º, Manuel Francisco da Silva ("O Manuel Pedreiro" que faleceu em 24/08/1941, quando detido na Fortaleza de Angra do Heroísmo) e Torcato Marques Faria. A ação acabou por não se realizar devido à prisão de alguns dos implicados. Participou, depois, nos preparativos do 1.º de Maio, marcando presença nas experiências realizadas na Serra de Monsanto em 17 e 24 de Abril. Preso em 24/04/1932, quando a PSP e a Polícia Especial do Ministério do Interior cercaram Monsanto. O seu processo foi enviado para o Tribunal Militar Especial em 24/02/1933 e o julgamento deu-se em 20/10/1934. Condenado a dez anos de degredo, com prisão, e multa de vinte mil escudos, interpôs recurso, tendo a sentença sido confirmada pelo mesmo Tribunal reunido em 03/11/1934. Enviado para o Aljube em 04/12/1934, acusado de "bombista", foi transferido para Peniche em 19/12/1934 e regressou ao Aljube em 20/03/1935, a fim de ser deportado para a Fortaleza de S. João Baptista, em Angra do Heroísmo (23/03/1935). Seguiu, em 23/10/1936, para o Tarrafal, onde construiu, a partir de pedras vermelhas, porosas e leves, de origem vulcânica, filtros que tornassem a água que os presos bebiam menos impura. Canteiro de profissão, também lhe coube gravar muitas das inscrições que constam nas lápides das sepulturas dos que iam morrendo. Faleceu em 12/12/1941, pelas 12h50m, com 37 anos de idade.]
[João Esteves]
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