[Cipriano Dourado]

[Cipriano Dourado]
[Plantadora de Arroz, 1954] [Cipriano Dourado (1921-1981)]

quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

[2652.] PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO [CXX] || 1926 - 1933

PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CXX * 

00912. Ramiro Cavaleiro [1932]

[Ramiro Cavaleiro || F. 16/07/1932 || ANTT || PT-TT-PIDE-Policias-Anteriores-3-NT-8903 || "Imagem cedida pelo ANTT"]

[Marinhais - Salvaterra de Magos, c. 1906, condutor da Carris - Lisboa. Filiação: Custódia Maria Teixeira, Narciso Cavaleiro. Casado. Residência: Calçada da Tapada, 161 - Lisboa. Preso em 01/07/1932, "sob a acusação de manter ligações revolucionárias com Custódio Rodrigues Ferreira" (v. Processo 458); libertado em 16/07/1932.]

00913. Paulo Rosa [1930, 1932]

[Paulo Rosa || F. 16/08/1932 || ANTT || PT-TT-PIDE-Policias-Anteriores-3-NT-8903 || "Imagem cedida pelo ANTT"]

[Viseu, c. 1903, empregado do comércio e proprietário. Filiação: Ana Cândida Pereira, Jerónimo Rosa. Casado. Residência: Vila de Moinhos. Preso em 13/04/1930, "por ter tido acção directa no projectado movimento revolucionário", transportando, de Viseu para o Barreiro e para Lisboa, armas, bombas, granadas e cartuchos e que foram entregues ao aspirante Rodrigues e ao Dr. Luís de FigueiredoEmbarcou para os Açores em 08/05/1930, ficando com residência fixada no Concelho de Ponta do Sol - Madeira (Processo 4554-D), de onde se terá evadido em 10/11/1930. Entregue pelo Comando da PSP de Viseu em 01/07/1932, por "se ter ausentado da Ilha da Madeira, onde se encontrava com residência fixada, sem autorização superior": embarcou, clandestinamente, no vapor "General Belgrano" e desembarcou, em 13/11/1930, em Leixões, dirigindo-se para a sua residência em Vila de Moinhos para assistir ao falecimento da mãe. Considerado "elemento revolucionário e político de acção" e principal colaborador de Luís de Figueiredo, com residência fixada em Sátão, foi decidido, em 14/09/1932, que lhe fosse fixada residência obrigatória em Portimão. Libertado do Aljube em 16-17/09/1932, foi mandado apresentar-se ao Administrador daquele Concelho. (Processo 506). Deixou de estar sob residência fixada em 09/12/1932, por estar abrangido pela amnistia de 5 de dezembro.]
[alterado em 22/03/1932]
[alterado em 04/04/2023]

00914. Raul Ferreira Galinha [1932, 1934]

[Raul Ferreira Galinha || F. 03/08/1932 || ANTT || PT-TT-PIDE-Policias-Anteriores-3-NT-8903 || "Imagem cedida pelo ANTT"]

[Coimbra, 09/07/1899, mecânico de automóveis - industrial / serralheiro. Filiação: Rosa do Paraíso, Joaquim Ferreira Galinha. Casado. Residência: Famalicão - Anadia. Segundo Alberto Vilaça, tinha uma oficina em Famalicão de Anadia e, no início dos anos 30, era militante do Partido Comunista, usava o pseudónimo de "José Duarte" e servia de ligação entre entre Lisboa e Coimbra quanto à distribuição de material da organização e respectiva propaganda, que receberia na estação de Mogofores através de ferroviários. Entregue pelo Comando da PSP de Aveiro em 01/07/1932, "por estar envolvido em organizações comunistas", ser "o Secretário do 'Comité Local' de Anadia" e o elo entre a "Comorg" (Comissão Central de Organização, e a organização de Coimbra, nomeadamente com José de Almeida. Devido a ser "um elemento bastante activo e perigoso", foi decidido, em 10/08/1932, que lhe fosse fixada residência obrigatória em Timor ou Cabo Verde, dando entrada na Cadeia Penitenciária de Lisboa, a fim de aguardar o embarque (Processo 460); abrangido pela amnistia de 05/12/1932, foi libertado no dia 10. 

[Raul Ferreira Galinha || ANTT || PT-TT-PIDE-Policias-Anteriores-4-NT-8904 || "Imagem cedida pelo ANTT"]

Preso na Anadia em 17/01/1934, às 19 horas, e entregue pela PSP de Coimbra em 26/01/1934, por estar envolvido nos preparativos da Greve Geral de 18/01/1934, com Abílio da Encarnação Pereira e Augusto Duarte dos Reis (Processo 1011-A/SPS): julgado pelo TME em 09/02/1934 e condenado a 12 anos de degredo, com prisão no local (Processo 51/934 - TME), embarcou, em 23/09/1934, para Angra do Heroísmo. Em 31/07/1936, foi julgado em Angra do Heroísmo pelas acusações que remontavam ao ano de 1932, considerando-as abrangidas pela amnistia de Dezembro de 1932 (Processo 14/933 - TME). Regressou em 23/07/1943, levado para Peniche e libertado em 26/11/1943. Posteriormente, fixou residência em Angra do Heroísmo, onde faleceu em 22/11/1983. Irmão mais novo de José Ferreira Galinha, com percurso político idêntico e que seria deportado para o Campo de Concentração do Tarrafal.] 

[João Esteves]

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