[Cipriano Dourado]

[Cipriano Dourado]
[Plantadora de Arroz, 1954] [Cipriano Dourado (1921-1981)]

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

[2501.] ARMANDO VIANA DA ROCHA [I] || PRESO EM CAXIAS ENTRE 1963 E 1965

 * ARMANDO JOAQUIM DA SILVA VIANA DA ROCHA *

[N. 13/11/1927]

[Armando Viana da Rocha || 28/10/1965 || ANTT || RGP/26279]

Filho de Berta Carvalho da Silva Rocha e de Armando Viana da Rocha, Armando Joaquim da Silva Viana da Rocha nasceu em Coimbra, em 13 de Novembro de 1927.

O seu pai, Armando Viana da Rocha, nasceu em Paço de Arcos em 20 de Fevereiro de 1899, formou-se em Engenharia Químico-Industrial pelo Instituto Superior Técnico e tinha o curso da secção pedagógica da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. O seu nome é indissociável da Escola Industrial e Comercial Brotero, em Coimbra, onde iniciou a sua carreira docente em 3 de Novembro de 1921, quando tinha 22 anos, e se tornou Director entre 14/06/1930 e 28/09/1962, quando foi exonerado em Diário do Governo. Faleceu em 14/07/1968.

O filho seguiu o mesmo percurso académico, exercendo a profissão de Engenheiro-Químico. Ligado desde muto cedo aos meios oposicionistas de Coimbra, manteve, desde finais dos anos 40, ligações ao grupo da Vértice, assegurando, também, algumas actividades clandestinas. 



Nos anos 50, já em Lisboa, onde trabalhava como Engenheiro-Químico, teve responsabilidades no Sector Intelectual do Partido Comunista, assegurando, também, a edição clandestina do jornal Uni-vos Pela Paz, cujo primeiro número data de Abril de 1953. Envolvendo um número restrito de militantes, era reproduzido num copiógrafo instalado numa casa da Avenida Sacadura Cabral - 30, em Lisboa, tendo, por motivos de segurança conspirativa, sido recolhido no final da década pelo psiquiatra Fernando Medina. 

Armando Viana da Rocha seria preso em 9 de Julho de 1963, no gabinete que ocupava no edifício da Shell na Avenida da Liberdade, e levado para Caxias. 

Espancado e sujeito à tortura da "estátua" na António Maria Cardoso, foi julgado em 10 de Outubro de 1964 e condenado a dois anos e dois meses de prisão maior e na medida de segurança de internamento, indeterminada, de seis meses a três anos, prorrogável.  

Saiu em liberdade condicional em 28 de Outubro de 1965 e, em 11 de Novembro de 1968, foi-lhe concedida a liberdade definitiva pelo 2.º Juízo Criminal da Comarca de Lisboa. 

[João Esteves]

Sem comentários: