* CONSELHO NACIONAL DAS MULHERES PORTUGUESAS *
DIRECÇÃO || 1928
Natural de Lisboa, cidade onde também vivia e terá casado.
Militante do Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas, pertenceu a vários corpos gerentes e desempenhou cargos entre, pelo menos, 1917 e 1934.
Iniciada na Maçonaria em 1925.
Natural de Lisboa, militou no Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas desde finais da década de 1920 até, pelo menos, 1945.
Referenciada como Dr.ª.
Aderiu ao Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas quando era estudante universitária, concluindo em 1929, com a classificação de 17 valores, a licenciatura em Direito. Só terá mantido activismo no final da década de 1920.
- Maria do Céu Branquinho
Moradora em Lisboa, militou, durante a década de 20, no Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas.
Nasceu em Tábua, em 30 de Julho de 1880. Para além da notoriedade enquanto autora foi, desde a Monarquia, propagandista republicana. Militou na Liga Republicana das Mulheres Portuguesas, dinamizando a criação de um núcleo em Tábua em Maio de 1909, e no Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas onde, a partir de 1925 teve grande protagonismo, mediante o desempenho de cargos dirigentes. Durante a década de 30, e até à viragem protagonizada por Maria Lamas, em 1945, tornou-se no seu rosto mais visível. Manteve colaboração diversificada na imprensa, assinou textos em jornais brasileiros e proferiu conferências sobre temas educativos e femininos. Faleceu em 21 de Maio de 1974, em Tabua, com quase noventa anos.
Natural de Tomar, Rosa Pereira distinguiu-se por mais de três décadas dedicadas às causas republicana, pacifista, maçónica e feminista. Aderiu, no primeiro trimestre de 1907, ao Comité Português da associação pacifista francesa La Paix et le Désarmement par les Femmes e tornou-se numa das militantes mais activas do núcleo local da Liga Republicana das Mulheres Portuguesas. Posteriormente, estando já a residir em Lisboa, aderiu ao Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas, onde se manteve em actividade durante mais de 20 anos, até à sua proibição pelas autoridades fascistas do Estado Novo. Tal como muitas outras militantes, o desempenho de cargos directivos coincidiu com a iniciação na Maçonaria, em 1922. Enquanto republicana, e num momento particularmente difícil, aderiu, em Maio de 1928, à campanha promovida pelo jornal O Rebate a favor dos presos, deportados e emigrados políticos.
Escritora, poetisa, conferencista e propagandista republicana, socialista, feminista e espírita, nasceu em Lisboa, em 19 de Novembro de 1873. Para além da actividade literária, não descurou a intervenção associativa, cívica e política. Referenciada, em 1919, como militante socialista, tornou-se, depois, num dos nomes emblemáticos do Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas, evidenciando-se no início da década de 20. O seu dinamismo estendeu-se aos dois Congressos Feministas (1924, 1928) e Abolicionistas (1926, 1929). Tal como outras intelectuais suas contemporâneas, dedicou-se ao espiritismo e pertenceu ao Conselho Superior da Federação Espírita Portuguesa. Faleceu em 21 de Março de 1932, no Oceano Atlântico, quando regressava do Brasil, aonde se deslocara para fazer a sua propaganda.
Natural de Paço de Arcos, Angélica Porto tornou-se, pela militância e dedicação, um dos pilares do associativismo feminista português das primeiras três décadas do século XX. Começou por integrar, em 1907, a comissão de senhoras que procurou implementar, em Lisboa, uma Escola Maternal destinadas às crianças desprotegidas entre os 3 e os 6 anos de idade. Depois, aderiu à Liga Republicana das Mulheres Portuguesas, militou no Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas e, em 1916, foi iniciada na Maçonaria. No âmbito da Liga Republicana, participou na vida associativa entre, pelo menos, 1914 e 1918, concorrendo para a sobrevivência da organização quando parte dos nomes mais relevantes a iam abandonando. Depois da extinção da Liga, manteve-se fiel ao ideal feminista e, com o mesmo voluntarismo, passou a colaborar, a partir de 1919, na revista Alma Feminina, órgão do CNMP, e exerceu cargos nos corpos gerentes. Devido à sua abnegação e desvelo, foi proclamada, no final da década de 1930, Presidente Honorária do Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas. Para além da enorme respeitabilidade que granjeou nos meios feministas, educativos e operários, solidarizou-se, em 1928, com a campanha desenvolvida pelo jornal republicano O Rebate a favor dos presos, deportados e emigrados políticos e respectivas famílias, vítimas do regime repressivo que começava a consolidar-se em Portugal.
Professora do ensino primário geral desde os primeiros anos do século XX, interveio no movimento associativo da classe, desempenhou cargos de direcção e participou em congressos. Identificada com os princípios da Educação Nova e da Escola Única, integrou o Grémio dos Professores Primários Oficiais, a União dos Professores Primários de Portugal, a Casa dos Professores Primários, a Associação dos Professores de Portugal e a Liga de Acção Educativa. Também se evidenciou enquanto feminista, encetando a sua colaboração com o Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas em meados da década de 20, onde desempenhou, entre 1927 e 1944, as mais diversas funções.
Médica ginecologista e destacada propagandista republicana e feminista durante mais de três décadas, com influência e prestígio a nível nacional e além fronteiras, nasceu em Elvas, em 25 de Janeiro de 1867. Só depois de casada fez o exame de instrução primária, não mais parando de estudar até concluir, em 26 de Julho de 1900, a Licenciatura na Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa, com a Tese A Protecção às mulheres grávidas pobres como meio de promover o desenvolvimento físico das novas gerações. Combativa e persistente, tanto trabalhou pela melhoria das condições de vida das mulheres e das crianças, preocupando-se com os direitos das grávidas e a protecção das pobres, como se revelou intransigente defensora do ideário político e feminista, integrando o quarteto, com Ana de Castro Osório, Carolina Beatriz Ângelo e Maria Veleda, que marcou a sociedade portuguesa nas primeiras décadas do século XX. Começou por aparecer como Vogal do Comité Português da associação francesa La Paix et le Désarmement par les Femmes (1906); em 1907, iniciou-se na Maçonaria, no seio da qual batalhou pela igualdade de tratamento entre homens e mulheres; integrou, no mesmo ano, o Grupo Português de Estudos Feministas; e esteve associada à fundação da Liga Republicana das Mulheres Portuguesas, em 1908. Ainda durante a Monarquia, desdobrou-se por iniciativas do Partido Republicano Português, dos Centros Escolares Republicanos, da Associação do Registo Civil e da Junta Federal do Livre Pensamento, não sendo um acaso ser escolhida para confeccionar as bandeiras vermelhas e verdes utilizadas na Rotunda durante a revolução de 5 de Outubro de 1910. Depois da militância na LRMP, surgiu, em 1914, como a impulsionadora do Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas, ainda que só a partir de 1920 se tenha tornado mais notório o papel por si desempenhado. O seu nome é indissociável do historial da agremiação por ter exercido o cargo de Presidente da Direcção, sucessivamente reeleita entre 1914 e 1935. Participou em Congressos nacionais e internacionais, quer como delegada oficial do governo, quer como mandatária do CNMP, em resultado da filiação na International Council of Women e na International Woman Suffrage Alliance. Preocupada, enquanto médica e professora, com a divulgação de informações científicas, escreveu sobre a educação, a amamentação, o espartilho, os preceitos da higiene, as doenças infecciosas, o alcoolismo, a puericultura, o abolicionismo e a eugenia, sempre numa perspectiva didáctica e recorrendo a uma linguagem acessível, por vezes coloquial. Participou, em 1928, na primeira campanha realizada em prol das famílias dos presos, deportados e emigrados políticos, promovida por sugestão do jornal republicano O Rebate e, em 1929, partiu inesperadamente para Angola, onde, talvez ingenuamente, plebiscitou a Constituição de 1933. Faleceu em Lisboa em 19 de Setembro de 1935, com 66 anos.
Professora, natural de Bragança, foi iniciada na Maçonaria em 1912 e militou no Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas, onde exerceu cargos dirigentes ao longo de toda a década de 20.
Militante do Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas, desempenhou, entre 1928 e 1934, diversos cargos.
Militante de Lisboa do Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas, pertenceu à sua Direcção durante quase duas décadas, entre 1928 e 1945.
- Mariana da Assunção da Silva
Natural de Vila Franca de Xira e educanda do Asilo de S. João, de onde saiu com o curso de professora, manteve, ao longo de quase quarenta anos, intervenção ininterrupta em organizações de mulheres, tendo vivido essa militância em regimes tão díspares como a Monarquia, a República, a Ditadura Militar e o Estado Novo: batalhou na Liga Republicana das Mulheres Portuguesas até à sua extinção (1919) e, depois, no Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas, onde desenvolveu actividades directivas durante anos consecutivos. Depois de se ter revelado um quadro fundamental na subsistência da LRMP, manteve no CNMP a mesma capacidade de intervenção, muito contribuindo para a sua sobrevivência “durante os anos em que ele quase estagnou”. Foi, provavelmente, a única activista que, entre 1908 e 1947, nunca se escusou a intervir em prol dos direitos das mulheres, mesmo quando as condições eram adversas, fazendo a ponte entre diferentes gerações de republicanas e feministas. Faleceu em 1950, com 83 anos.
Dedicou-se, desde muito nova, à defesa intransigente dos direitos das mulheres e pode ser considerada a herdeira dos valores da primeira geração de feministas portuguesas, preservando-os durante a vigência do Estado Novo e avivando-os no período subsequente à revolução de Abril de 1974. Nasceu em Lisboa, em 8 de Agosto de 1904 e licenciou-se em Direito pela Universidade de Lisboa, com a classificação de 18 valores. Não chegou a exercer a advocacia, embora assinasse os textos como advogada, trabalhou durante algum tempo no Tribunal de Menores e casou, em 1928, com o advogado Adelino da Palma Carlos, colega desde os tempos do Liceu. A partir de 1925, quando estudante universitária, interveio no Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas, para o qual terá sido convidada por Adelaide Cabete, mantendo-se na agremiação até à sua proibição. Coube-lhe a presidência da Comissão Executiva da subscrição nacional aberta pelo jornal O Rebate a favor das famílias dos presos, deportados e emigrados políticos.
Professora em Lisboa, militou no Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas, onde desempenhou cargos entre 1921 e 1934. Aderiu, em Junho de 1928, à campanha nacional promovida pelo jornal republicano O Rebate a favor das famílias dos presos, deportados e emigrados políticos.
Nasceu em Beja, em Julho de 1888, e faleceu em Lisboa, cidade onde passou a viver desde os doze anos, em 8 de junho de 1993, com 104 anos de idade. Frequentou a Escola Normal de Lisboa, participou na greve académica de 1907, especializou-se no ensino infantil e exerceu a profissão docente na Escola Oficina N.º 1. Após a implantação da República, interveio no Segundo Congresso Nacional do Livre Pensamento e, entre 1913 e 1915, esteve no Brasil, por o marido, o jornalista anarcossindicalista António Tomás Pinto Quartim ter sido expulso do país. De volta a Portugal, voltou a leccionar na Escola-Oficina N.º 1 e aderiu ao Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas onde, a partir do início da década de 20, interveio no âmbito da sua actividade profissional. Depois de um interregno, voltou a aderir ao CNMP, integrando o numeroso grupo de Lisboa que, em 1945, se filiou na agremiação.
Natural de Lisboa, militou no Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas durante mais de uma dezena de anos. Iniciada na Maçonaria em 1923.
Activista do Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas entre, pelo menos, 1925 e 1945. Trata-se de mais um caso em que a militância feminista é subsequente à iniciação na Maçonaria (1924).
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