* LUÍS ANTÓNIO SOARES *
[Luís António Soares || Guerra Civil de Espanha]
Antes de fugir de Portugal para combater na Guerra Civil de Espanha ao lado dos Republicanos, Luís António Soares foi preso por três vezes, entre 1928 e 1937, e deportado para Moçambique [1929] e Cabo Verde [1932]. Aderiu neste ano ao Partido Comunista Português e, na sequência das vivências no país vizinho, filiou-se no Partido Comunista de Espanha.
Filho de Mariana das Dores Soares e de Joaquim Ramos Soares, Luís António Soares era natural de Beringel - Beja.
Os seus familiares seriam de origem operária e camponesa e, em 1911, terá integrado, durante três meses, o Batalhão de Voluntários da República Portuguesa, tendo-se filiado no Partido Republicano Português em 1914.
Participou nos movimentos revolucionários contra a Ditadura Militar saída do 28 de Maio de 1926, tendo sido preso pela primeira vez em Abril de 1928 e deportado, talvez em 1929, para Lourenço Marques.
A segunda prisão de Luís António Soares aconteceu em 23 de Abril de 1931, em Moçambique, onde seria empregado no comércio, na sequência de uma tentativa de levantamento militar para secundar os movimentos da Madeira (4 de Abril), Açores (8 de Abril) e Guiné (17 de Abril), tendo sido detido com armas na mão.
Deportado para Cabo Verde, aí conheceu e conviveu com Bento Gonçalves que, preso em 29 de Setembro de 1930, fora deportado para Cabo Verde em 15 de Fevereiro de 1931, para as ilhas do Sal e Fogo, de onde regressou em Fevereiro de 1933.
Foi por intermédio do Secretário-Geral do Partido Comunista Português que Luís António Soares aderiu, em 1932, a esta organização. Abrangido pela amnistia de 5 de Dezembro deste ano, apesar de só ter sido informado de tal em 1933, foi enviado, em Agosto, para a Guiné.
A terceira, e última prisão, verificou-se naquela colónia, onde estava como funcionário público. Preso no Comando de Polícia da Guiné Portuguesa, daí fugiu em 26 de Fevereiro de 1937 e terá seguido para a Guiné Francesa, onde as autoridades lhe terão facultado um passaporte para Espanha, país onde chegou em 17 de Outubro via Dakar.
Trabalhou, então, na União dos Antifascistas Portugueses Residentes em Espanha, cujo Secretário-Geral era Francisco Oliveira Pio [1897 - 1972], e no Socorro Rojo Internacional (Grupo Manuel dos Santos), sob a direcção de Joaquim Caetano.
Em Abril de 1938, solicitou o ingresso no Partido Comunista de Espanha.
Com a derrota dos republicanos, passou para França, onde integrou a Resistência. Já idoso, em meados da década de 1960 terá regressado a Portugal e, quando se encontrava a viver em Portela das Padeiras (Santarém), foi entrevistado para o Jornal do Ribatejo por João Matos Madeira e Helena Neves, estando presentes Alves Castela e Lino Ribeiro.
Luís António Soares é o pai de Pedro dos Santos Soares [1915 - 1975] e de Arminda dos Santos Soares, ambos com relevante militância clandestina no Partido Comunista.
[João Esteves]
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