[Cipriano Dourado]

[Cipriano Dourado]
[Plantadora de Arroz, 1954] [Cipriano Dourado (1921-1981)]

domingo, 12 de janeiro de 2020

[2250.] MARIA DO ROSÁRIO CAMPOS [I] || PRESA ENTRE 1936 - 1938

* MARIA DO ROSÁRIO CAMPOS *
[13/03/1879 - ?]

[Maria do Rosário Campos || 1936 ou 1938 || ANTT || RGP/5173 || PT-TT-PIDE-E-010-26-5173_m0355]

Viúva, filha de Joaquina Júlia e de Germano da Fonseca Campos, Maria do Rosário Campos terá nascido em 13 de Março de 1879, em Viseu.

Em 1930, quando o advogado Luís da Costa Figueiredo foi preso pela terceira vez e torturado pela Polícia de Informações, Maria do Rosário Campos intercedeu junto da esposa do Ministro do Interior, coronel António Lopes Mateus, seu conterrâneo, procurando denunciar, sem sucesso, o tratamento violento e desumano dado ao seu hóspede: «"isso de espancamentos era tudo falso, eram os malandros dos republicanos que inventaram essas e outras atoardas para comprometer o seu marido e a Ditadura"» [relato de Maria do Rosário Campos a Manuel António Correia, in Memórias de um Resistente às Ditaduras, Temas e Debates, 2011, p. 230].

Seis anos depois, Maria do Rosário Campos era envolvida no mesmo processo que, em Novembro de 1936, levou Luís da Costa Figueiredo à sua sexta prisão e consequente deportação para o Campo de Concentração do Tarrafal. Aquando da prisão, estava a residir na casa daquela, na Rua da Rosa, 220 - 3.º, considerando a Polícia que foi o advogado quem a ligou «às questões político-revolucionárias», pondo-a em contacto com o ex-Tenente Manuel António Correia.

[Maria do Rosário Campos || 1936 ou 1938 || ANTT || RGP/5173 || PT-TT-PIDE-E-010-26-5173_m0355]

Presa em 5 de Novembro de 1936 e levada para a 1.ª esquadra, entrou na Cadeia das Mónicas em 1 de Fevereiro de 1937 e, em 11 de Maio, voltou a ser transferida, incomunicável, para uma esquadra, aí permanecendo até ao final do mês. 

Regressou às Mónicas, sendo somente julgada pelo Tribunal Militar Especial em 9 de Novembro de 1938. 

Condenada na pena de dois anos de prisão correccional, seis meses de multa e perda dos direitos políticos por cinco anos, saiu em liberdade em 16 de Novembro, por já ter cumprido a pena. Tinha, então, 59 anos.

Fontes: 
ANTT, Registo Geral de Presos 5173 [Maria do Rosário Campos / PT-TT-PIDE-E-010-26-5173_m0355].

ANTT, Cadastro Político 209 [Luís da Costa Figueiredo / PT-TT-PIDE-E-001-CX13_m0199, m0199a, m0199b, m0199c, m0199d, m0199e, m0199g, m0199e].

Manuel António Correia, Memórias de um Resistente às Ditaduras, Introdução de Irene Flunser Pimentel, Temas e Debates, 2011.

[João Esteves]

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