[Cipriano Dourado]

[Cipriano Dourado]
[Plantadora de Arroz, 1954] [Cipriano Dourado (1921-1981)]

quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

[2637.] PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO [CVI] || 1926 - 1933

* PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CVI *

00809. Domingos Fernandes [1927, 1938, 1938]

[Rio Tinto - Gondomar, 17/12/1899, empregado no comércio / pedreiro. Filiação: Maria Ferreira, Francisco Fernandes. Solteiro / Casado. Preso em 11/05/1927, "para averiguações, por ser considerado elemento anarquista" (Processo 3094/PIMI); libertado em 13/05/1931. Preso pela Delegação do Porto em 20/01/1938, "para averiguações"; libertado em 29/01/1938. Preso pela Delegação do Porto em 29/04/1938, "para julgamento"; libertado em 30/08/1938, "por ter sido indultado". Julgado pelo TME em 12/07/1938 (Processo 1496/937).]

00810. Domingos Fernandes [1932]

[Estremoz, 1898, corticeiro - Barreiro. Filiação: Sebastiana Fernandes, João Nepomuceno Pereira. Solteiro. Residência: Av. da República, 40 - Barreiro. Preso pela GNR do Barreiro em 30/05/1932, juntamente com Adriano Pimenta, sob a acusação de distribuir panfletos de incitação à greve geral decretada pela CGT contra os 2% de desconto para o Fundo do Desemprego; libertado, tal como Adriano Pimenta, em 28/06/1932.]

00811. Constantino Ventura [1932, 1933, 1936]

[Constantino Ventura || ANTT || RGP/3583 || PT-TT-PIDE-E-010-18-3583]

[Arcos de Valdevez, 22/07/1905, padeiro. Filiação: Maria da Cunha, José Ventura. Solteiro. Preso em 23/03/1923, quando tinha 16 anos e residia em Lisboa, «por suspeita de ser conivente nos atentados dinamitista, aquando da greve dos padeiros». Entregue pelo Comando da PSP de Setúbal à Secção Política e Social da Polícia Internacional em 31/05/1932, juntamente com José Artur Quaresma, Jorge Artur Quaresma e Luís Branco, por distribuir manifestos a incitar os operários à greve de 24 horas contra o imposto de 2%; libertado, com aqueles três, em 18/06/1932 (Processo 413). Residia, então, em Setúbal, onde foi Presidente da Direção da sua Associação de Classe. Preso na Associação de Classe dos Trabalhadores de Carnes Verdes em 16/11/1933, sendo considerado elemento próximo do Partido Comunista por exercer o cargo de tesoureiro do Sindicato Fabril da Indústria de Panificação, Moagem, Massas e Bolachas, aderente à Comissão Inter-Sindical, integrada na Internacional Sindical Vermelha; libertado em 13/01/1934 (Processo 862). Preso em 04/08/1936, "acusado de fazer parte de organizações clandestinas", como o Sindicato Unitário da Alimentação, de que era um dos organizadores, juntamente com António Gomes Pereira e Graciano da Fonseca (Processo 1905). Levado, incomunicável, para uma esquadra, passou, em 19/08/1936, para a 1ª Esquadra e entrou, em 23/08/1936, no Aljube (Processo 1440/936, enviado ao TME em 01/10/1936). Embarcou, em 17/10/1936, com destino a Angra do Heroísmo, onde foi julgado pelo TME em 31/05/1937, acusado de fazer propaganda de ideias comunistas, e condenado a 10 meses de prisão correccional, pena dada por expiada (Processo 104/936, do TME). No entanto, "por determinação superior", continuou em prisão preventiva "até que seja julgada oportuna a sua restituição à liberdade", o que só sucedeu em 08/05/1938, quando regressou de Angra, foi libertado e voltou a residir em Setúbal.]    

00812. Luís Branco [1932]

[Setúbal, 16/04/1905, chofer - Setúbal. Filiação: Serafina Ramos, António da Silva Branco. Casado. Entregue pelo Comando da PSP de Setúbal à Secção Política e Social da Polícia Internacional em 31/05/1932, juntamente com Constantino VenturaJosé Artur Quaresma e Jorge Artur Quaresma, acusado de "estar implicado na organização extremista daquela cidade" e "acção directa comunista", realizando-se as reuniões na barbearia de José Artur Quaresma; libertado, com aqueles três, em 18/06/1932. Pelo mesmo motivo, eram procurados Aguinaldo da Silva, Fernando Adão e Jorge da Silva, em parte incerta, todos arguidos no mesmo processo (Processo 413). Seria anarquista, tal como José e Jorge Artur Quaresma.]

00813. José Artur Quaresma [1932]

[Setúbal, 25/09/1876, barbeiro - Setúbal. Proprietário de uma barbearia, foi o primeiro editor do jornal Germinal, publicado em Setúbal a partir de 1903, interveio no associativismo local e militou em grupos anarquistas, antes e depois da implantação da República, tendo sido preso durante a 1ª Guerra e o período sidonista. Entregue pelo Comando da PSP de Setúbal à Secção Política e Social da Polícia Internacional em 31/05/1932, juntamente com Constantino VenturaJorge Artur Quaresma e Luís Branco, acusado de "estar implicado na organização extremista daquela cidade" e "acção directa comunista", realizando-se as reuniões na sua barbearia; libertado, com aqueles três, em 18/06/1932. Pelo mesmo motivo, eram procurados Aguinaldo da SilvaFernando Adão e Jorge da Silva, em parte incerta, todos arguidos no mesmo processo (Processo 413). Pai de Jorge Artur Quaresma e tio de António Augusto Quaresma. Faleceu em 06/11/1957.]

00814. Jorge Artur Quaresma [1932]

[Setúbal, 30/06/1905, barbeiro - Setúbal. Filiação: Isabel Augusta Quaresma, José Artur Quaresma. Solteiro. Anarquista, tal como o pai, militou nas Juventudes Sindicalistas. Entregue pelo Comando da PSP de Setúbal à Secção Política e Social da Polícia Internacional em 31/05/1932, juntamente com Constantino VenturaJosé Artur Quaresma e Luís Branco, acusado de "estar implicado na organização extremista daquela cidade" e "acção directa comunista", realizando-se as reuniões na barbearia do seu pai; libertado, com aqueles três, em 18/06/1932. Pelo mesmo motivo, eram procurados Aguinaldo da SilvaFernando Adão e Jorge da Silva, em parte incerta, todos arguidos no mesmo processo (Processo 413). Primo de António Augusto Quaresma. Faleceu em 20/01/1990.]

00815. Manuel Nunes Paiva [1932]

[Albergaria-a-Velha, c. 1901, empregado do comércio (padaria) - Lisboa. Filiação: Miquelina Marques de Jesus, João Nunes Paiva. Solteiro. Residência: Calçada da Ajuda, 182 - Lisboa. Preso em 31/05/1932, "sob a acusação de ser detentor de manifestos subversivos contra o desconto de 2% feito aos operários" (v. Processo 437); libertado em 06/07/1932.]
[alterado em 24/12/2021]

00816. Afonso Henriques Leite de Sousa Melo e Castro [1932]

[Preso, provavelmente, em 1932. Libertado pela Secção de Vigilância da Polícia Internacional Portuguesa em 31/05/1932.]

00817. Domingos Álvaro Pires Barros [1932]

[Porto, c. 1909, ourives - Évora. Filiação: Inocência de Jesus, José Maria Pires de Barros. Solteiro. Preso em Évora e enviadojuntamente com Francisco Pereira Moraispelo Comando da PSP daquela cidade em 02/06/1932, "para averiguações" (v. Processo 390). Levado para o Aljube, terá sido libertado no mesmo dia.]

00818. Francisco Pereira de Morais [1932]

[Porto, c. 1912, serralheiro - Évora. Filiação: Beatriz Morais, Joaquim Pereira Morais. Preso em Évora e enviadojuntamente com Domingos Álvaro Pires Barrospelo Comando da PSP daquela cidade em 02/06/1932, "para averiguações" (v. Processo 390). Levado para o Aljube, terá sido libertado no mesmo dia.]

[João Esteves]

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